No Bico do Corvo
Debate da Band & Parceiros
A grande novidade foi o modelo, com a oportunidade de os candidatos dialogarem, se deslocando de um lado ao outro, como fazem os norte-americanos. Quem se desprende leva alguma vantagem. Mas se depender de conteúdo, a discussão deixou a desejar, especialmente aos que esperavam conversas francas sobre economia, ou fórmulas para fazer o Brasil crescer, que não fosse por meio de rusgas e insultos.
À céu aberto
O esgoto do dia a dia escorreu pelo debate, onde as palavras “mentiroso”, “ladrão”, “incompetente” e “corrupto” foram de longe as mais pronunciadas. Há muitas pérolas que incorporaram o jargão político logo na manhã da segunda-feira; a frase “rei das fake news” foi muito usada; diante dos últimos acontecimentos, o difícil é saber em qual dos dois a coroa se ajusta melhor. O lado de Lula não precisava, jamais, em tempo algum, apelar para “pedofilia”, tentando atribuí-la ao adversário. Foi um deslize que poderá custar muito caro. De vítima, Lula ganhou facilmente o status de algoz. É possível avaliar assim na sentença do ministro Alexandre de Moraes.
“Se pintar um clima”
Não é preciso a primeira dama defender o maridão, todo mundo sabe que o Bolsonaro vive usando a expressão; ambos os candidatos forçam nas cores ao tentarem se aproximar do povo por meio do linguajar, onde muitas figuras são facas com os dois lados afiadas. São palavras facilmente “não” compreendidas. Em campanha eleitoral todo mundo está de olho e o caminho é cheio de cascas de banana.
Climão
Em algum momento Lula e Bolsonaro se encararam por alguns instantes, sorriram e muita gente imaginou que acabaria saindo um abraço, mas ambos seguraram o “climão” que rondou o ambiente. Bolsonaro chegou a tocar Lula em vários momentos e não se sabe ainda se o afago resultou em coisa boa ou ruim. As interpretações são as mais diversas. Há quem diga que parecia papo de boteco. O povo da internet fez a festa. A foto é de Marlene Bergamo da Folhapress.
Ai que sede
Na piada, disseram que lula bebeu toda a água da transposição do São Francisco durante o debate. Taí um assunto difícil de explicar e que todo mundo rodeia. Um geólogo disse ao Corvo que se trabalhassem as obras da transposição naqueles tempos, secariam o Velho Chico e por isso precisaram adiar, em razão de erros drásticos nos cálculos hidrográficos. Será? É uma informação muito técnica e que carece aprofundamento e atualização.
Moro no pedaço
A presença do senador eleito Sérgio Moro no debate também está sendo avaliada. Para uns foi um desastre, para outros serviu como elemento de intimidação, mas Lula claramente não sentiu impacto e isso foi estratégia. Pelo contrário, quando se defendia olhava para a plateia e onde possivelmente estivesse o ex-juiz.
Estranho
Moro declarou várias vezes que ele e Bolsonaro possuíam um inimigo em comum, mas até se reaproximar do presidente, depois de tudo o que disse, isso não desceu bem pela goela de muita gente. Esse tipo de apoio é útil para o outro lado, com muita gente se reaproximando de Lula também.
Quem será?
Bolsonaro perguntou quem Lula nomearia para a Economia e o petista não respondeu. Limitou-se a dizer que anunciaria depois de eleito. Foi esperto, tanto que Bolsonaro não insistiu. Por outro lado, Paulo Guedes deve permanecer, já que é considerado um “tesouro” do atual governo.
Consulte o Google
De tanto o Bolsonaro pedir, até o Corvo consultou o Google para saber quem mais desmatou, embora dominasse um pouco o tema. Os dois, Lula e Bolsonaro, não são os responsáveis pelas maiores taxas de desmatamento na Amazônia. Bolsonaro afirmou que no primeiro mandato do petista o desmatamento foi maior que o dobro do registrado no seu governo. Disse textualmente: “você desmatou 2,5 vezes mais do que no meu governo”. Lula se defendeu, afirmando que “o menor desmatamento da Amazônia foi no nosso governo”. O menor índice da série histórica foi registrado no ano de 2012, e Dilma Rousseff era a “presidenta”, como dizem os petistas. Vamos fazer justiça, sem pender para um lado, mas o fato é que Lula reduziu o índice a partir de 2005. Dentre essas e outras, ele se gaba de possuir abertura com alguns países. Mas enfim, dizer que abrirá a Amazônia para a exploração, da forma simples que disse, também causou um efeito negativo.
Dia 28
A Globo deve receber Lula e Bolsonaro dois dias antes da eleição. Deve utilizar modelo pelo menos similar, permitindo que os candidatos se encarem e conversem. Tomara tenham aprendido algumas lições e pontuem temas mais aprofundados, com a Economia. O brasileiro quer respostas e não “contornos” para fugir de enrascadas eleitoreiras.
Sucesso
Nunca, em outro momento, houve tanto interesse dos brasileiros por debates. E olha que tirar o povo do Fantástico, num domingo à noite, isso é uma grande façanha. Faz muito tempo a Band não encostava na audiência e aproveitou o momento para lembrar algumas de suas atrações, como é o caso do Faustão.
Enquanto isso…
… a vida segue o seu curso, as contas chegam, é preciso encostar nas bombas de combustíveis, ir ao mercado e lidar com os problemas que ocorrem independentemente da corrida eleitoral. Muita gente não liga para isso, mas deveria, porque é assim que se defende o futuro. Serão os dias de maior reflexão por parte dos brasileiros. Segundo as pesquisas isso está acontecendo, a prova é a estabilidade dos números.
Capital da água
Em épocas de escassez, aquele mundo de água nas Cataratas do Iguaçu deve mexer com a cabeça de meio mundo, até porque as imagens rodaram o mundo. As quedas foram capa dos principais jornais e noticiários na Tv praticamente a semana toda. Isso deve ter mexido bastante com as reservas para o dia 02 de novembro, Finados, que cai na quarta-feira, dando chances de prolongamento da estadia por mais uma vez. O povo vai aos cemitérios, mas como os entes queridos não sairão de lá, há quem arrisque aproveitar a ocasião para fazer uma viagem. Muita gente não cumpre o ritual de Finados em razão do alvoroço e exploração da data, como por exemplo no ramo das flores, que triplica o preço.
Obras
Mesmo as pessoas aproveitando o feriado de outras maneiras, arrumação de túmulos já começou. É quando desaparecem muitos pedreiros e profissionais dos pequenos serviços. Faz uns dias o Corvo procura gente para limpar as calhas e torar uma telha e só escuta falar em embelezamento de cova. Tá difícil.
Economia
Mas é bom saber que as pessoas estão ocupadas e com as agendas repletas de atividades. Quando a prestação de serviços, em várias áreas, se tumultua quer dizer que algo está indo bem e a grana circulará no mercado. Oficinas mecânicas, consertos de eletrodomésticos e até aparelhos de celulares estão oferecendo prazos bem estendidos para orçamento e as entregas. O Corvo acreditava que era falta de peças, mas ao que parece é volume de trabalho mesmo.
Vagas
Conforme o GDia noticiou na edição de sábado, está aberta a contratação de mão de obra em Foz. O setor de Comércio está na dianteira, pois vislumbra uma recuperação de final de ano, com muitas lojas abrindo vagas temporárias, mas com o pensamento na efetivação. Muitas empresas demitiram na pandemia e não repuseram a mão de obra.
O Turismo
O Corvo tem recebido várias mensagens sobre o setor, e como será com a saída de Paulo Angeli da Secretaria. O que se sabe é que o prefeito deve nomear um interino, usando a “prata da casa” e vai levar o assunto assim até arredondar a conversa com o setor, que envolve muita gente.
Dicas
O que não falta é gente “se nomeando” para o cargo, como sempre acontece quando um secretário pede para sair. É um tal de indicarem um e outro, mas para os desavisados, o momento não é para sugerir nome, do contrário ele pode queimar, porque a fogueira da querência anda bem alta. Chico deve ter em mente que a discussão sobre o setor de Turismo é acalorada e requer paciência, mais do que isso, ponderação.
“Corvo, indica fulano”
Algumas situações são dignas de pensamento. No domingo pela manhã este colunista recebeu a ligação de alguém para “conversar” sobre o tema. Ou seja, sobre o “futuro do Turismo”, que barbaridade. Deu vontade de perguntar quem deu o número do celular, porque não há nada mais chato que desviar do jardim para tratar de um assunto no qual o Corvo não possui influência e menos ainda poderá ajudar. O único interesse deste escriba é o puramente jornalístico. Então, o ser falou: “experimenta indicar o nome de ‘fulano’, para ver o que acontece?”. O Corvo achou que era uma pegadinha, porque o tal “fulano” havia morrido fazia bem mais de dois anos, foi vítima do Coronavírus. “Mas essa pessoa morreu, já não está entre nós”, o Corvo disse e ouviu a resposta, do outro lado da linha: “nossa é mesmo? Eu não sabia! Que coisa hein? Então indica outro…”. Que barbaridade, se não sabia que o indicado havia morrido, como vai entender sobre o setor? É duro precisar aturar esse tipo de papo furado. É para ver como são as coisas.
Recomendação
O Corvo adora receber ligação de amigos e leitores, não importa a hora e nem o dia, mas de especuladores, fora do círculo íntimo, num domingo pela manhã? Oras, façam o favor. Deem um tempo para a cabeça da gente. Podem deixar que o povo do Turismo resolverá a questão em consenso.
Seo Luna
E não é que é verdade? O general está sim avaliando a possibilidade de residir em Foz permanentemente. Gostou tanto da cidade que espera inclusive passar o final de ano na fronteira. Muita gente está feliz com a possibilidade. Vai que o homem resolve enveredar na política?