No Bico do Corvo
As análises da Corva interina
Prezada ave de rapina, suas análises são boas e estão seguindo o caminho natural da composição política, o problema sempre é um “se” no meio do caminho: “se” o Paulo for candidato, “se o General vai se entender com a direita, “se” haverá segundo turno, dentre outras situações. Mas entendo que isso é normal, porque o processo anda se adiantando.
Marcia M. G. Conceição
A Corva interina responde: prezada e ilustre professora, hoje gozando uma aposentadoria e por isso concede tempo à leitura do jornal, o “se”, neste caso uma conjunção concessiva. Se a Corva estiver errada a professora pode puxar a orelha. Mas o período é cheio de dúvidas e elas devem clarear dependendo a mine reforma eleitoral. O nome já diz: “mine”, quando uma mexidinha aqui e outra lá, resolverá o problema na vida dos políticos, imagina? Obrigado pela leitura e um grande final de semana!
Caixinha das surpresas
Prezada Corva, o que quer dizer exatamente essa expressão que vocês colunistas tanto usam: “caixinha de surpresas”? Bom, o português é cheio dessas frases, igual ao tal “mais por fora que umbigo de vedete”, nem a minha avó sabe o que isso quer dizer. Explica aí, até porque hoje é sábado e a gente tem tempo.
Luiza S. C. Sabinno
A Corva interina explica: nos tempos em que a Corva ia à escola, havia ambulantes vendendo de tudo pelo caminho, tipo algodão doce, sorvete, pipoca e alguns ofereciam pirulito, doces e também as “caixinhas da sorte”, umas embalagens pequenas que a gente pagava baratinho, balançava, imaginava o que havia dentro e pagava antes de abrir. Indiferentemente o que havia, era sempre uma surpresa, podia ser um anel, dadinho ou bugiganga qualquer. Logo, em outras coisas, os fatos sempre nos surpreendem e a vida é uma “caixinha de surpresas”.
“O umbigo da vedete”
Se as vovós dizem aos netinhos que não sabem o que isso significa, estejam certos que os vovôs conhecem bem do assunto. Antigamente, quando não havia nem televisão, a turma ia aos Teatros de Revista, onde haviam mulheres bonitas, com as pernas e a barriga de fora, elas em geral atuavam, cantavam, realizando belas performances culturais. Muitas se tornaram atrizes bem famosas nas novelas. Nas rodas entre amigos, quando alguém demonstrava não saber sobre determinado assunto era comum ouvir que a pessoa “estava mais por fora o umbigo de vedete”.
Tempos de piá
Bom, hoje quase não há ambulantes em volta dos colégios, mas sobram tarados, traficantes e uns imbecis planejando um jeito de invadir e causar uma barbaridade na piazada. Mas o Corvo contava outras coisas nos tempos de infância, como chegar correndo em casa, trocar o uniforme e se deliciar com um pedaço de pão e um ovo de gema mole. E depois da tarefa ia correr atrás da bola no campinho do bairro. Aquilo sim era infância! Hoje as crianças ficam de frente para a televisão, celulares, dão dores de cabeça para os pais e oftalmologista. Alguns não imaginam o que é um livro, se é para dizer de verdade como as coisas são. Como hoje é sábado, a Corva fez a dissertação.
O Corvo é uma praça grega
Não estranhem o título, mas ele é uma reflexão sobre um áudio que o senhor Barakat enviou ao Corvo, e ele estava atentamente ouvindo na semana passada. A Corva interina não deixou de prestar a atenção, porque as palavras daquele homem são sempre sábias. Para ele, o Corvo é como as praças na Grécia antiga, onde as pessoas se encontravam para conversar e, saber das coisas, fazendo perguntas aos que saberiam responder. Os locais eram frequentados pelos filósofos e, de certa forma, as curiosidades eram sanadas. O Corvo ficou até emocionado com a comparação e disse não merecer tanto. Aqui vai um abraço e um bom dia ao ilustre iguaçuense Mohamed Barakat!
O umbigo dos políticos
O fato é que essas pitadas de pimenta da Corva interina mexem com ambiente e alguns “atores”, no tablado e cenário da política. Eles não se contentam. Ontem alguém ligou desafiando: “porque você não comenta sobre o Chico prefeito, ou o que ele vai fazer da vida em 2025?”. É pra já: provavelmente o Chico retorne uns meses para ofício, ou seja, a cadeira de dentista, se é que ele ainda mantém a prática. Para tal terá que fazer uma reciclagem, para não arrancar um dente errado. Calma, brincadeira, Chico foi um bom odontólogo, com várias especializações.
Socialista
O nosso “tiradentes” (não deixa de ser), era militante comunista, e há um ditado que diz, que um político pode até sair do PC do B, mas é difícil o comunismo sair dele, por princípios ideológicos. Olhando para isso, provavelmente o Chico retorne aos consultórios até as janelas políticas se abrirem e ele arriscar ser deputado. Aí depois o destino é que dirá. Não concorrendo em 2024, ele deverá indicar um sucessor, ou se alinhar às frentes de esquerda, para tentar barrar o General na festa eleitoral. Ainda há muito vento para soprar.
Ignorância no trânsito
Ontem no início da manhã um acidente paralisou por algum tempo a BR 469. Uma mulher inventou de fazer um retorno em local impróprio e acabou acertando uma van, que despencou no desnível da obra. O veículo transportava várias pessoas e o motorista ficou desmaiado, entre as pedras. Que situação hein?
Falta de atenção
Bom é só um dos acidentes que ocorrem no trecho em obras, extremamente sinalizado, mas desrespeitado no “urtimo”, principalmente pelos motoqueiros. Para encurtar o caminho eles manobram entre os espaços que há nas muretas que separam as pistas e quem vem adiante nem sempre consegue freara em tempo. No mais, os desníveis na pista ainda são um perigo, o correto é transitar bem devagar e ter paciência, principalmente em horários de pico e finais de semana, quando a cidade se enche de turistas e visitantes.
Marco Temporal
Corva, você é ligada a essas questões indígenas, sendo assim pode nos explicar melhor. O que é esse tal de “marco temporal”? O que acontecerá depois dele ser derrubado pelo STF?
Jair M. B. Menezes
A Corva interina tentará responder: o marco temporal das terras indígenas tramita no Congresso Nacional. Trata-se de um projeto de lei a favor de uma tese, muito discutida e aprovada na Câmara. Isso ainda deve ser votado Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Por 9 votos a 2, o STF declarou o marco temporal como inconstitucional, ou seja, esbarrou na Carta Magna. O fato é que há uma tendência: qualquer lei defendida pela bancada ruralista, poderá ser questionada judicialmente e com fortes chances de ser derrubada no Supremo.
Demarcações
Acontece que o Congresso quer arranjar a todo o custo, maneiras de limitar as demarcações e o problema é que tal projeto em discussão não prevê apenas o marco temporal e poderá acabar anulando demarcações que não seguiram o critério, proibindo a ampliação das terras indígenas já demarcadas. É um problemão e com várias interpretações, porque dentre outras, prevê indenização a produtores rurais pelas benfeitorias nas fazendas que venham a ser desapropriadas.
O que é isso?
O tal “marco temporal”, tecnicamente, prevê que os indígenas só poderão reivindicar áreas que ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição. Caso a tese seja aprovada, ela pode inviabilizar o registro de até 287 territórios que estão em processo de demarcação. Se a lei seja aprovada, o presidente Lula (PT) pode vetá-la e no passo seguinte, o Congresso pode derrubar o veto de Lula e restabelecer a validade do texto. Quer dizer, é uma baita confusão. Há quem acredite, que a melhor saída dos ruralistas seria a aprovação de uma PEC, ou seja, Proposta de Emenda à Constituição e não uma lei. Segundo um jurista amigo da Corva interina, a decisão do STF perde o efeito se o Congresso incluir o marco temporal na Constituição, aí será um abraço no gaiteiro. Se a explicação não for suficiente a Corva volta ao assunto.
Constrangimento total
O tenente-coronel Cid teria dito em delação premiada que o ex-presidente Bolsonaro se reuniu com os militares para a avaliar as possibilidades de um golpe, impedindo a posse do atual governo. É-pra-acabá! As declarações teriam causado um enorme constrangimento entre os militares, porque alguns ainda estão na ativa. Segundo as informações vazadas, o comandante da Marinha foi o único a se manifestar em acordo com Bolsonaro, “com a tropa pronta”, em caso de necessidade. Os demais declinaram no ato e, segundo fontes, não gostaram em nada de serem chamados para a reunião com ares golpistas.
Bolsonaro que se cuide
O Corvo estava acompanhando os movimentos no TSE e até o fechamento da coluna havia votos rejeitando o recurso de Bolsonaro contra a inelegibilidade. Tudo indica que ficará um tempo fora dos gramados. Bom, ainda tem tanta pipoca estourando na panela, que ele pode se dar por feliz se não acabar pegando uma cadeia. Isso é o objetivo de muita gente. Se acontecer ele terá tempo de escrever o seu “mein kampf” tupiniquim, que certamente se tornará um best seller, disputado pelos bolsonaristas. Que barbaridade!
Caçada
Se algumas pessoas estão se folgando e acreditando que a caça aos depredadores do patrimônio e divulgadores de atos golpistas acabou, que se cuidem. Vazou para a Corva que várias pessoas estão sendo monitoradas e provas sendo colhidas, a começar pelas manifestações e “convocações” em redes sociais. Isso é o que não falta. Uma fonte assegurou que precisaram comprar até HDs, para o armazenamento de tantas manifestações nas redes sociais.