Coluna do Corvo

O que será, que será?

Donald Trump acordou com a pá virada — mais uma vez — e resolveu aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. O motivo? O Brasil ousou sugerir, na Cúpula do Brics, a criação de uma moeda alternativa ao dólar. Pronto, o bilionário surtou. A simples ideia de mexer no trono da moeda americana já deixa o mercado em pânico — e Trump em fúria. A reação veio nas redes sociais, recheada de “indignações” e, claro, menções ao seu eterno crush tropical: Bolsonaro.

 

BRICS & B.O.

A reunião do Brics no Rio discutiu multilateralismo, soberania econômica e independência monetária. Assunto sério, de gente grande. Mas nos EUA, a resposta foi birra: Trump achou que estavam jogando contra ele e reagiu com o que sabe fazer melhor — tarifas. Imagine vender um suco de laranja por R$ 10, que chega aos EUA por R$ 15. Agora, com Trump, vira R$ 22,50. Resultado: sobra laranja, falta juízo.

 

Globalização em crise de ciúmes

Enquanto a União Europeia tem o euro, Trump não admite que os Brics sonhem com moeda própria. Para ele, “liberdade monetária” só vale se for com o dólar. A nova diplomacia americana é emocional: não depende de dados, estudos ou consulta ao Congresso. É movida a cismas. Se o Brasil fala grosso, ou nem isso, leva punição. Política externa baseada em ciúmes é algo inédito — e perigosamente patético.

 

Trumpnóia generalizada

Para Trump, os Brics viraram o novo “eixo do mal”. A paranoia geopolítica pinta Lula como vilão tropical e Xi Jinping como cérebro da operação. Enquanto isso, o Sul Global — com mais 15 países na reunião — começa a se articular. E isso incomoda os velhos donos do microfone. Quando o palco é coletivo, os EUA tentam puxar o cabo de som.

 

Lula no JN e o roteiro da discórdia

A entrevista de Lula à repórter Delis Ortiz não acalmou ninguém. Falou em reavaliar parcerias e buscar novos mercados. Mas trocar os EUA por Rússia, Índia ou África do Sul não é só uma questão de vontade — é de estrutura. O Brasil tem mais de dois séculos de relações comerciais com os americanos. É casamento antigo, com contas conjuntas. Separar dá trabalho.

 

Multilateralismo é videogame?

Na cabeça de Trump, multilateralismo parece nome de jogo eletrônico. Ver 20 países reunidos discutindo uma nova ordem mundial provocou chilique: “Estão tramando contra mim!”. Resultado? Aumenta imposto até em sandália Havaiana. Os turistas americanos que forem a Miami terão que escolher: chinelo brasileiro ou calçado de luxo?

 

Vizinhança geopolítica

A influência dos EUA sobre o continente sempre foi poderosa. Agora, Trump parece querer retomar o velho modelo do “pátio dos fundos”. O Brasil, ao buscar alternativas, sacode esse arranjo. Mas não será tarefa simples. Há muito mais em jogo do que retórica ou orgulho. Há interesses profundos, históricos e interdependência tecnológica.

 

E na terrinha?

Enquanto o dólar oscila e o mundo arde em protecionismo, Foz do Iguaçu segue com redemoinhos em cada esquina. Dá para pegar Saci Pererê. O Brasil real, que ainda escreve “Brazil” por modismo e pensa como estrangeiro, precisa lembrar que soberania começa aqui dentro. Essa treta entre Trump e Lula pode até acelerar o destino jurídico de Bolsonaro. Mas relaxa: os EUA não vão invadir o Brasil para salvá-lo. No fim, é tudo teatro. E a plateia… somos nós.

 

A terrinha iguaçuense

Este colunista tem se dedicado a refletir sobre o jornalismo, a qualidade da informação e o exercício profissional na esfera pública, sempre com a devida responsabilidade de preservar o respeito às instituições. Quando se aponta a existência de documentos irregulares ou falhas administrativas, o objetivo não é personalizar críticas, mas sim destacar a importância da legalidade e da ética no serviço público. O que motiva a pauta são os indícios de fraudes e a atuação diligente dos órgãos de controle, como o Ministério Público, que, segundo apurado, conduz investigações em curso. Aqueles que atuam dentro da legalidade não têm com o que se preocupar. Mas quem sabe que seus vínculos contratuais estão em desacordo com a legislação, talvez seja hora de revisar os papéis e alinhar os atos ao que a lei determina. Simples assim.

 

Questão de qualidade

O desempenho na vida pública exige mais do que boa vontade — exige competência. Um parlamentar que, por desconhecimento ou despreparo, delega sua comunicação institucional a alguém sem qualificação técnica corre o sério risco de comprometer sua própria imagem. Comunicação pública não é sobre vaidade, curtidas ou número de seguidores. É sobre clareza, estratégia e domínio do conteúdo. Assessores que atuam de forma desconectada da realidade local, ignorando o papel formador da opinião pública, acabam prejudicando aqueles que deveriam representar com eficiência. Não se trata de estética ou popularidade, mas de resultado concreto. E isso, infelizmente, ainda parece ser um ponto cego em muitos gabinetes.

 

Cota dobrada à vista?

A movimentação política em torno dos Free Shops Terrestres nas cidades gêmeas de fronteira ganha novo fôlego. No próximo dia 16 de julho, Uruguaiana será palco de uma importante reunião entre a Frente Parlamentar em Defesa da Implantação de Free Shops e a Associação Brasileira de Lojas Francas (ABLF). O objetivo central é ambicioso: ampliar a cota de compras de US$ 500 para US$ 1 mil e dobrar a litragem de bebidas permitidas de 12 para 24 litros, equiparando os números aos praticados nas lojas francas de portos e aeroportos internacionais.

 

Hora da virada

A discussão, embora técnica, tem forte apelo econômico: representa uma possível virada para o comércio fronteiriço, com efeitos diretos no turismo de compras, na arrecadação local e na competitividade frente aos mercados vizinhos. A reunião, marcada para a sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), contará com a presença da secretária estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans — um sinal claro do engajamento do governo gaúcho na causa. O Paraná precisa estivar um olho e, participar.

 

O que dizem os números (e o que ainda falta dizer)

A proposta de ampliar os limites de compra nos free shops terrestres será submetida a um estudo técnico da Receita Federal, que avaliará os impactos econômicos da mudança. O levantamento foi solicitado pelo governador Eduardo Leite (PP) e será conduzido pelo Departamento de Economia e Estatística, órgão vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul. A ideia é municiar o Ministério da Fazenda com dados concretos sobre os efeitos da medida, tanto para os municípios fronteiriços quanto para o estado. Os gaúchos se mobilizam e nós? Empresários e técnicos iguaçuenses acompanham o assunto, mas o governo municipal e estadual precisar bater o cartão institucional.

 

Férias com emoção (e cones de sinalização)

Bem-vindos a Foz do Iguaçu, a cidade das sete maravilhas do congestionamento! Julho chegou com seus turistas, suas malas e seu bom humor – que talvez não resista a três horas de fila para ver um tucano. A BR-469 virou um teste de paciência com nível “monges tibetanos”. O Marco das Três Fronteiras beira as obras da Perimetral, o centro virou pista de obstáculos para caminhões. Talvez seja hora de sermos honestos e instalar painéis na entrada da cidade: “Desculpe o transtorno, estamos atrapalhando sua viagem”. Que tal a alta temporada da poeira vermelha? Mas é tudo por um futuro melhor, dizem. Só esperamos que os visitantes voltem… um dia.

 

“Paraná da Gente” está na estrada — e em grande fase!

O programa Paraná da Gente, comandado com carisma e profissionalismo por Deoclecio Duarte, segue rodando o estado para mostrar o que há de melhor nas tradições, nos eventos e na alma do povo paranaense. Desta vez, a equipe esteve em Marechal Cândido Rondon para registrar os preparativos da grandiosa comemoração pelos 65 anos do município. O destaque fica por conta da programação de peso: a cidade se prepara para receber as cantoras Simone Mendes e Isadora Pompeo, duas atrações nacionais que prometem lotar a arena de shows. Mas o que realmente faz o coração do evento bater mais forte é o tradicional churrasco dos 50 bois no rolete, orgulho local e símbolo da hospitalidade rondonense. A festa é um marco na região Oeste e atrai visitantes de todo o Paraná. Transmitido aos domingos, às 10h, pela Rede Massa | SBT, Paraná da Gente vem escalando patamares cada vez mais altos de audiência. O sucesso é fruto de uma fórmula bem construída: linguagem acessível, imagens de qualidade e uma condução calorosa que aproxima o público das histórias que formam o estado. Deoclecio Duarte, com sua larga experiência e simpatia, tem sido peça-chave na consolidação do programa como referência em conteúdo regional nas manhãs de domingo. Quem acompanha sabe: é informação com identidade e entretenimento com raiz. E cada nova parada é um retrato vivo do orgulho de ser paranaense.

 

Força, Mônica

O jornalismo iguaçuense se construiu sobre a força de muitas vozes, e uma das mais marcantes sempre foi a de Mônica Pinto. Profissional de talento raro, fez história nas redações de Foz do Iguaçu, atuando com ética, sensibilidade e coragem em todos os segmentos da comunicação. Agora, aposentada, enfrenta uma das pautas mais desafiadoras da vida: um delicado tratamento oncológico, que exige não apenas força física e emocional, mas também o apoio generoso daqueles que, um dia, foram tocados por seu trabalho ou amizade. Mônica ajudou muita gente ao longo de sua carreira. Sempre pronta a ouvir, apurar, relatar com verdade e humanidade. Hoje, ela precisa de nós. É tempo de retribuir. Tempo de mostrar que a solidariedade que tantas vezes incentivou nos outros continua viva — e que uma legião de amigos e admiradores segue ao seu lado. Esta nota é um chamado ao carinho, à empatia e à ajuda concreta. Força, Mônica. Você vai vencer — e, como sempre, com dignidade e exemplo.

 

  • Por Rogério Bonato

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