Coluna do Corvo

A equação do sucesso paranaense

Se pretende disputar a Presidência, Carlos Massa Ratinho Junior sabe que precisará provar mais do que simpatia — terá que mostrar os resultados. E o Paraná tem números: com um PIB de R$ 718,9 bilhões em 2024, o estado é a quarta maior economia do Brasil, responsável por 6,1% do PIB nacional. Isso se deve, sobretudo, a uma economia diversificada, com agro forte, indústria viva e um polo tecnológico em ascensão. Os números chamam atenção, mas o eleitorado nacional vai querer mais do que estatísticas: vai querer sentir. E a pergunta inevitável será: o que deu certo no Paraná pode dar certo no Brasil?

 

Cidade boa é cidade que cuida

O discurso do governador ganha corpo quando olhamos para os índices sociais do Paraná. A educação pública se destaca no Ideb, com programas voltados à valorização docente e inovações tecnológicas. Na saúde, o investimento em hospitais regionais e especialidades tem ampliado o acesso. Os dados da Secretaria da Segurança Pública apontam redução nos índices de criminalidade, graças à integração das forças policiais e ao uso de tecnologia. “Oferecemos segurança, infraestrutura e qualidade de vida para quem quer viver bem”, diz Ratinho Jr.

 

Rodovias, ferrovias e ambições

O Paraná se consolidou como plataforma logística graças a investimentos em infraestrutura. Com rodovias estaduais e federais bem conectadas, ferrovias estratégicas e o Porto de Paranaguá — um dos mais movimentados do país —, o estado escoa produção agrícola e industrial com eficiência. Some-se a isso cidades organizadas e interiorizações bem planejadas, como Maringá, Ponta Grossa, Londrina e Foz do Iguaçu. O governador tem dito que o modelo pode ser exportado. E sugere: “Por que não me deixem transformar o Brasil como estamos transformando o Paraná?” É a proposta de franquear o “case de sucesso”.

 

O elefante vai dançar?

Poucos espaços públicos de Foz do Iguaçu acumulam tanta poeira simbólica quanto o Centro de Convenções. Um gigante estagnado, caro de manter, que virou sinônimo de frustração. Enquanto a cidade avança em turismo e eventos. Mas o “elefante branco” ali parado ganhou uma fagulha de esperança: o Governo do Paraná aprovou projeto de concessão do complexo à iniciativa privada. A proposta é modernizar tudo, da infraestrutura ao modelo de gestão. E o melhor: está ao lado do futuro Centre Pompidou Paraná. Se vingar, o velho mamute pode virar pista de dança.

 

Um novo palco no Caminho das Cataratas

Erguido em terreno nobre, entre o aeroporto internacional e o futuro museu, o Centro de Convenções de Foz do Iguaçu enfim poderá mostrar outra cara. Com mais de 31 mil m² de área construída, se o espaço for mesmo concedido à iniciativa privada por meio de licitação — significará o início de uma revolução no turismo de eventos da Tríplice Fronteira. A decisão foi chancelada pelo Conselho de Parcerias do Paraná e tem etapas bem definidas: consulta pública, análise do TCE e lançamento do edital.

 

O Pompidou não é fake, viu?

Nada mais previsível que o espírito de porco em tempos de anúncio histórico. Quando o Centre Pompidou confirmou Foz do Iguaçu como sua primeira base nas Américas, parte da fauna digital reagiu como de costume: “Mentira, isso é pra inglês ver!”. É o velho complexo de vira-lata cibernético. Segundo os oráculos do negativismo, museu bom “só pode ir para São Paulo ou Rio e olha lá”. Mas eis que vieram as francesas em carne e osso, com títulos e pastas, e se sentaram com autoridades locais. O projeto avança. E os descrentes do mundo? Continuam digitando suas teorias no sofá remendado e cheirando mofo.

 

Movimentação constante

É essa a verdade. O futuro Centre Pompidou Paraná chega de terno e gravata, direto de Paris, com sotaque internacional e pedigree museológico. Foz do Iguaçu está prestes a unir dois mundos: o passado paralisado e o futuro sofisticado. Foz estará no roteiro dos maiores símbolos da arte contemporânea do planeta. Imagina um epicentro cultural entre quatis, turistas? As pessoas procuram Foz para ver os encantos naturais tecnológicos, compras, jogo em cassinos, convenções e no futuro, para contemplar a arte, que maravilha!

 

A colherinha no vespeiro

Bastou Silva e Luna mexer o tabuleiro que o enxame acordou. O envio do projeto para criação de 237 cargos efetivos em regime de urgência fez a oposição destilar veneno. Mas espera aí: a cidade não vinha reclamando de falta de professores, engenheiros, procuradores e psicólogos? Agora que se planeja um concurso, surge esse mimimi? A verdade é que há quem prefira a prefeitura de joelhos, enxugando gelo. Quando a gestão propõe algo com lógica administrativa, aparecem os profetas do caos orçamentário — geralmente os mesmos que faziam corpo mole quando o servidor se aposentava.

 

Concurso ou conjunção astral?

Contratar por concurso público é o básico de uma gestão decente. Mas em Foz, onde tudo vira tumulto, até reposição de quadro técnico parece conspiração. A proposta é para vagas efetivas — com impacto orçamentário planejado e vaga para tudo quanto é necessidade — não há razão para os chiliques. Vai ver, queriam contratar videntes, numerólogos, cabos eleitorais e presidentes de partido, no lugar de nutricionista, engenheiro cartógrafo ou procurador; há 30 mil processos na procuradoria! Sem gente para tocar isso, o que sobra é dor de cabeça no atendimento. E adivinha quem adora dizer que a cidade está quebrada?

 

Buracos & concursos

Enquanto a Câmara debate cargos, o Ministério Público cobra providências. Sim, os buracos de Foz ganham até recomendação formal: tapem-se! A prefeitura respondeu que já tem licitação em andamento para o tal do CBUQ, nome pomposo para o asfalto quente. Também anunciou plano rotativo para tapar os rombos pelas zonas Norte, Sul, Centro e ruas movimentadas — uma espécie de “buracoduto”. Mas além de asfalto – o assunto que não sai da cabeça do povo – é muito bom caso vierem psicólogos, terapeutas e engenheiros concursados para ajudar na saúde, obras e planejamento.

 

O cometa passou raspando

A XVIII Festa do Colono mal apagou as brasas das costelas e já deixou um rastro de fumaça política no ar. Entre sanfonas e discursos, quem brilhou — e queimou a língua — foi o deputado Luciano Alves. Chegou como benfeitor, com máquinas e equipamentos importantes e trazendo também no bornal, mais cinco milhões em emendas e promessas de concretagem rural, mas na hora de discursar, tropeçou no barro, ao insinuar que “ninguém sabe de quem são os buracos: se do Chico ou do General”, cutucou onde não devia. Resultado? Levou uma sonora vaia. Dizem que só não levou um osso de costela, porque estava muito boa e o povo tocava a gaita. Em política, como no churrasco, é preciso saber o ponto certo.

 

Cuidado com o milho que estoura

O deputado Luciano Alves, com ares de mestre de cerimônias, confundiu festa do colono com sabatina eleitoral. E pior: espetou o prefeito que já tinha ido embora. Os aplausos não vieram — só um silêncio sepulcral ao tentar consertar o estrago. Já os vereadores da base arregalaram os olhos: não sabiam se defendiam o general ou pediam o microfone de volta.

 

Vermelho e o campo em verde e amarelo

No Congresso, quando o assunto é produtor rural, o deputado Vermelho levanta antes do galo cantar. Em Brasília, seu nome já virou sinônimo de trator parlamentar: articula, entrega, destina e assina. Seja no agro de grande porte ou na agricultura familiar, seu discurso é afiado como enxada nova. Em Foz, as sementes deram frutos: mais de R$ 1 milhão em investimentos, incluindo caminhão refrigerado e sede novinha para a Coaffoz e Aproffoz. Não por acaso, a comida que chega às escolas da cidade tem origem conhecida — e agora, respaldo político.

 

Caminhoneiro de origem, deputado de ação

No Dia do Caminhoneiro, Vermelho não fez média: relembrou sua história atrás do volante e reforçou seu compromisso com os que movem o Brasil. A pauta é concreta — e não apenas no asfalto: articulação para agilizar fronteiras, melhorar a estrutura do MAPA e reduzir as filas que emperram a logística nacional. Agora, trabalha para rever regras de descanso obrigatório, alegando que o bom senso também precisa caber na boleia. Na tribuna ou na estrada, Vermelho sabe de algo que é fundamental: sem caminhão não há feira, distribuição de alimentos, logística, não há Brasil.

 

Balas perdidas, fronteiras achadas

A lenda urbana de que a Tríplice Fronteira é incubadora de terroristas ganha novos contornos: o problema real não está nos túneis da Al-Qaeda, mas no balcão de uma loja de “caza y pesca”. Segundo reportagem da Piauí, fuzis entram pelo Paraguai e abastecem o terrorismo que já conhecemos: o urbano. Facções brasileiras se armam com ajuda de servidores públicos que deveriam combater o crime. O terror, portanto, não chega de turbante: ele estaria vestindo colete da União, usando crachá funcional e se locomove em viaturas oficiais.

 

Precisamos ou não de agências?

A pergunta que não quer calar: precisamos de uma agência federal de segurança dos EUA na Tríplice Fronteira? Se for para investigar as instituições brasileiras, talvez sim. A Operação Desmonte mostrou que parte da corrupção armada não vem de fora, mas muitas vezes de dentro do Estado.

 

Entre fuzis, vaqueiros e Telegram

Os agentes do tráfico não usam mais cavernas: preferem WhatsApp, Telegram e clubes de tiro em Carapicuíba. A Nova Okaida, facção paraibana abastecida com armas contrabandeadas da fronteira, é o retrato da mutação criminal no Brasil. Em vez de contrabandistas, temos “armeiros” com CNPJ, esposas com empresas de fachada e movimentações de milhões entre contas bancárias — muitas controladas por testas de ferro, laranjas e desempregados, mas extremamente eficientes. O Paraguai continua sendo o outro lado da fronteira, mas os maiores furos parem acontecer nas instituições brasileiras. Uma boa quinta-feira a todos, esperando que agosto não seja só o mês do cachorro-louco!

 

  • Por Rogério Bonato

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