No Bico do Corvo

IVA nas alturas

Muita gente aguardava com ansiedade o anúncio do IVA, o novo imposto brasileiro, parido pela recente Reforma Tributária. Segundo algumas leituras e análise de economistas, esperava-se um valor não superior a 23%, a média praticada em vários países. Qual o quê, vazou que poderá ser taxado em 28% o maior em todo o planeta. Aí a reforma começou a se parecer com a troca de “seis” por meia “dúzia”, dizem.

 

Obras em Foz

O maquinário pesado voltou a trabalhar no trevo entre a Avenida Mercosul e BR -469, nas redondezas do viaduto. Será que agora vai? Pelo que dá para entender, estão concluindo o acesso de ligação com a duplicação da BR. Os anúncios de asfaltamento se espalharam tanto, que há moradores fazendo turismo para conhecer a obra.

 

Marco aliviado?

Nem tanto. O atrativo, bem no olho do furacão das obras, meio que saiu prejudicado. Depois de meses de tormento, com os visitantes driblando barrancos e barro, o acesso é quase direto e ficará bem bonito. “Ficará”, porque ainda há muitos probleminhas a serem solucionados e finalizados. É temporada e a empreiteira precisa passar sebo nas canelas, senão corre o risco de queimar o file do atrativo. Foram realizados muitos investimentos no local que recebe milhares de visitantes. Diga-se o visual na região do Marco é de impressionar, pelas obras e a começar pela ponte. O novo e o antigo se encontram para formar uma bela paisagem.

 

Recesso

Existe isso? Pior que sim. Os alunos entram em férias no meio do ano e os políticos também. O chamado “recesso” é mais ou menos igual aos restaurantes que fecham nos horários de refeições. É piada? Não é não, em Foz há uma porção de estabelecimentos que paralisam o atendimento nas férias de início de ano e isso já colocou vereador estudando dispositivo para impedir. A cidade se enche de visitantes e turistas e a oferta de atendimento diminui.

 

Câmara mantém atendimento

A Casa de Leis informou que manterá os atendimentos durante o recesso parlamentar, que diga-se, é de “âmbito nacional” e acontece de 18 a 31 de julho. A paralisação nas atividades é prevista no artigo 57 da Constituição Federal. No período, as casas legislativas deixam de realizam sessões. Em Foz do Iguaçu, a Câmara manterá os atendimentos dos gabinetes parlamentares, mais o setor administrativo, protocolo, setor operacional e comunicação. Seo Elson terá que trabalhar e dobrado pelo visto. A primeira sessão ordinária já está marcada para o dia 1º de Agosto, às 9hs.

 

Agitação

Leia-se o recesso acontece nos órgãos oficiais, porque político com o “P” maiúsculo é igual tubarão, trabalha até dormindo. O Corvo recebeu a informação que aconteceram visitas em vários bairros. Uma prima do Corvo relatou: “então, eu estava trabalhando no domingo pela manhã e a campainha tocou. Corri para ver, achando que era visita e na verdade era um rapaz que se dizia candidato à vereador no ano que vem. Pedi para passar ló por junho ou julho de 2024, até porque o que ele vai fazer até lá, se nem mandato possui? Virei as costas, recomecei a varreção e tocaram de novo. Era alguém avisando que haveria uma reunião, desta vez, com um vereador na sede da associação do bairro. E não é que tocaram mais uma vez? Já saí rosnando e havia duas moças no portão. Estava pronta para dar um xingão e as coitadas ofereceram uma oração! Que coisa hein? (Rosângela R. C. Martyns). Pois é o domingão parece mesmo ter sido agitado.

 

Engraçadinho

Ao lembrar o “din-don”, um parasita deu de atucanar a vida do Corvo. Passa em frente da casa e manda ver na campainha e isso várias vezes no meio da madrugada. O aparato foi até levado para um técnico para ver se não era defeito e constataram que até o botão interruptor estava quebrado, de tanto ser forçado. Puxa vida, sempre há um estrupício atazanando a vida da gente. Triste a necessidade de instalar uma câmera ou ficar de tocaia até dar fim à “brincadeira”. Que chato!

 

Karaokê

Prezado Corvo, tudo andava bem pela vizinhança até alguém presentear a filha com o karaokê, daqueles acoplados em caixa acústica, que dá para ouvir à quilômetros de distância. Então, pensa uma criança de uns quatro anos tentando cantar, sábado e domingo, o dia todo. E não para aí… os papais resolveram fazer a festinha e deram de cantar. Do lado de lá do muro o som rolou a madrugada e do lado de cá, os cachorros uivavam, tamanha a desafinação. Não se sabe o que é pior, se o barulho ou os gritos desse povo que se mete a cantar.

Júlio F. C. Fransinatto

 

O Corvo responde: não pense que é diferente onde o Corvo mora. E o problema é precisar chamar a polícia, ocupar os prestativos policiais por causa desse tipo de perturbação. Em geral, chega a dar dó, porque começa com festinha de criança e termina em fuzuê de marmanjos. Mas a Lei é clara e não se pode fazer barulho em qualquer hora do dia.

 

Até 22 horas?

Isso não existe. É mito. Não se pode fazer bagunça, dizendo que termina dez horas da noite. A Lei estabelece que não se pode ultrapassar 60 decibéis a qualquer hora do dia, o que seria mais ou menos o ruído de uma televisão, com o som um pouco acima do normal. É necessário prestar muito a atenção nisso.

 

Mais barulho…

Corvo, precisei fazer uma manutenção em casa e aproveitei o sábado e o domingo, únicos dias disponíveis, pois trabalhamos fora a semana toda, eu e minha mulher. Passaram-se uns vinte minutos usando a “maquit0a”, tentando recortar uns azulejos e o morador ao lado apareceu reclamando. Puxa vida, fiquei três anos esperando e aguentando a obra da casa dele, com pedreiros falando palavrão, tábuas caindo, máquinas rugindo no sábado, domingo, feriados e nunca dei um pio. O cara se muda e começa a reinar? Pode isso?

F.N.B (O leitor pediu para não ter o nome revelado).

 

O Corvo responde: quando o assunto é vizinhança, o melhor sempre é tentar a cordialidade e encontrar um acordo. Em caso de ruídos, é bom avisar antes, a começar se há crianças pequenas habitando a vizinhança. Avisar não custa e mostra simpatia e amizade. É bem melhor um vizinho feliz do que de cara virada. 

 

João

Foi mais um ícone e precursor da Bossa Nova, o João Donato, autor de muitas canções de sucesso e parceria com quase todos os ilustres de sua época, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Jobim. Vale a pena relembrar o trabalho do multi-instrumentista.

 

Rubens

Todos os jornalistas que realizaram coberturas em Itaipu desde o início até os anos 80, admiravam e respeitavam uma figura ímpar, Rubens Nogueira, jornalista e possivelmente o mais importante profissional de relações públicas ao exercer a atividade de Foz. Recebeu inúmeras autoridades e celebridades mundiais, monarcas, herdeiros de tronos, presidentes, primeiros ministros, artistas e também milhares de interessados em simplesmente conhecer Itaipu, tratados com a mesma galhardia e responsabilidade. Rubens uma vez disse: “devemos receber os brasileiros com a mesma deferência ou até mais, porque eles é que pagam a conta”.

E foi assim, chegando ao portão de Itaipu, que conheci o Rubens, que logo se tornaria o superintendente de comunicação da Binacional. E de lá para cá, a amizade, longa e duradoura. Depois de aposentado e, morando na Urca, um dos bairros mais elegante do Rio de Janeiro, ele passou a enviar e-mails, sempre escrevendo com ares nostálgicos, nitidamente grato pela dádiva que é viver. Não recordo, em tempo algum, o meu amigo de cara amarrada ou embirrado com algum problema. Sempre manteve o humor e alta, a sua marca e inspiração. Voltou a trabalhar nos meios eletrônicos e coma idade já bem avançada. Faleceu no último domingo, aos 95 anos. Logo cedo, nesta segunda-feira, recebi do Vinícius Ferreira a homenagem assinada pela amiga Maria Auxiliadora Alves do Santos, a Dora, sempre uma ponte entre o Rubens e Foz. O texto é publicado aqui.

Rogério Bonato

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