Opinião Espírita – Não desfalecer nunca
Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita
Sem dúvida, o progresso intelecto-moral da sociedade começa no esforço desenvolvido por cada criatura humana.
A evolução do átomo primitivo ao ser angélico encontra-se fixada na Consciência Cósmica e cada indivíduo é responsável por uma etapa no seu empenho para alcançar a felicidade plena a que está destinado.
O primitivo de hoje será o belo de amanhã, as anfractuosidades morais cederão lugar à ordem, à beleza, ao ritmo de aperfeiçoamento que está ínsito nele próprio.
Etapa a etapa, vão-se-lhe modificando as estruturas internas que vestem as funções que surgem num determinismo fatalista a que tudo e todos estão submetidos.
Disse Jesus: – Sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito – acenando-nos com a esperança de um futuro ditoso.
É certo que nos encontramos em um período de muitos desafios e problemas, dificultando-nos a marcha ascensional. Nada obstante, os problemas graves do momento foram originados e continuam a proceder do comportamento espiritual de cada pessoa.
Se cada qual se permitisse agir de maneira correta, conforme as Leis Morais estabelecidas, tudo seria muito mais fácil. O mal não encontraria ressonância nos sentimentos humanos e o amor seria o elemento vital de sustentação de todos.
As guerras calamitosas e as fases de miséria econômica e moral cederiam lugar à fraternidade e à solidariedade. O egoísmo seria expulso dos relacionamentos e todos bendiriam a oportunidade de ajudarem-se mutuamente. Entretanto, porque predominem as paixões do ego, o desconforto moral e as ambições doentias tomam conta de quase tudo e de quase todos, empurrando-os para a competitividade, a destruição do outro.
Resolvido esse problema, seria fácil enfrentar as demais tragédias, adotando-se a caridade ao invés da punição, a educação antes do castigo da ignorância.
Reajustando-se o ser humano à ordem, à libertação de valores que realmente não possui, seria possível a experiência do Reino de Deus na Terra.
Olhando-se com olhos de ver em derredor, logo se percebem a loucura que domina as mentes, a fuga da responsabilidade, a adoção de comportamentos estranhos num desafio chocante a todas as conquistas já logradas pela cultura e civilização.
A busca decantada da liberdade é uma fuga para a libertinagem, na qual tudo vale, consumindo as forças e desorientando os valores morais adquiridos através dos tempos.
Repentinamente grande parte do ser humano atira-se ao passado e tenta trazê-lo de volta, assumindo condutas estranhas, primárias, chocantes, desvairadas…
Apesar disso, desejando que a sociedade seja feliz e empenhando-te por auxiliar com o que esteja ao teu alcance, não desfaleças nunca na ação do bem e do dever.
Segue adiante com dignidade e não desistas.
Artigo originalmente publicado na coluna Opinião do jornal A Tarde, de Salvador-BA em 30 de novembro de 2023.