No Bico do Corvo

Pergunta o leitor:

Prezado senhor colunista, que bagunça isso, antes o problema era o transporte dos estudantes, agora eis que surge no meio do caminho o Estarfi. Não consigo entender, como é que foram causar uma reação em cadeia entre uma coisa e outra.

Janete G. J. Leitão

 

Foz e suas polêmicas

Paralelamente à gratuidade no transporte, a cidade acompanha o caso do Estarfi, a maquininha que já foi de tragar moedas e agora chupa crédito, pertencente ao Foztrans. Os dois assuntos causaram uma certa confusão, pois acabaram se misturando no jogo político, do tipo “atira no pardal para acertar a pomba”. Em ambas as situações, isso no mínimo seria um crime ecológico. O resto é a opinião pública que julgará. Mas o fato é que o aumento do Estarfi tem sim uma ligação com a gratuidade no transporte para os estudantes.

 

O que é o Estarfi

Vamos começar por este tema: o centro da cidade é muito movimentado e considerando que os empresários, funcionários, vendedores e prestadores de serviço do comércio à céu aberto possuem veículos, não sobravam vagas para os clientes. A cobrança de estacionamento público surgiu para forçar o rodízio de automóveis e ajudar a solver os negócios. E deu certo? Em várias situações sim, em outras não. O esquema é muito caro para os cofres públicos e segundo informações, não gera lucro, apenas paga as contas e elas não são pequenas. E nem se poderia lucrar com isso, afinal, o órgão que administra o estacionamento é uma autarquia, precisa prestar contas e realizar um mapa de equilíbrio financeiro e orçamentário.

 

Evolução

Acontece que o Estarfi, para prestar serviço aos comerciantes, também precisa evoluir, como todas as outras coisas. A modalidade saltou da ficha para o aplicativo e essas inovações resultam em custos. O município licita as inovações e segundo se sabe, tenta reduzir o prejuízo, uma tarefa que às vezes parece inglória.

 

Panorama geral

O Estarfi, segundo informações, arrecadaria apenas R$ 200 mil por mês, suficiente para pagar o pessoal, as orientadoras, fiscais, e os gatos administrativos do órgão, mais o sistema, o programa e os parquímetros custam R$ 60 mil. A arrecadação acaba sendo insuficiente para pagar o aluguel dos parquímetros.

 

A mistureba

O Foztrans é o órgão responsável pelo trânsito, transporte e afins, logo, trata também do estacionamento rotativo. E onde o “bicho pegou” na discussão? Pegou quando surgiu a ideia de aumentarem o valor do Estarfi, de maneiras que não continue dando prejuízos e por tabela arrecadasse cerca de R$ 400 mil mensais. Fazendo as contas, a autarquia utilizaria R$ 260 mil para operar os custos do estacionamento rotativo e o restante do valor (R$ 160 mil) ajudaria a subsidiar o passe livre dos estudantes.

 

Deus nos acuda

A manobra fez a caspa virar pipoca na cabeça de muita gente, sobretudo que não quer entender como a prefeitura faz, para gerar essas medidas que implicam em “gratuidade”. O dinheiro, ao final, sempre vai sair de algum lugar e é certamente que a origem dele é o bolso do contribuinte. Se não encontrar alternativas paralelas, restará aumentar a passagem. Os que usam o transporte e pagam, serão penalizados pelo benefício aos que não podem pagar.

 

ACIFI é contra o aumento

Segundo nota, e matéria publicada na edição de ontem (20/06) neste periódico, a associação e os núcleos da Avenida Brasil e Vila Portes cobram solução para a rotatividade do estacionamento, sem que isso penalize o comércio e população. Uma das medidas dos comerciantes foi procurar os vereadores, pedindo a suspensão do reajuste. Para eles, o fato de a prefeitura elevar o valor do serviço por decreto, prejudica os consumidores e com isto, o setor lojista.

 

Cadê a solução?

Taí uma coisa difícil de encontrar. É mais fácil a cidade montar uma comissão, e, revirar a areia do deserto até encontrar uma lamparina mágica, com um gênio dentro, do que solucionar o enigma matemático e público do Estarfi. É difícil e em qualquer circunstância fazerem essa conta fechar. Sem a modalidade o comercio sofre e com ela, apanha. Pode ser a “sociedade organizada” ache um jeito.

 

Usuários

O Estarfi é sim uma baita dor de cabeça para quem não dá bola. Estacionar sem pagar gera multa e pontos na carteira de motorista. Há vários casos de pessoas que recorreram da impossibilidade de conduzir um carro em razão de não respeitar as regras na cidade. No lugar de pagar R$ 1,50 pela hora estacionada, muita gente prefere encarar os R$ 10,00 de multa e isso aumenta os custos administrativos, formando uma enorme bola de neve. Há também o problema da depredação dos parquímetros, dentre outras situações. Bom, problemas com estacionamento rotativo não é uma exclusividade de Foz. Pode ser, pesquisando, os iguaçuenses organizados descubram como algum município safou o problema.

 

Queimação do fosfato

Em meio a toda esses casos e discussões, os técnicos da prefeitura procuram uma maneira de subsidiar o transporte dos estudantes, sem que isso cause prejuízos ou aos concessionários, ou aos cofres públicos. E eis que surge um outro problema: a onda que se formou em favor da gratuidade total do sistema. Olha onde estamos chegando: transporte de passageiros de graça! Será um sonho ou exercício da imaginação?

 

À beira do cadafalso

O caso é que os munícipes não conseguem dimensionar a saia justa em que vivem os administradores públicos, sobretudo em situações assim, quando a isenção corre o risco de ser encarada como “renúncia de receita”. Isso geralmente acaba acontecendo no Tribunal de Contas, quando os processos falham, na base da desatenção. Qualquer administração pública está sujeita a isso, em decorrência da pressão. Quem pagará, caso aconteça erro, será o prefeito, secretários e gestores autárquicos. A população é quem arcará com a fatia maior de prejuízo.

 

“Advogado pessoal”

Mudando de assunto, o DR. Cristiano Zanin encostou o umbigo no balcão do Senado. Foi “sabatinado” e acabou esbarrando na “pessoalidade” de laços entre defensor e defendido e neste caso, eis que surge o nome de Luiz Inácio Lula da Silva, o cliente mais famoso de seu escritório. Mas o quase “futuro” ministro também defende outra porção de políticos e eles são tantos, que é provável que ao torná-lo ministro, seja positivo. Mas quem acredita que Zanin é uma figura fácil se engana. É tido como muito sério, conhecedor das Leis e austero.

 

Passa?

A coisa mais difícil do mundo, é um nome emperrar em sabatina de senadores. Foram poucas as ocasiões em que os nomes bateram na trave. Como aconteceu com as indicações de Bolsonaro, as de Lula também devem passar.

 

Lula, Janja e o Papa

Enquanto isso, o presidente vai à Roma e se encontra com Francisco. O pano de fundo é a guerra entre russos e ucranianos que faz tempo, ultrapassou os limites da compreensão humana. Independentemente a capacidade dos envolvidos no processo de paz, tomara dê certo e o Planetinha volte a girar como antes, lutando apenas contra as adversidades naturais, aqui entre nós, causadas por todos os países e tal processo de desenvolvimento.

 

Carro popular?

Aonde? Se alguém disser que um veículo que custará R$ 125 mil reais, poderá ser chamado de carro popular, vai levar bicada do Corvo. Se quiserem saber, o único carro popular brasileiro será o usadão, pronto para ir ao ferro velho, aquele que consome muita gasolina, peças e causa o matrimônio dos proprietários com os mecânicos, como brincam os comerciais de TV. Isso é tudo o que vai contra o ambiente. Carros velhos no Brasil ainda movimentam uma grande fatia da economia. Segundo os especialistas, um veículo para ser chamado de popular não poderá ultrapassar R$ 30 mil reais, mesmo assim, com subsídio de aquisição. Por isso a indústria corre para desenvolver autos sustentáveis, pequenos e fáceis de manobrar. Estamos no limiar de uma revolução nesse sentido e o Brasil sempre se deu bem, apesar das resistências.

 

O brasileiro e as rodas

Tudo no país depende de estradas, asfalto, pontes e acessos rodoviários. O Brasil ignorou a ferrovia e o transporte aquático mesmo possuindo uma incrível malha hidroviária. Hoje pagamos o preço e os pedágios são uma das penalizações. É quando o estado não dá conta e privatiza.

 

Acabou o frio

Pois é seo Corvo, disseram que o inverno será chuvoso, muito mais que os anos anteriores. E dá-lhe água pelo visto. Lá em casa as paredes estão brotando cachoeiras em razão da inversão climática. Todos os dias há poças de água na sala, quarto e cozinha. Você que é um entendido, será que a situação persistirá?

Manoel K. A. Fernandes

 

O Corvo responde: puxa vida, há tantas coisas para este passarinho escrever e na ânsia de atender aos leitores, utiliza o espaço para falar sobre o clima. Mas é bom que as pessoas saibam que sempre chegam cartas sobre o tema. Deveria ter chovido bastante ontem e hoje. Segundo os sites especializados, haverá sol nos próximos dias e também temperaturas amenas, normalizando o processo térmico. A inversão ocorre quando há frio e do nada, aparece uma onda abrupta de calor. Daí a alvenaria expulsa a umidade. É o que um engenheiro explicou ao corvo. Uma boa quinta-feira a todos!

 

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