No Bico do Corvo

Lula x Bolsonaro

O presidente deveria esquecer um pouco o antecessor. Parece que todo discurso do Lula é pautado pela lamúria do passado e as maldades do Bolsonaro. Dizem que essa estratégia não é em nada boa e mantém o ex-presidente vivinho da silva.

 

Lula x Campos Neto

Prezado Corvo, não dá para entender bem algumas coisas e como você é um pássaro esperto poderá nos ajudar. Qual a razão do Lula fazer essa queda de braço com o presidente do Banco Central, quando o órgão é vinculado ao governo? Porque ele simplesmente não indica outro nome e ponto final?

Marcio N. M. Santinni

 

O Corvo responde: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz críticas ao Banco Central, pois trata-se da autoridade máxima na execução da política monetária. Lula pega muito no pé do economista Roberto Campos Neto, presidente da instituição, indicado por seu antecessor Jair Bolsonaro. Acontece que a Lei de Autonomia do Banco Central, sancionada no início do ano passado, garante mandatos fixos ao presidente e diretores do BC em formato intercalado para um mandato de quatro anos, logo, Roberto Campos Neto, deverá permanecer no cargo até dezembro de 2024, a não ser que peça para sair, ou Lula use de outros expedientes para trocá-lo. Esse recurso pode ser criado através do Senado da República. Olhando para a permanente fervura política é melhor engolir o Campos Neto até o ano que vem.

 

Incômodo

O presidente Lula manifesta publicamente sua insatisfação e isso, no fim das constas, acaba causando incertezas no mercado, impactando a curva de juros e o câmbio, dentre outras. Se o presidente der um espirro, dependendo o momento, isso mexe com a economia e sacode o mercado. Lula discorda frontalmente da condução da política monetária, O Banco Central e uma autarquia federal, hoje vinculada ao Ministério da Fazenda, onde está o Fernando Haddad, um dos braços fortes do atual governo.

 

Panos quentes

Haddad tem demonstrado um jogo de paciência com Campos Neto e ambos avançam nos entendimentos, sob o olhar intranquilo de Lula, feito dragão na moita, pronto para chamuscar o desafeto. O mercado, de um modo geral, não desaprova a condução do presidente do BC, um profissional respeitado pelas organizações financeira do Brasil e de outros países. Ontem Campos Neto declarou que fará de tudo para “aproximar a autoridade monetária do governo”. Setores petistas entenderam a fala com peso de arrogância.

 

No Senado

Lula pode empreitar uma ação para retirar Campos Neto do Banco Central, mas isso exigiria um esforço concentrado, furando a fila de pedidos mais urgentes. Ou seja, seria uma barganha desnecessária e por isso, Haddad, Henrique Meireles e até Aloízio Mercadante jogam panos quentes e trabalham o diálogo.

 

Quem é Campos Neto

Se competência e profissionalismo fossem uma herança, Roberto Campos Neto seria imbatível. Ele possui uma ótima formação e respeito no mercado, e é também neto de Roberto Campos, considerado uma das personalidades mais importantes da área em todos os tempos no Brasil. Foi um dos condutores do “milagre brasileiro” nos governos militares e por isso, talvez, Bolsonaro tenha fixado a ideia de levar o “neto” para o Banco Central. Há um pequeno detalhe: o Campos Neto não é assim alguém com todas as qualidades do avô, a começar pela diplomacia. Roberto Campos, o vovô, foi o embaixador do Brasil nos Estados Unidos num dos momentos mais críticos da história, no auge da guerra fria, quando os russos estavam prontos para despejar ogivas a partir de Cuba. A biografia do economista é fascinante e tudo está bem registrado em sua obra “A Lanterna na Popa”, que o Corvo leu de cabo à rabo. Resumindo, a remoção de Campos Neto é um bicho de oito cabeças, mas a taxa de juros na casa dos quase 14%, é um monstro de 20 cabeças. Os economistas estão divididos.

 

Edital desconfortável

Prezado Corvo, entendo que o edital publicado pelo presidente do Conselho do Country Club de Foz do Iguaçu é uma formalidade jurídica, com a finalidade de organizar a lista de associados e coisa e tal, mas poderia ser diferente, um pouco mais sensível às famílias, algumas ainda sob o manto do luto. Não pegou em nada bem e mexeu com o brio histórico, uma vez que quase todos os mencionados na relação, e, aguardados ao comparecimento nas dependências do clube, são muito queridos pela sociedade e deixaram muitas saudades.

L.A.V.M (A leitora pediu para não ter o nome revelado).

 

O Corvo responde: prezada, o assunto rendeu muita polêmica em vários grupos familiares e há quem esteja pensando em fazer uma representação contra o clube. O responsável pelo edital certamente levou alguns pitos diante da medida causadora de desconforto.   

 

Reformas administrativas

O Corvo publicou notas dando conta de virtuais mudanças na prefeitura e isso atiçou o imaginário de muitas pessoas. O prefeito Chico virou saco de pancada e duplamente. Primeiro pelos que receavam encarar o facão, com medo de perder a boca; segundo, por uma porção de urubus que ficam de butuca em cima da cerca, esperando alguém cair, para tentar preencher a vaga. Qualquer cargo nomeado na coisa pública gera esse furdunço. O mundo político só sabe viver assim, se agarrando na teta pública.

 

Qualidade

No mais, quem consegue uma vaga em qualquer nível de escalão deve saber que haverá uma vigília permanente por parte do prefeito, secretários e também dos servidores, porque é ruim um “estranho no ninho” que não quer saber de trabalhar. A carreira é curta para os que não desempenham bem o papel. Dá no mesmo no Legislativo.

 

“Agentes de Apoio” buscam apoio

 

Os “agentes de apoio” da rede municipal de ensino pedem apoio para suas demandas que incluem modificar suas atribuições legais para regulamentar serviços que já fazem na prática. A legislação hoje não permite que trabalhem diretamente com alunos e isso acaba engessando as funções. Como o Corvo frisou antes, isso já é exercitado na prática. Além de outras demandas que esses agentes encaram. Isso é uma questão histórica e que precisa ser resolvida.

 

Morales de diálogo

O presidente da Câmara suspendeu a sessão desta terça-feira (14) para atender os agentes de apoio. A conversa foi na Sala das Comissões, com vários agentes e vereadores.

 

Falando no diálogo

Chegou ao Corvo que a falta de jogo de cintura e diálogo do atual líder do Governo, vereador Alex Meyer, está de fato mexendo com a cabeça da gestão pública e aumentam as possibilidades de indicarem outro nome para a tarefa, com o perfil mais conciliador, que consiga conversar com todos, os da base e inclusive com a oposição. Há um nome, mas o Corvo não vai revelar antes de sondar melhor. Não caiam de quatro se o nome for da oposição. Em política o improvável sempre dá as caras.

 

Invertida do João

E no meio dessa pressão e demonstrações de inabilidade, acontece mais uma fala desastrosa do vereador Alex Mayer na tribuna. Ele resolveu dar uma “lição de moral” no presidente João Morales, mas levou foi uma invertida. João, que já mostrou que não leva para casa e não é de se intimidar, foi cirúrgico. Profetizou-se a velha lição: quem tem a boca grande não entra em festa no céu!

 

Itaipu: sai ou não sai?

Ainda há muita expectativa sobre as nomeações de diretores na Binacional. Apesar da escolha do Ênio Verri, ainda faltam ao menos outros cinco nomes para completar o time brasileiro e, há quem diga, apareceria nomes de iguaçuenses na lista.

 

Quem será?

Uma mulher da política local pode preencher vaga no primeiro escalão da Usina. O nome de um ex-vereador influente também estaria na lista. Ao que tudo indica, a fumaça branca surgirá logo depois do carnaval.

 

E chegou… o Carnaval…

As coisas andam um pouco frias em Foz, a não ser as batucadas desafinadas nos ensaios dos blocos. É preciso tomar uma Kaiser para aguentar, pois não se sabe se é preparação de fanfarra cívica ou arremedo de escola de samba. Uma barbaridade!

 

O que falta em Foz?

Falta a iniciativa de grupos que propaguem e mantenham vivas as marchinhas, verdadeiras pérolas da nossa cultura. Neste mesmo período em Olinda, Recife, bairros de Salvador, Rio de Janeiro e em alguns redutos paulistas e mineiros, as pessoas vão às janelas para apreciar a cantoria, com os “blocos da saudade” que em geral abrem os festejos carnavalescos. O Corvo esses dias escreveu sobre marchinhas e um leitor enviou carta perguntando “o que era isso?”. Imagina? Apesar de todos os esforços da Fundação Cultural, o Carnaval da Saudade precisa encontrar um local definitivo, que não seja no meio do fervo.

 

Semana que vem

Algumas pessoas levam o Carnaval muito à sério, outras nem tanto, a exemplo deste Corvo, que não olha mais nem os desfiles das Escolas de Samba pela TV. Chega uma altura da vida de que a gente quer mais é o sossego, sem aporrinhação e nervosismo para achar estacionamento e enfrentar a multidão, com as rus cheia de bebuns irresponsáveis. Podem chamar o Corvo de chato. Todos os anos este colunista precisa gastar água lavando o muro da casa, que vira mictório de foliões, uma fedentina que não desgruda. Bom, na semana que vem começa a quaresma e o ano também. Que venha 2023 pra valer!

 

Frase inadequada

Esses dias alguém reclamou para o Corvo o fato de colocarem um ponto de ônibus em frente a sua residência. O leitor escreveu: “a frente da minha casa parece banheiro de rodoviária, virou ‘mijador’ público. Alto lá, esse tipo de comparação não se adapta aos banheiros da Rodoviária de Foz, mais limpos e asseados que cozinha de hotel cinco estrelas. Vamos combinar, os serviços da Rodoviárias são impecáveis.

 

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