No Bico do Corvo
Lula e Ênio
A estada do presidente Lula em Foz deu um baita reforço na liderança que o DGB Ênio Verri passou a exercer na cidade. A lista de parceria anunciadas foi bem além do imaginado; Itaipu deu uma boa amarrada nas intenções com o governo do Estado e Município no atendimento às escolas, construção de casas populares, sem contar a grana para concluir as obras da Unila. Outras novidades surgiram, mas são deliberações que amadurecerão e certamente serão divulgadas em breve. O Corvo observa, escuta e anota tudo no caderninho.
Os do contra
Não é segredo e nem novidade que gente do contra andava torcendo para as coisas não acontecessem, chegando a espalhar que Lula não desembarcaria em Foz e apenas cumpriria a agenda em Puerto Iguaçu. Pensa? Eita que esse tipo de pensamento não ajuda em absolutamente em nada a cidade. O Corvo vai até guardar essa “dorzinha de cotovelo detalhada nas redes sociais”, para usar no dia em que o autor disser que será candidato. Independentemente de partido, se lulista ou bolsonarista, de esquerda, direita ou centro, não se pode desprezar a cidade e seus moradores. Não se pode subestimar o potencial de Foz do Iguaçu e o interesse das autoridades no contexto geopolítico. Isso é um grande erro.
Chutes e tapas
Enquanto o palco do evento em Itaipu era só alegria, na plateia havia gente quase saindo no tapa e chutando as canelas para sentar na área VIP. Que barbaridade. Eita vontade de se parecer com “autoridade” por apenas umas horinhas! E tem mais: várias pessoas se recusaram a sair da grade que separava o público “geral” da área “alfa”. Tanto que a Janja precisou pedir para a organização dar um jeito. E deram. Esse negócio de ocupar área VIP é uma fria com o Lula no governo; ele só olha e observa o povão.
Confusão na fila
O Corvo esteve lá na cerimônia e para variar incógnito, por isso preenche a coluna com as observações e os detalhes que não saem nas matérias jornalísticas. Um deles é que a dona Itaipu organizou um acesso para as “autoridades” e muita gente que se acha, tentou “penetrar” por lá, pensando em cortar a fila. Que feio. O resultado dessa aventura é que os furões passaram vergonha, precisando fazer a meia volta na frente dos convidados. Dava para ouvir umas vaias sufocadas e risos, em razão dos micos. Mas no fim foram poucos.
Identificado
Claro, alguns ficaram desconfiados com a presença do colunista, uma vez que muitos detalhes da cerimônia vazaram um dia antes. O que fazer, se o Corvo é antenado e possui boas fontes? Há quem morra de inveja! E outra coisa, este humilde passarinho escrevinhador tinha o crachá de “otoridade”, mas preferiu desfrutar a companhia dos amigos, na simpática arquibancada. O Corvo, quando vai ver jogos de futebol, prefere se acomodar na “geral”, ainda mais se o Coringão estiver em campo. O que importa é que a maioria não sentiu desconforto. Identificar o Corvo não foi uma tarefa assim tão difícil.
Bonito de ver!
Foi lindo de ver os estudantes comandando a festa no palco, antes, durante e depois da cerimônia. Uma das cenas marcantes foi quando o haitiano Roldy Julien chorou ao se deparar com o presidente e, teve as lágrimas enxugadas pelo Lula, que fez questão de usar a camisa da UNILA como lenço. Muita gente se emocionou (Foto). É preciso mencionar que tanto a “identificação do Corvo”, como o emocionante gesto com o haitiano, estudante de relações internacionais na Unila, são registros do super amigo Alexandre Marchetti, a quem pedimos licença para o humor, com todo o respeito, obviamente. O Corvo é bicudo, “pero com la ternura”.
À esquerda
Pouco antes de participar do evento com o presidente Lula, onde inclusive teve direito ao palanque e microfone, o prefeito Chico Brasileiro assinou o decreto do “Passe Livre” e fez uma fala sinalizando fortemente sua simpatia pela esquerda. Pudera, com o sobrenome “Lacerda”, nem pegaria bem se fosse em outra direção. Contam os petistas, que houve sinais de emoção e surgiu até um convite para a filiação no partido.
Qual é a do Chico?
Vamos lembrar… ele foi filiado ao PCdoB, e dizem, foi torcedor do Campinense, da Paraíba, mais para se aproximar da Rosa Jeronymo quando a conheceu; ela por sua vez é torcedora de carteirinha do principal time de Campina Grande, e, até hoje. Chico é vascaíno, sofredor, mas segundo consta, tem um pezinho alvinegro, e andou até assistindo jogos do Corinthians usando até camisa com o nome “Sócrates” estampado, em homenagem ao ídolo.
Vai ou não vai?
Ainda há muita especulação e o Corvo sempre brinca com a imaginação no ambiente político. Faz parte, do contrário não haveria graça. Se o Chico Brasileiro vai mesmo entrar no PT, é até possível que tenha a ficha abonada pelo presidente Lula em pessoa e daí é melhor ele ir se definindo futebolisticamente falando, porque o homem vai perguntar. E é o que ele sempre quer saber quando chama alguém para um churrasco no palácio, coisa que ainda adora. Lula é presidente, mas se sente um rei na hora de assar a fraldinha!
Bobato já foi…
Está mais do que confirmado: quem se filiou ao PT foi o secretário de Administração de Foz, Nilton Bobato. A verdade é que ele faz um retorno à sigla depois de uns 30 anos. Alguém confiou ao Corvo que Nilton se arrepende amargamente de três coisas: ter deixado a banda de rock em que era vocalista, cortado o cabelo que tava num belo rabo de cavalo e saído do PT, para se aventurar em outros partidos.
Resistência
Não dá para esconder, a filiação do Bobato causou um treme terra no Diretório Municipal do partido, para não precisar escrever a palavra “racha”. A reunião em si, foi repleta de confusão e gritos. Um filiado chegou a dizer que será preciso “um puxão de orelhas das direções estadual e nacional para colocar a casa em ordem agora”. O consolo é que em geral é assim mesmo; gritam berram, se matam e depois os ânimos se ajeitam. Há partidos piores em matéria de recepção.
Velho pensamento acertado
O saudoso Anibal Abbate Soley sempre dizia: “em política, dependendo, tudo funciona como um curral, você joga uma espiga e os porcos se matam, urram, se mordem, gritam e depois, de noite, dormem todos juntinhos, aninhados”. A referência não se aplica diretamente ao PT de Foz, mas sim a vários partidos.
Seo Barakat
Há pessoas em Foz que sempre são lembradas pelo presidente Lula, toda a vez que ele passa pela cidade. Não foi diferente com o Mohamad Barakat, que compareceu aos eventos da última terça-feira. O Corvo estava por perto e viu: havia uma roda de pessoas em torno do presidente, todos esperando para conversar, cumprimentar e tirar fotos. Do nada, Lula esticou o pescoço, viu o Barakat e quase gritou: “meu amigo! Quanto tempo, vem cá me dar um abraço!”. E foi só festa, tanto que enviaram um registro para a coluna!
O que muitos não sabem
Lá pelo início da década de 80, quando Lula ainda era militante sindicalista e acabara de organizar o PT, resolveu colocar Foz no roteiro de seu primeiro giro pelo Brasil. O advogado Mário Kato, saudoso, ordenava os primeiros filiados em Foz. Ele e outras pessoas organizaram a recepção ao Lula. Aconteceu um boteco de tábuas, bem pequeno, exatamente onde é hoje o Shopping Cataratas, nem na curva da Avenida Costa e Silva com a Paraná. Não mais que trinta pessoas compareceram, na manhã de um sábado. O Corvo estava lá e o Barakat também. Ele foi conhecer a pessoa que já era tão falada em todo o país.
Anos e anos depois
O mundo realmente gira e as coisas acontecem. Tempos depois, na metade do primeiro mandato de Lula, aconteceu um evento em Itaipu e mais tarde um rápido coquetel no Hotel Bourbon, um evento fechado entre ministros do governo. O Corvo, acabou entrando, juntamente com os jornalistas Reinaldo Bessa, Gilmar Piolla e o dono do hotel, Alceu Vezozzo Filho. Uns fumavam charutos, outros bebericavam um vinho e ao se aproximar do presidente, este colunista lembrou a visita, na tapera, duas décadas antes. Lula é um homem de boa memória. Falou como foi a viagem e citou nomes de pessoas que o receberam e perguntou: “como está o Barakat, ainda firme, está na política, nos negócios dele…”. O Corvo passou a ficha, porque o Barakat é amigo do peito e do coração.