No Bico do Corvo
Terrorismo sim
As ações são tipificadas. Quando o povo vai às ruas, manifesta; quando danificam e promovem quebra-quebra, vandalizam; ao queimarem ônibus e bens públicos, depredam e, ao derrubarem torres elétricas, explodirem pontes, dentre outras, praticam atos de terrorismo. O que aconteceu em Brasília foi arruaça, vandalismo, depredação, molecagem, vadiagem, e um pouco de tudo. Derrubar torre de transmissão de energia, com a intenção de interromper o fornecimento às cidades, hospitais, forças de segurança, isso é ato de terror. Está um degrau acima das demais ações; anda parelho com derrubar avião, e essas situações lamentáveis, que colocam a vida em risco. O Brasil anda discutindo muito isso.
Posições
Aí um deputado ou senador aparece para votar e não concorda com a utilização do termo “terrorismo”. Muita gente cai de pau, porque os nervos estão aflorados, mas o caso é que o parlamentar pode estar certo. Não se pode punir com “terrorismo” um arruaceiro, vadio, que incorporou a turba com a intenção de avacalhar. Ele responderá pelos virtuais danos causados ao patrimônio público, mas até ser condenado por atos de terrorismo, há uma grande diferença. Agora, não pode ser chamado de vândalo a pessoa que deliberadamente derruba uma torre de fornecimento de energia. Ela praticou um ato de terror, sobretudo se organizado e premeditado. Em todos os casos é o Ministério Público quem vai apurar e denunciar e cabe à Justiça julgar.
Discussões
É para ver como a tipificação dos atos é importante; até políticos ligados ao governo não concordam com a utilização de termos supostamente equivocados; para o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, o conjunto da obra leva ao “terrorismo” porque houve a intenção de paralisar o sistema, impedindo o funcionamento dos poderes. Mas individualmente as ações vão da arruaça, depredação ao vandalismo. Essa encrenca vai longe. Haja bolso para indenizar o prejuízo. E, considerando que esses crimes são contra o patrimônio público, os envolvidos certamente estarão impedidos de votar, pelo menos nas próximas eleições. Em geral isso se configura como punição também.
Inocência
Aqui entre nós, muitas pessoas foram induzidas e transportadas até Brasília como massa de manobra. Precisa haver esse discernimento, porque há idosos que declararam nem saber ao certo que o que faziam lá. Algumas mulheres levaram filhos pequenos. “Me disseram que era uma viagem para Brasília para conhecer a capital e não que seria uma guerra, como aconteceu”, disse uma das pessoas detidas, segundo um site de Brasília. É provável que existam muitos inocentes e é por isso que há uma certa flexibilização. Se conseguirem culpar quem de fato financiou, promoveu, causou a bagunça e depredou bens públicos, já estará de bom tamanho.
Não vai parar
Ingenuidade acreditar que Jair Bolsonaro desperdiçará a oportunidade de agitar, ainda mais agora, sem o aparato público que lhe dava gás e proteção. Ele vai a todo custo empreender ações de oposição e, se defender de perseguição política, em caso de decretarem a sua prisão.
Responde
Há vários processos em curso e que podem resultar em pedidos de prisão, até porque Bolsonaro não fica quieto e incomodará as investigações. Fará certamente o papel de vítima, a história nos ensinou que os políticos presos agem nesse viés.
Uma coisa e outra
Há uma diferença absurda na maneira como duas palavras são empregadas: “Político” e “Preso”. Por exemplo, o “preso político” pode ser um perseguido pelo sistema, ou vítima das artimanhas de opositores; ou de golpes. Já um “político preso” será possivelmente o envolvido em crime de corrupção, ou algum escândalo do “colarinho branco”. De uma forma ou de outra uma coisa é certa: está aberta a temporada de caça ao Bolsonaro.
Gringo abestado
Bolsonaro tem lá os seus aliados de língua afiada, como é o caso do Donald Trump e seu ex-marqueteiro e secretário, que insiste em dizer que “o povo brasileiro ainda aguarda resposta sobre o resultado das eleições”. Só se for no mundico dele. Steve Bannon vê a batata assar e dificilmente escapará da cadeia.
Guerra contra a direita
Os atos em Brasília serviram como luva de pelica para os amantes da democracia em todo o planeta. As imagens são usadas para meter pavor nas intenções da direita, que tem lá a fachada meio autocrática. Já foi o tempo de acreditarem que o sistema pode mandar no cidadão, como bem entender. Não é assim.
Na Avenida Brasil
O povo das manifestações que se cuide, porque os setores de inteligência estão trabalhando duro. No final da tarde da terça-feira, um grupo de umas dez pessoas retornou para a esquina da Avenida Brasil com a Av. República Argentina; levaram faixas enroladas e bandeiras inclusive. Um comerciante se aproximou e disse que haveria uma câmera camuflada em algum lugar, os bolsonariastas acreditaram e foram embora. Mas eita gente insistente hein?
Fez um favor
Corvo, não sou chegado em criticar e nem rotular as pessoas pelo que pensam sobre política. Sou da paz e da liberdade, mas pensando bem, o seo Jair Bolsonaro nos fez um grande favor: ajudou a revelar uma porção de ignorantes e insensatos, que não imaginávamos que existiam. Várias pessoas, que se passavam por amigos, se revelaram ao longo do processo. Graças a Deus, hoje sabemos quem são, o que pensam e do que são capazes. Essa espécie de reciclagem no campo da amizade está afetando a todos. Algumas pessoas se tornaram insuportáveis, mesmo assim exercem os seus direitos, não é? Que se encontrem e sigam os seus caminhos.
P.P.G.L (O leitor pediu para não ter o nome revelado)
O Corvo responde: apesar das convicções, algumas inadequadas se levadas aos termos constitucionais, isso tudo faz parte da democracia. É difícil imaginar que algumas pessoas prefiram viver sob um golpe de Estado, com regras e limitações e regimes endurecedores, do que livremente. Como alguém prefere a vida pautada pelo AI 5, por exemplo? Chega ser hilário imaginar isso. As liberdades foram duramente conquistadas e devemos zelar por elas. Preservar a Democracia ainda é o melhor de todos os recursos.
E como é que fica?
Corvo, aconteceu toda essa confusão e o resto do governo? Como ficam as obras, as nomeações, será que isso vai demorar? O Brasil afinal precisa andar não é? Agora estão falando em adiar tudo para depois do Carnaval. Oras, tenham dó.
Lúcio K. B. Soares
O Corvo responde: prezado, tudo anda normalmente. Em Foz os caminhões voltaram a trabalhar nos canteiros. Para se ter ideia, no domingo havia um vai e vem de caçambas despejando terra por todo o trevo do Carimã. No campo da política é só ficar de olho no Diário Oficial e saber das nomeações. Elas ocorrem às pencas.
Coisa mais linda
A foto do EcoParque Itaipu nos dá uma dimensão do tamanho da área, ou seja, dos 114 hectares entre a Vila A e a BR 277. O verde é praticamente pentagonal e há quem já fala em revitalizar o espaço onde está o CTG Charrua como portão de entrada, afinal de contas lá há estacionamentos e tudo o mais. Alguns gaúchos estão incomodados de largada.
Áreas de conservação
A cidade precisa sim debater e criar as áreas de conservação, até porque muitas aos poucos acabam desaparecendo. Há uma porção de terrenos que são em verdade áreas verdes e que estão se tornando descampados, a exemplo do que acontece próximo da Vila Portes. O que poderia ser uma praça, é depósito de lixo, pedaços de móveis e utensílios. O estado de alguns locais é simplesmente deplorável.
Várias e várias áreas
As ruas de Foz são muito verdes e algumas exemplares. Isso merece uma catalogação bem eficiente e um programa de manutenção protetiva. A Secretaria de Meio Ambiente já faz esse serviço e muita gente não faz ideia do quanto isso consome de recursos. Mas o fato é que há muitas áreas que podem ser convertidas em parques, como o caso de antigas pedreiras e arroios. O Monjolo, bem ao lado da feirinha da JK pode ter os muros derrubados e estendido até a margem do Rio paraná. É uma das fases do projeto que propõe os “Parques Lineares”.
No eixo turístico
Corvo falam tanto em criar um centro gastronômico da Vila Iolanda, mas tem algo que está me preocupando. Bem no início da Avenida das Cataratas, de frente para restaurantes, há o espaço de um antigo posto de gasolina que se converteu em depósito de recicláveis. Tudo bem, é uma atividade honrada e importante, mas o visual não é em nada agradável para quem frequenta o perímetro ou visita à cidade. Deveriam pelo menos colocar tapumes ou cercar o terreno, de maneira que a bagunça ficasse do lado de dentro e não exposta, do jeito que está. Espero que a prefeitura tome as devidas providências.
Vera Lúcia C. Nadal
O Corvo responde: ontem mesmo o Corvo passou pelo local e teve a mesma impressão. Apesar de haver organização, o que acontece lá não condiz em nada com o eixo turístico. Mas pode ser, isso seja temporário, porque segundo disseram a este colunista, toda a estrutura do antigo posto de gasolina será demolida, e o terreno entregue para a especulação imobiliária.