No Bico do Corvo

Sem novidades

Ninguém esperava manifestações diferentes por parte dos políticos que foram à Avenida Paulista no domingo, apoiar o clã Bolsonaro e os baderneiros de 08/01. Foi sim uma surpresa o pedido chorado por clemência. Seria bem melhor terem mantido o foco oposicionista, assim, pelo menos, não haveria risco de reconhecerem a intenção golpista. Muitos analistas isentos acreditam que o evento acabou saindo um tiro no pé.

 

Prisão

Bolsonaro demonstrou um pavor público de ser preso. Mas ao que parece, isso é para ele uma necessidade, assim ampliaria a ira dos seguidores e posaria de vítima. Não há, na história da humanidade, um episódio onde presos políticos saem por baixo. Na cadeia é que recuperam as forças, meditam, repensam e se reconstroem. Bom, depende a fundamentação da denúncia ou se ela será acatada.

 

No domingão

A PF, segundo o jornal Folha de São Paulo, avaliou que o discurso de Bolsonaro reforça a apuração sobre golpe. Isso aumenta as chances de prisão, porque em sua fala, dá a entender que sabia e conhecia bem o teor da minuta golpista, que visava impedir a posse do presidente Lula. Bom, se para alguns Bolsonaro era mito, será convertido em mártir, depois de ser preso. Para a oposição, é difícil saber o que é pior.

 

Queda ou ascensão?

Há um botão que regula a popularidade de Jair Bolsonaro, como fosse chama em fogão. Ele é literalmente o governo Lula. Se acerta, a panela bolsonarista esfria, se erra, ela esquenta. O atual governo faz um esforço sem precedentes de acariciar opositores e convencer simpatizantes e no ponto de vista ideológico, é uma missão muito complicada e em certos aspectos de toque sensível. O fato é que o Brasil continua dividido; eventos como o de domingo pautam manutenção na divisão.

 

Cabo eleitoral

O blogueiro Esmael Moraes, que se qualifica como alguém de esquerda, tem chamado a atenção ao conseguir entrevistar ninguém menos que Jair Bolsonaro. De uns dias para cá ele tem replicado a entrevista e ressaltado os seus pontos fortes. Isso anda causando desconforto em muita gente, pois afinal, as postagens acabam enchendo a bola do ex-presidente. Esmael, por ser muito educado e comportado, acabou estendendo um tapetão.

 

Novidade

Em uma das últimas pílulas decorrentes da entrevista, Bolsonaro declarou que se lançaria candidato à vereador no Rio de Janeiro, caso estivesse em condições legais. Isso dá para ver a versatilidade do político. Por outro lado, os bolsonaristas não gostaram nada da entrevista, porque mostra várias jogadas de toalha, o que não é bom, em hipótese alguma.

 

E em Foz?

O Corvo fez uma maratona, mais uma pernada que outra coisa, tentando ouvir a fauna política local. O silencia foi ensurdecedor. Poucos responderam as mensagens e preferiram se manifestar mais tarde. Isso se explica pela atual fase eleitoral, onde a indefinição é soberba; os pré-candidatos temem a necessidade de recompor a posição. O Corvo até entende.

Guinada à Direita mesmo

O vereador Ney Patrício, por exemplo, que já foi mencionado como “coluna do meio” por sua proximidade ao Chico Brasileiro, resolveu assumir de vez que é um cara da direita e tem feito postagens em suas redes sociais para tentar atrair o eleitorado “patriota” de Foz do Iguaçu. Há quem diga que ele, com esse movimento, tenta se gabaritar como candidato a prefeito ou a vice. Se vai conseguir são outros quinhentos. Resta também saber onde é que vai o PSD. Mas para justiçar a foto, eis uma postagem no Ney.

 

 

Saídas em março

Uma leva de comissionados da Prefeitura, ao que tudo indica, deixará o cargo nos próximos dias por conta das eleições. De acordo com a Lei eleitoral, quem exerce função de secretário ou diretor, precisa sê descompatibilizar seis meses antes das eleições. Oh dó, oh dor no bolso que uma decisão dessas pode resultar!

 

No embalo

Mas há quem diga que o prefeito Chico aproveitará o Diário Oficial para antecipar a decisão de alguns. Seria um tipo de “empurrãozinho” em barranco. Um interlocutor deste colunista disse com todas as letras que ao menos um secretário e dois diretores que estão cotados a voltar para casa já na semana que vem.

 

Se agarrando no batente

O pior é que os diretores e o tal secretário nem sonhavam com candidatura e teriam se espantado com um fuxico. Para desespero, o celular do prefeito estava fora do ar. Dizem que estão com as unhas cravadas na madeira do batente e não querem sair de jeito algum. Oras, vai ver o problema não é eleitoral e sim de competência.

 

Fila

Não demora, haverá concentração de cabos eleitorais na Praça Getúlio Vargas, na esperança de uma boquinha até o final do ano. Dependendo, Chico vai precisar chamar a GM para organizar a fila. A saída para alguns é conquistar um tampão em secretaria, diretoria e até mesmo em cargos menores, uma vez que alguns diretores são indicados para a vaga dos secretários que aventurarão nas eleições.

 

Escrete bem amarrado

Francamente, os cargos de confiança são preenchidos por grupos que apoiam o governo e é normal escalarem os titulares e pelo menos uns dois reservas para cada cargo. Mas essa gente pode ser surpreendida por um fenômeno que sempre ocorre: o prefeito resolver prestigiar o funcionalismo e dar chance aos servidores de carreira. Chico mesmo, já fez isso em várias oportunidades.

 

Gleisi na Unila

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, visitou a Unila na última sexta-feira, prestigiando o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Na universidade, a deputada conversou com estudantes e até tirou uma foto com técnicos da instituição, que entregaram uma carta de reivindicação.

Kalito não saiu na foto

O vereador Kalito, que tenta se gabaritar como “prefeitável”, não saiu na foto com a Gleisi, mesmo sendo técnico da Unila. Vai ver não estava lá ou preferiu ficar fora de cena comungando as dúvidas. Mas o Corvo gostaria de saber a razão. O Corvo e a torcida do Atlético Paranaense.

 

Outros mais nas fotos

Para os políticos estrelados, como é o caso de Gleisi, a curta temporada das janelas eleitorais é de certa forma um alívio. As conversas são mais reservadas e muita gente chega a evitar até selfies e fotos, assim as imagens não serão usadas de maneira equivocada.

 

Ao celular

Bom, se não fez tantas fotos, uma das razões era o fato da deputada estar grudada ao celular. A situação parecia muito concorrida lá pelas bandas de Brasília, porque Gleisi quase não encontrava espaço para conversar com os fãs. Ela, afinal, é uma celebridade da esquerda.

 

Nem parece

Pois o Corvo se lembra o dia em que Gleisi, uma ilustre desconhecida, participou juntamente com Paulo Bernardo (quando nem era deputado) do programa Mesa 18:30, na Foz TV, no tempo em que era transmitido diretamente do Palácio do Chopp, na Terceira Pista da JK, no piso superior de onde ficava a emissora de canal à cabo. Gleisi era acanhadinha, parecia um ratinho mudo, só escutava. Quem diria.

 

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