No Bico no Corvo
O dia seguinte
Eleição é assim mesmo, se não é festa é ressaca. O resultado das urnas agrada, desagrada, decepciona, alivia, entristece, exalta, enfim, proporciona um pouco de cada sentimento nos eleitores e candidatos. Teremos dias emocionantes pela frente e o acirramento ideológico mais do que presente, superior ao que vivenciamos no primeiro turno. Apertem os cintos.
As pesquisas
Os números atenderam às expectativas do PT, com Lula emplacando os 48,43%, bem próximo de como apontaram IPEC e Datafolha. Já Bolsonaro superou de longe os números, chegando aos 43,20%, uma diferença bem mais estreita que a anunciada. Esse fenômeno deverá ser bem explicado, sob pena de descredibilizar os institutos. De qualquer maneira, para se reeleger, o presidente terá que superar a diferença de mais de seis milhões de votos (6.186.367).
Reagrupamento
Bolsonaro e Lula entraram nos vestiários e se preparam para o segundo tempo, sem prorrogação. As equipes estão avaliando os números e o comportamento do eleitorado. Inicia-se uma negociação sem precedentes entre partidos, em busca de apoios, com outro tipo de marcha eleitoral, levando em conta o peso dos eleitos. É completamente incógnito o resultado. Todo o processo é cercado de cautela e qualquer erro será convertido em desastre. Ganha a democracia!
O Congresso
Teremos um novo perfil de casas legislativas, tanto nos Estados como em Brasília. A direita está bem ampliada e isso deve aumentar o debate. Independentemente do resultado do segundo turno, Bolsonaro está muito fortalecido.
Matemática aliada
No campo do estica de puxa votos no segundo turno, estão no alvo e em evidência a senadora Simone Tebet, perto dos 5 milhões de votos e Ciro Gomes, com 3,5 milhão. Simone, diga-se, se pronunciou e disse que não se omitirá. Ciro ameaçou colocar o burro na sombra, mas preocupado com os “efeitos sinistros” do que virá, deve se posicionar também.
Apoio do padre
Quem andava meio acabrunhado foi o padre de quermesse Kelmon, com votação inferior a deputados. Difícil alguém esperar que ele cole a imagem, com a intenção de ajudar.
Congresso multivariado
Teremos um pouco de tudo em Brasília, como o astronauta Marcos Pontes no Senado; Teresa Cristina; o homem que passa a boiada, Ricardo Salles, Celso Russomano, Marina Silva, Pazzuelo e aí por diante. Guilherme Boulos ultrapassou a casa de um milhão de votos. Bolsonaro fez bigode e barba, só falta o cabelo no segundo turno. PL tornou-se o partido mais forte na Câmara.
Paraná
No executivo não houve surpresas, Ratinho tinha folga para vencer, beirou os 70% dos votos, mas a eleição de Sérgio Moro foi quem pegou muita gente desprevenida. Álvaro foi de um dia ao outro, parar bem no meio do “lost” da política. As pesquisas erraram feio nesse prognóstico. De outra maneira, muita gente não entende como no Estado em que Bolsonaro fez 55,26% dos votos, não emplacou o Paulo Martins na vaga do Senado da República.
Economia
Bom, o Congresso Nacional pelo menos economizará em dependências funcionais, uma vez que Moro foi eleito pelo Paraná e, sua esposa, Rosângela, é deputada federal por São Paulo.
Em Foz
A festa foi familiar na fronteira, com Vermelho e o filhotão Matheus dividindo o churrasco. Quer dizer, fizeram uma festa apenas de comemoração da vitória. A família representará a cidade duplamente, em Curitiba e Brasília. O Corvo cantou a pedra, aliás, isso o GDia fez o tempo todo. Mas os números de Foz são interessantes, a abstenção foi de 19,11%, brancos 4,84% e nulos 4,86%. Ratinho fez 74,67% dos votos.
Vermelho pai
O deputado federal esperava a reeleição com uma margem bem maior de votos, algo acima dos 100 mil. Mas melhorou o escore em relação a última eleição. E, 2018 fez 70.001 votos e agora 70.790. Ou seja, 789 a mais. Em nossa cidade, Vermelho fez menos votos do que em 2018. O placar de 2022 foi de 18.525 votos.
Vermelho filho
Matheus seguiu a receita do pai e mestre: foi buscar votos em outras cidades. Foi o terceiro mais votado em Foz, com 10.884 votos; ficou atrás de Rosa Maria (19.025) e Solado Fruet (13.667). O “Vermelhinho” fez a lição de casa e levantou o caneco na primeira eleição. Trabalhou bastante nos últimos quatro anos.
Só na cidade
Foz dificilmente elegerá deputados se ficarem gastando a sola apenas na cidade. Para se elegerem, terão que aterrissar de paraquedas em outros domicílios. É uma lição que precisam aprender. Rosa Maria fez apenas 5.563 votos em outras cidades e Soldado Fruet, ficou de fora porque angariou apenas 12.957 em outras freguesias.
O mais votado
Luciano Alves foi o candidato a deputado federal mais votado em Foz, com 18.639 votos, mas conseguiu apenas 6.226 além das fronteiras da cidade. Ele calça um bom número para as eleições municipais, com uma vitrine a lhe servir para algo.
O menos votado
O vereador Maninho, segundo os mapas do T.R.E fez 94 votos totais. Mas muita gente disse que ele abandonou a campanha lá no começo, poupando esforços. Ramiro Leite do PTB, fez 673 votos e sem precisar muito empenho ganhou fácil do Padre Kelmon na cidade, candidato à presidência pelo seu partido, com exatos 100 votos.
Mito às avessas
O Compadre Valentim, sob o slogan de “Mito Fundante”, conseguiu a extraordinária marca de 487 votos, para deputado federal, sendo o segundo menos votado. Já a estreante Valentina (PT), com seus 8.281 votos, desbancou nomes como Bibiana Orsi, João Morales, Hamilton Seriguelli, Joel de Lima, Nelton Friedrich, e Protetora Carol. Depois de votações assim, há quem ameace pendurar as chuteiras.
Chico x Chico
O vice-prefeito Delegado Sampaio fez 7.548 votos, levou a pior na queda de braço com a turma do Chico Prefeito. Perdeu até para o Sidnei Prestes, que se abraçou com candidato de fora. A briga de gabinete parece não ter rendido bons frutos para o delegado.
Taxa de vencimento
O cenário político tem disso, o tempo passa e o desgaste pega em algum lugar. O que pensar de gente como Gustavo Fruet, Rubens Bueno, Evandro Roman, Takayama, Christiane Yared e Hauly longe de serem eleitos. Em alguns casos beliscaram a suplência, mas isso é um status de rebaixamento levando em consideração o peso dos nomes.
Bufa cheia
Em contrapartida há quem não tenha onde enfiar tantos votos, como Deltan Dallagnol (344.917 votos); Gleisi (261.247) e Felipe Barros (249.507) os três mais votados para deputado federal no Paraná. Beto Preto, graças ao desempenho frente à Covid faturou 206.898 mil votos! O desempenho da secretária de Saúde Marcia Huçulak lhe rendeu vaga na ALEP, com 75.659 mil votos.
Seo Bakri
Desta vez Hussein Bakri não levou susto. Foi o sétimo mais votado para a ALEP, com 97.681 mil votos. Não passará sufoco negociante na suplência. Ele, aliás, fez 2.805 votos em Foz.