Coluna do Corvo

Dona Anamaria

O artesanato e por sua vez o artesão, serão honrados com justiça e justeza na tarde deste 18 de dezembro, com o nome da saudosa Anamaria Teigão para a mais nova estação cultural da cidade e que completa a função de um conjunto de edifícios totalmente voltados para a Cultura, artes e memória.

 

Inspiradora

Professora e artesã de mão cheia, Anamaria era também dona de uma visão futurista para o setor. Simplesmente não se conformava em ver objetos do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grane Do Sul e de outros estados, predominando nas lojas de produtos dedicadas aos visitantes e turistas. “Você entra em um desses lugares e vê rendas do Nordeste, garrafas com areia retratando praias, pedras preciosas da Argentina, chocolate de Gramado, e cadê a produção local, com esse imenso cabedal de paisagens maravilhosas, bichos, aves, o que não falta é inspiração e mercado”, disse certa ocasião a este colunista.

 

E tinha razão

As “artesanias” iguaçuenses ganharam uma nova cara ao passar dos anos, mas isso foi impulsionado por pessoas como Anamaria, que se preocuparam em criar a COART, um avanço para a época, porque só havia uma cooperativa de artesanato no país. Isso ocorreu em 1978, há 46 anos e com a ajuda de Itaipu Binacional, nos primeiros anos de sua construção.

 

Fartal

Dois anos antes, em 1976, outra iniciativa que Anamaria quase precisou brigar para realizar foi a Fartal, a “nossa” Feira de Artesanatos e Alimentos. Segundo ela, haveria uma dupla finalidade: comemorar o aniversário da cidade e mostrar o talento dos artesãos. Vamos lembrar, era uma Fartal bem mais tímida, realizada na Avenida JK, como a feira que há nos domingos atualmente, mas era muito diversificada e a cidade toda participava. A Fartal hoje é inegavelmente o maior evento popular da cidade, um bem iguaçuense e merece ser preservado, certamente levado às origens.

 

Memorial

O centro de Foz do Iguaçu, propriamente no local que consideramos o “marco zero”, ou seja, a Praça Getúlio Vargas, está se convertendo em uma área histórica e em pouco tempo, será convertido em memorial. Pode ser, as pessoas ainda não tenham entendido o delineamento que lá está se formando, começando pela Fundação Cultural, que ocupa o antigo Fórum, e atravessando a avenida que leva o nome do primeiro prefeito, Jorge Schimmelpfeng, inaugurou-se uma bela Estação Cultural, no antigo edifício da Câmara Municipal, com o nome de um dos nossos mais consagrados artistas, o Haroldo Alvarenga, um multitalento da escultura, música e também do artesanato.

 

…e tem mais…

Na mesma praça, é que será inaugurada hoje, a Estação Cultural do Artesanato, com o nome de Anamaria Teigão. Devemos lembrar que esse conjunto de edifícios é ligado ao Calçadão da Rua Rio Branco, por sua vez, abrigando também a Praça da Paz e as três pistas da Avenida Juscelino Kubitschek onde acontecem os grandes eventos, como as festas de Natal, a Feira de Domingo, dentre outros. E o futuro é ainda promissor, imaginando a construção do Centro Cívico. O edifício que hoje abriga a prefeitura, tem tudo para se transformar em museu e integrar toda a conformação cultural que um dia chamaremos de Centro Histórico, que maravilha!

 

Tempo de voa

É como na música, o tempo passa e nunca mais voltará, então vamos tratando de recordar e valorizar as lembranças. Foz precisa se preocupar mais com a memória, investindo no ato de armazená-la com qualidade, sem que isso seja uma ação apenas dos devotados e pessoas privadas que realizam a tarefa, porque sabem de sua importância. É preciso uma mão pública, por meio de orçamento, dedicação, gente envolvida e espaço.

 

“Recordar é viver!”

O ano vai chegando ao fim e incrivelmente voltamos a janeiro, e, assim vamos lembrando cada um dos acontecimentos. Esse “retrospecto” é sintomático para quem atua no jornalismo cotidiano. E como foram muitos os acontecimentos, vale a pena começar esse exercício de recordação.

 

Foi em janeiro…

O ano de 2024 iniciou com uma ventania política interessante. Mas vale mencionar, que um ano antes, no início de 2023, este colunista entrou em contato com o General Joaquim Silva e Luna e, por meio de uma entrevista, publicou que ele tinha um interesse em entrar para a política e disputar a prefeitura de Foz. Isso por si foi um rebuliço. E em janeiro deste ano o general já estava de mala e cuia na cidade, com todo o arsenal arrumadinho para enfrentar a eleição.

 

As pesquisas

E alguém acreditava que seria possível, uma pessoa estrear na política, já querendo sentar na primeira classe e ainda por cima, na janelinha? No início do ano político, Paulo Mac Donald detinha quase 60% nas pesquisas, uma margem imbatível para muitos observadores. E deu naquilo que a gente sabe e conhece bem, porque a eleição é de certa forma um evento recente.

 

Lembrando…

Silva e Luna pegou a trilha da persistência, não desistiu, foi quebrando os gravetos, um a um, engenhou o ingresso em outro partido e levou para o palanque o ídolo pop Jair Bolsonaro e o governador Ratinho Jr. No fundo, bem lá no fundo, os adversários sabiam que a parada não seria em nada fácil. Mas precisaram manter as aparências.

 

Uns e outros

Não está errado escrever que Foz do Iguaçu viveu um período de renovação e com lances dos mais diversos. Se por um lado há o que contar, sobre como o General venceu, há também o relatório de como o Paulo conseguiu perder. Mas hoje, olhando os resultados e o comportamento do eleitorado, por pouco não sobra um pedaço de pau dessa canoa. Fora a renovação e a alegria dos vitoriosos, há também outros vencedores, entre eles Aírton José e Deoclécio Duarte, que conseguiram obter resultados futuristas, um credenciamento para o que virá.

 

Aírton

Para ele, participar de uma eleição foi uma escola de imensos aprendizados. Confessou que faria tudo de novo, se voltasse no tempo, e sem medo de errar, porque aqui entre nós, não errou em quase nada, aproveitou, sim, a balada. Não se abateu em nada com o resultado, porque sabia que não seria uma jornada fácil, mas tirou dela muitos ensinamentos.

 

Deoclécio Duarte

Hoje – em algum momento – ele deve refletir ou no mínimo pensar qual seria o resultado da eleição, caso fosse escolhido ser o vice de Paulo? Olhando para a máquina de Silva e Luna, que triturou os adversários, certamente Deoclécio Duarte deve ter se convencido que não chegaria lá do mesmo jeito. O alento é que não vencer sendo o vice do Aírton, não seria tão ruim do que perder ao lado do Paulo. Escapou de um tombo maior.

 

Relações melhores

E o Deoclécio Duarte segue na sua empreitada empresarial, sempre construindo boas relações regionais. Recentemente visitou o amigo Gabriel Cadini, eleito prefeito de Matelândia, alguém com um belo futuro na política regional, pois se elegeu aos 32 anos. A Região Oeste não está somente renovando, mas inovando, com cabeças jovens no comando do setor político. Se perguntarem se o Deoclécio Duarte sentiu um gostinho na política local e se arriscará em 2026, isso precisam perguntar para ele.

 

Composições

E como todo mundo está de olho nos movimentos pelas bandas da prefeitura de Foz, há eventos para todos os gostos. Um é o anúncio de Chico Brasileiro sobre o saldo positivo, em torno de R$ 140 milhões. O valor deve cobrir os compromissos, para o alívio do sucessor Silva e Luna, que por sua vez, segue anunciando o secretariado. Silvana Garcia comandará a Educação e Edinardo Aguiar o Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Agricultura, com ares mais avantajados na pasta.

 

La nave vá…

E assim Foz vai caminhando, encontrando o seu destino, que sempre vai dar em coisas boas e promissoras. Uma boa quarta-feira a todos!

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *