Coluna do Corvo


 

Guerra na vizinhança

Em Foz do Iguaçu, uma médica veterinária enfrenta uma verdadeira guerra de trincheiras com o morador do lado. Desde bombinhas até marretadas, o repertório é mais criativo que desfile de escola de samba. A vítima já acionou a Justiça.  Mas até agora as autoridades  não fizeram nada eficaz para frear o agressor.

 

Foz no Fantástico

Da Vila Yolanda para o mundo — e não é meme! A transmissão do Fantástico, a revista eletrônica da Globo, no último domingo, parecia final de Copa do Mundo. Até as farmácias fecharam por falta de movimento. Todo mundo queria saber a encrenca com a vizinhança, e quem era o suposto algoz de poodles e filhotes indefesos.

 

A sociedade (finalmente) discute

No fim das contas, o episódio ao menos serviu para algo: despertou um debate necessário sobre sanidade mental e responsabilidade social. Vez ou outra, algum descontrolado sai da casinha, agride meio mundo e depois se refugia no álibi psiquiátrico. Mas até onde vai a tolerância institucional com esse tipo de comportamento? O promotor Luis Marcelo Mafra deu o tom: há um limite entre a loucura e a maldade disfarçada. E a Justiça precisa aprender a distinguir antes que o próximo “surto” deixe mais vítimas— humanas ou de quatro patas.

 

Sucesso?

O curioso — ou trágico — é que muita gente floresce porque encontra sombra em parte da sociedade. Há quem ache graça em ofensas alheias, aplauda calúnias como se fossem sátiras, e só se incomode quando o ácido espirra para o lado errado. Alimentam situações até que elas comecem a morder seus próprios criadores.

 

E quem lembra?

Talvez reste apenas esse desconforto miúdo no fundo da memória com relação a essas pessoas que tanto aprontaram: o pressentimento de que, por trás da verborragia e da crueldade disfarçada de opinião, havia um doente. Mas até isso é difícil de afirmar. Há males que não têm nome técnico — apenas deixam rastro. E é por isso que o jornalismo, mesmo quando ágil e bem-humorado, exige como alicerce a ética.

 

SAMU “corre junto”

Nem só de atletas profissionais viveu a 16ª Meia Maratona das Cataratas, realizada neste domingo no Parque Nacional do Iguaçu, que reuniu mais de 3 mil corredores nos percursos de 21 km e 8 km. Entre eles, alguns políticos locais resolveram calçar os tênis e se aventurar na corrida, transformando a prova esportiva em um divertido espetáculo à parte. Pouco preparados fisicamente, esses representantes do povo já demonstravam cansaço logo no primeiro quilômetro. Uma ambulância do SAMU seguia de perto, quase como um “personal trainer” motorizado, pronta para qualquer emergência. A cena rendeu risos e comentários irônicos do público.

 

Bolsa de apostas

Teve gente apostando se suas excelências aguentariam o percurso sem pedir oxigênio. Em tom de piada, falou-se até em entregar um troféu simbólico de “quase infarto” para o participante mais esbaforido. Apesar do sufoco, nenhum político precisou de atendimento médico de fato – para alívio geral, nenhum infarto aconteceu. Teve quem jurasse que certo vereador pegou um atalho “panorâmico” com a desculpa de contemplar a paisagem, só para recuperar o fôlego. No fim, todos concluíram seus poucos quilômetros de prova, fosse trotando ou já caminhando. Houve sorriso amarelo para as fotos oficiais e uma promessa uníssona: na próxima edição, eles juram que vão treinar antes (será?).

 

Simpatia e selfies

A Meia Maratona das Cataratas, além da competição em si, proporcionou cenas de confraternização dignas de crônica social. O empresário Deoclécio Duarte que o diga: conhecido por sua simpatia e presença constante em eventos ligados à saúde e ao bem-estar. Deoclécio cumprimentou participantes, posou para fotos e correu no seu ritmo, provando que estar ali era mais sobre celebrar a saúde do que sobre ganhar medalha, e votos. Enquanto isso, a ala das socialites locais transformou a corrida em um desfile de moda fitness a céu aberto. Com maquiagem impecável ao amanhecer e celulares a postos, algumas participantes pareciam mais preocupadas em achar o ângulo perfeito para selfies do que em baixar o tempo no cronômetro. Houve madame parando diante de cada mirante para garantir um clique digno de cartão-postal – atrapalhando de leve os corredores mais focados. No fim, o que importou é que ninguém ficou sem seu retrato “suado-e-feliz” para o Instagram, e a meia maratona ainda ganhou ares de passarela digital.

 

Pernada nos dólares

E como estamos em Foz do Iguaçu, negócios e turismo andam juntos até na hora da corrida. Não faltou quem aproveitasse a presença de corredores estrangeiros para tentar negociar um câmbiozinho durante o percurso. Diz a lenda que um brasileiro e um paraguaio diminuíram o passo no meio da prova só para fechar ali mesmo um negócio. O caso inusitado rendeu risos dos participantes em volta e reforçou o clima cosmopolita (e bem-humorado) da competição. No balanço final, a Meia Maratona das Cataratas se mostrou não só um desafio esportivo, mas também um evento festivo para toda a comunidade.

 

 

Pacificador por acidente

Mudando de assunto, o seo Donald Trump tem o sutil charme de um rinoceronte em uma loja de cristal: tromba tudo, quebra o que vê pela frente, mas, curiosamente, ninguém ouve bombas caindo quando ele está no comando. Durante seu mandato, o mundo parecia viver um raro intervalo de paz – não por diplomacia, mas talvez por medo coletivo do imprevisível. Afinal, quem se atreveria a iniciar uma guerra com alguém que poderia, a qualquer momento, apertar o botão vermelho achando que liga a cafeteira? Seu “jeitinho Trump” é tão eficaz em evitar conflitos quanto em provocar crises de nervos. E, paradoxalmente, é isso que o transforma no “malvado favorito” de multidões: um vilão que assusta tanto que o caos prefere ficar na retaguarda.

 

Paz com pipoca e guaraná

É que se depender de Donald Trump, a paz mundial será selada em um palco com holofotes, plateia e direito a merchandising. O ex-presidente dos EUA, que já foi acusado de incendiar a democracia caseira com fósforos molhados, se apresenta como negociador-mor dos conflitos internacionais. Com o seu canetão tipo pincel atômico chancela acordos como quem assinasse autógrafos, Trump surge como mediador entre russos e ucranianos, israelenses e palestinos… e talvez até entre sogra e genro. Enquanto isso, líderes globais como Macron, Lula, Scholz, Xi Jinping e o papa Leão XIV (sim, até ele) assistem da arquibancada diplomática, como se estivessem vendo um jogo da Champions League entre potências nucleares. Uns torcem, outros rezam, alguns apenas registram para postar depois. E a pergunta que não cala: Trump trará paz… ou apenas entretenimento internacional? Convenhamos, quando o árbitro da paz é alguém que confundiria um cessar-fogo com uma queima de estoque, o mundo todo quer ver o que acontecerá, com ou sem pipoca.

 

Boa semana a todos!

A todos os leitores, nosso muito obrigado pela companhia de sempre! Desejamos uma ótima semana, repleta de saúde e bons encontros. O inverno se aproxima e com ele os cuidados devem redobrar. Especialmente aos nossos idosos: vacinem-se, mantenham-se bem agasalhados e atentos à saúde. E que tal aquecer também o coração? Doe roupas e cobertores para quem mais precisa. Um pequeno gesto pode fazer grande diferença nestes dias frios. Seguimos juntos, com informação, calor humano e esperança.

  • Por Rogério Bonato

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