Coluna do Corvo

Informação certa

Todo jornalista que se preza possui fontes fiáveis. Não há uma única informação que tenha sido publicada nesta coluna que possa ser avaliada como falsa, ou fake news, a palavra que sempre sai da boca de uns e outros. Este colunista lhes assegura: não há uma autarquia, secretaria ou repartição pública desta bendita cidade, onde não existe um informante. Os chefes podem não gostar de saber de uma coisa dessas, mas faz parte do ofício.

Bye Bye Charanga da Yolanda?

Coisa nenhuma. Não vamos ser “telemelodramáticos”; que palavrão hein? O evento que foi desenhado para acontecer na Vila Yolanda, para reviver os carnavais de antigamente, atender as crianças, papais, mamães, vovôs e vovós, por pouco não foi literalmente abortado pelo Foztrans. Sem querer ser redundante, esse “literalmente” é mesmo literal, por meio de um ofício que vazou na manhã de ontem, que foi devidamente expedido e que parece ter sido redigido pelo Pero Vaz Caminha ao Rei Momo. Bastavam indeferir, sem encher linguiça. Oras, que mania de explicarem o inexplicável?

 

O indeferimento

O ofício foi enviado ao Clóvis Augusto Aires Quadros, responsável pelo bloco Papai Urso e que está à frente da organização do evento, a Charanga da Yolanda. Mas vamos aqui deixar claro, que não foi por meio dele que soubemos e sim por um dos heróis infiltrados! O documento é, portanto, público, onde o órgão que organiza o trânsito da cidade considera que o pequeno trecho da Avenida Iguaçu, especificamente a última quadra, onde não há sequer um ponto de ônibus, é fundamental para garantir o fluxo de veículos em toda a cidade e, se fechado na tarde de um sábado de Carnaval, poderá ocasionar um congestionamento histórico, com transtornos, dificuldades e desconforto aos usuários, moradores e afins. A lauda com nada menos que 31 linhas dissertativas,  sepulta o desejo dos moradores e foliões do bairro boêmio. Ela justifica, dentre outras, “impactos negativos à mobilidade”; “relevância viária”, impedimento aos serviços de ambulância e viaturas de seguranças, etc…etc… Vamos respeitar a opinião da entidade, mas não vamos desperdiçar os comentários, ainda depois de saber que o local foi finalmente aprovado!

 

Muitos eventos…

O último parágrafo do “laudo” vazado, é uma pérola. O Foztrans considera que no período do Carnaval “já há um número expressivo de eventos similares, programados para ocorrer em diferentes pontos da cidade, especialmente na região central, isso compromete a capacidade operacional dos órgãos responsáveis, pela segurança viária e fiscalização do trânsito, impossibilitando a destinação de efetivo necessário para garantir o adequado suporte ao evento solicitado”, que barbaridade, este colunista jamais imaginaria que o Carnaval de Foz será maior que Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro! Que maravilha saber uma coisa dessas! Aqui entre nós, qual força policial necessária seria essa, para conter a suposta irreverência das crianças e idosos? E este colunista gostaria muito de conhecer a tal lista com tantos eventos carnavalescos similares em Foz do Iguaçu. Ela será de grande valia aos nossos leitores preferenciais.

 

CTRL C, CTRL V

Corre solto nos bastidores, que o ofício despachado na manhã de ontem é cópia fiel de um documento que foi expedido em 2023 e 2024. Ele teria sido copiado e colado, sem a devida atenção aos requerentes. Puxa vida, isso é coisa dos tempos das repartições, onde as servidoras quase centenárias passavam o carimbo na língua, carimbavam uma via, tocava o sinal do expediente e elas mandavam o cidadão voltar no dia seguinte, para buscar a segunda via! Em caso de dúvida, o documento foi protocolado sob número 7455/2025.

 

Cabeça aberta

Se depender desse rigor e visão para a realização de eventos nas comunidades vai ficar difícil e, vale dizer que isso contraria a opinião dos novos gestores, inclusive o prefeito, General Silva e Luna. Pernambucano e certamente conhecedor dos passos de Vassourinha, e outros bons frevos, ele disse várias vezes que o Carnaval deve partir das comunidades, bairros, como acontece em outras cidades onde os festejos são tradicionais. Quase todas as regiões de Foz possuem blocos, baterias e agremiações dispostas a realizar o seu Carnaval. Silva e Luna está de sombrinha na mão (atento)!

 

Mudança

Vai ver é por isso, com essa sensibilidade e espírito de cultura popular é que o impedimento de realizar a Charanga da Yolanda na Avenida Iguaçu sofreu o retrocesso. O assunto foi estudado mais a fundo na manhã de ontem pela competente engenharia de trânsito. Sendo assim, os foliões agradecem!

 

Foi de estranhar

O atual governo é bem antenado em eventos populares, até porque muitos gestores são oriundos de cidades onde o Carnaval é esperado o ano todo e, por viverem em Foz nos últimos anos, desabafaram que o Carnaval deveria renovar forças. Aqui vai um abraço especial ao coronel Áureo Ferreira, mestre da batucada nas horas de lazer.

 

Carnaval sertanejo

Este colunista não perdeu de vista a publicação de dois editais assegurando nomes famosos no Carnaval da cidade: a Turma do Pagode e a dupla Pedro Paulo e Alex. Eles ajudarão a animar a festa na Avenida J.K. É moda o povo da música caipira sacudir a folia, sobretudo em cidades do Mato Grosso, Tocantins e Paraná.

 

Escolas sob arquibancadas

Os pais querem uma sede definitiva para a Escola Municipal Lúcia Marlene Nieradka, que fica embaixo da estrutura de arquibancadas do Flamenguinho, na Vila Yolanda. O vereador Soldado Fruet disse que Foz, uma cidade turística, choca os visitantes ao saberem que há uma escola abrigada embaixo de uma arquibancada. A maior cidade turística do país, o Rio de Janeiro abriga escolas sob arquibancadas e o povo acha o máximo em matéria de criatividade! Isso não é assim um problema, ou uma humilhação. Humilhante é criança estudar debaixo de goteira, ou de árvores, como acontece em muitos lugares. Mas o imbróglio é outro, a disponibilidade de um terreno e a construção da unidade educacional que nunca acontece.

 

Cidade Turística?

Algumas pessoas enviaram mensagens a este colunista explicando que Foz, apesar do grande número de atrativos, muitos dos quais monumentais, ainda não é uma cidade conceitualmente “turística” e que ainda falta muito para isso. Os vereadores precisam afinar um pouco melhor os discursos sobre o tema. Cidade turística é aquela onde tudo é voltado para a atividade, incluindo a produção industrial, artesanal, gastronomia, o comércio e outros segmentos que geram empregos e distribuem renda. Foz é compreendida como uma importante cidade de faixa de fronteira, polo comercial, a caminho de ser uma referência educacional e universitária, mas até cidade turística é possível dizer que acabamos de passar a metade do caminho.

 

Bola pra frente

Atentos a esses e outros assuntos, nossos ilustres vereadores podem colaborar muito para a virada de página e Foz se firmar como uma cidade turística, além de ser apenas um destino. Basta votarem leis que beneficiem os produtores de artesanato, incentivando a busca pela iconografia; com melhorias no transporte, sinalização, criando mais eventos culturais, dando vida ao regionalismo, arte e os itens que ainda restam ser incorporados.

 

Mãos de vaca

Donald Trump já ganhou o troféu de muquirana em seu primeiro governo e agora, com o Elon Musk, será o prêmio Tio Patinhas. O povo quer cortar o lucro dos bilhardários e eles dão o troco, do jeito que podem.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *