No Bico do Corvo

O abrigo

O Estado de São Paulo tem servido como o QG de ex-ministros e componentes do governo Bolsonaro. Será possível ter uma ideia de como seria o Brasil sem a figura emblemática do ex-presidente, uma vez até que muitas pessoas que integravam os primeiros escalões viviam reclamando dele. O recém assumido governador Tarcísio de Freitas disse que as nomeações serão bem observadas e qualquer titubeada será motivo de troca. O homem não entrou para brincar, dizem.

 

No Paraná

Hussein Bakri continua sendo o cara. Comandará as relações do governo com as outras bancadas na ALEP e claro, representará os interesses de Ratinho Júnior em quase todas as regiões paranaenses. Pelo momento o governador ainda faz uma espécie de arranjo geral, mexendo nas pedras que há em seu tabuleiro, mas uma coisa é certa: Bakri terá plena mobilidade.

 

Prates na Petrobrás

O senador Jean Paul Prates, que é do PT de Rio Grande do Norte, deve ser sim o presidente e também membro do conselho de administração da estatal. A indicação tramita na Casa Civil da Presidência da República. Nomeações assim devem cumprir um rito, e a indicação de Prates já havia sido anunciada pelo presidente Lula em 30 de dezembro.

 

Quem é esse cara?

O povo pergunta, porque a indicação mexe diretamente com o bolso dos brasileiros consumidores de combustíveis e derivados. Além do mais, Prates é um velho conhecido deste humilde colunista. É advogado, economista, ambientalista, empreendedor e, dirigente sindical. Possui uma biografia e tanto. Se Lula deixá-lo trabalhar, poderá surpreender.

 

E sabe do batente?

Jean Paul possui mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Ele tem 54 anos, portanto metade da vida dedicou ao assunto; participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro) no final da década de 1980. Em 1991, fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo. Ele também trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energias renováveis, biocombustíveis e infraestrutura desde os governos de Fernando Henrique Cardoso. Já assumiu o posto de secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.

 

Na política?

Acontece que em 2014, foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período 2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do Norte. Nas lides do Senado foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e da Frente em Defesa da Petrobras.

 

Currículo é bom

Prates cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.

 

E o que pensa o Prates?

Após a reunião com Lula em Brasília, no final do ano passado, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos combustíveis. Ele acredita que a estatal precisa ir além da exploração do pré-sal, pagando os dividendos aos acionistas. Em outras palavras, ele quer diminuir a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial nas refinarias.

 

Renováveis

O senador, como ambientalista, quer que a Petrobras foque a atuação em energias renováveis. No fim das contas, sabemos que há metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.

 

Os preços

Prates defende mecanismos de amortecimento nos preços dos combustíveis quando ocorrerem altas impostas pelos mercados internacionais. Ele possui um projeto ousado de subsídios para manter os consumidores felizes. Apesar de ser um conhecido crítico da política de preços da Petrobras, que é atrelada à variação do dólar, garante que não patrocinará medidas intervencionistas na empresa; tudo será discutido pelo conselho de administração. Tomara tudo isso dê certo.

 

Será que baixa?

Pelo momento, os preços dos combustíveis irão baixar se o mercado internacional contribuir. Com o dólar subindo, é provável que o governo tenha que se virar nos 30 para segurar o valor que está nas bombas. E o dólar sobe em razão das desconfianças do mercado financeiro. Isso está diretamente atrelado aos efeitos políticos, infelizmente.

 

Explica aí queda na bolsa e dólar alto

Corvo, tá difícil entender, porque se houvesse tanta euforia assim, o mercado financeiro reagiria positivamente. Você que é um pássaro antenado, explica aí a razão do aumento do dólar e a queda nas bolsas?

João Carlos R. S. Fontana

 

O Corvo tentará responder ao leitor: os economistas asseguram que esse efeito acontece em razão das medidas e anúncios do novo governo. No 1º pregão após posse de Lula, o dólar subiu a R$ 5,36 e a Bolsa caiu 3,06%. O Ibovespa, que é o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), despencou os mais de 3%, principalmente, pela desvalorização das ações da Petrobrás em 6,45% da PETR4 e 6,46% da PETR3. A caspa está estourando igual pipoca na cabeça dos acionistas. Segundo os especialistas, o mercado deve reagir positivamente ao sinal das primeiras medidas, caso de fato sejam otimistas.

 

Rebuliço

Corvo, olha isso, o Lula nem assumiu e uma ala de petistas já começou a falar em eleições de 2026. Puxa vida será que não conseguem ver que isso prejudica as conversas com os aliados?

Rafael J. C. Silva

 

O Corvo responde: e político consegue ver alguma coisa que não seja o voto ou algum tipo de maneira de se manter no poder? Não vamos generalizar, mas 99,9% de quem possui mandato pensa igual diretor de escola de samba: o desfile ainda não terminou e precisam vislumbrar os preparativos do próximo ano.

 

O velho e bom pote de mel

Apesar de ser o terceiro governo de Lula, muito integrantes são novos e ainda não experimentaram o gostinho do poder. Disseram ao Corvo, que uma das grandes preocupações é de justamente não deixar que a vaidade empurre algumas pessoas para a lambança, o que é bem fácil de acontecer, quando o sucesso sobe à cabeça igual cachaça de rolha.

 

O jogo das acomodações

Muita gente deve estranhar o que fazem alguns novos ministros, quando mantém nomes conhecidos em seus escalões. Muitos desses componentes são servidores concursados e acabam transitando nos cargos de um governo ao outro, em geral, por conhecimento e competência.

 

2022 ano de recuperação

O setor de Turismo está em êxtase, com afirmações de que os números de 2019 já foram até superados em Foz. O problema agora é saber a razão de alguns empresários choramingarem tanto, quando deveriam ser só sorrisos.

 

Outro órgão?

O Estado criou o “Serviço Social Autônomo Viaje Paraná”. Que nome mais esquisito hein? Uma barbaridade. Tomara que funcione e por fim, o governo consiga emplacar políticas que realmente contribuam com o setor, porque até agora isso não aconteceu. Dizem que potencializar o Turismo como economia é uma das metas de segundo mandato de Ratinho.

 

Câmara devolve

O legislativo devolveu aos cofres da prefeitura mais de R$ 2,9 milhões. Todos os anos publicamos informações assim, pois elas nos são enviados como as ações merecessem um prêmio Nobel. O certo é ajustarem o orçamento de maneiras que não se precise de um exercício de benevolência. Ou seja, devem repassar para a Câmara o que verdadeiramente utilizarão no exercício, sem um tostão a menos e nem a mais. O dinheiro devolvido poderia ser usado ano passado em uma porção de coisas.

 

Empregos gerados

Corvo, segundo publicado em seu jornal, foram gerados 3.538 empregos com carteira assinada em um ano? É isso? Considerando uma cidade com mais de 200 mil habitantes e uma porção de setores econômicos é pouco, não acha?

Geraldine B. F. Dantas

 

O Corvo responde: os economistas não pensam assim. Segundo disseram a este colunista, devemos imaginar todo o contexto, onde se inclui a abertura de postos de trabalho, demissões e o comportamento dos negócios. Mais de 3 mil empregos é um número bom, mantendo a cidade entre as que mais formalizaram vagas laborais, sobretudo no cenário da recuperação econômica.     

 

Referência Nacional

Isso é uma realidade: o Programa de coletiva seletiva de Foz do Iguaçu é sim uma referência nacional. É quando a economia verde faz a diferença. Com o recolhimento de mais de 2,1 mil toneladas, garantiu-se a geração de renda para cerca de 140 famílias. O programa foi implantado 2018 e atua exemplarmente na conservação ambiental, atendendo 100% dos imóveis das áreas urbana e rural do município.

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