No Bico do Corvo

Transporte coletivo de graça

Bom, antes é preciso esclarecer que nada é gratuito, qualquer ação pública que beneficia uma parcela da sociedade é bancada pelo coletivo, ou seja, advém da arrecadação de impostos. Para oferecer ônibus com as catracas livres, o governo do município terá que subsidiar as empresas, arcando com todos os custos por elas assumidos e mais um lucro, porque ninguém investe em frota pela cor dos olhos do prefeito ou corte de cabelo. A não ser que o Chico, ou o sucessor resolvam municipalizar o setor, adquirindo os veículos e contratando servidores. É algo improvável, a começar pelas reclamações de “inchaço” do funcionalismo.

 

Existe?

Sim, várias cidades optaram pela gratuidade no transporte e isso acontece em todos os continentes. Em Foz isso consumiria uma fatia bem salgada da arrecadação. O problema é que todo o setor está em revisão e isso faz parte até do prazo licitado atualmente. Há, segundo informações, muita gente debruçada nos projetos e o resultado pode ser inovação. O município conta com a ajuda do PTI, Itaipu, pode e deve apresentar um sistema revolucionário, com ônibus movidos com energias novas, do elétrico ao biodiesel, vários experimentos estão em prática.

 

Não são apenas os veículos

Segundo um técnico do setor, Foz do Iguaçu precisa rever uma lista considerável de situações, como largura das ruas, pontos de parada seguros e confortáveis, itinerários, bem como a possibilidade de metrôs de superfície, nos sentidos Leste, Norte e Sul, porque a cidade praticamente não possui o Oeste; além do Rio Paraná há outro país. Com o advento dos modais, e o braço ligando Atlântico ao Pacífico, a cidade precisa correr para entregar os pacotes de obras em execução.

 

PSD e o futuro

O PSD realizou uma reunião no último sábado para tratar sobre eleições 2024. Foi com a presença do prefeito Chico e dos 5 vereadores. Não está errado escrever que a sigla é hoje a mais influente na cidade e, como sempre corre o risco dessas coisas acontecerem, o que era para ser um simples encontro partidário virou, segundo disseram, uma lavação de roupa suja e por pouco não foram “às vias de fato”, como sugere o linguajar policialesco.

 

Eliseu

O Presidente do PSD, Eliseu Moura passou um literal sermão e em todo mundo e cobrou fidelidade dos vereadores ao prefeito. Foi semelhante às antigas reuniões de família, quando os avós e pais se mostram enérgicos, brigando com os filhos, exigindo harmonia. Respeito e mais diálogo. Claro, não faltaram as ameaças veladas de expulsão e tudo mais. O banimento é a maior das punições, como Deus fez com Adão e Eva, mandando-os embora do Paraíso, segundo as escrituras. O Corvo não blasfema!

 

Mansinho

O Vereador Adnan, hoje considerado um dos valorosos correligionários, fez questão de concordar com o Eliseu sobre a falta de diálogo, mas também aproveitou para estender o tapete das maldades, acusando o vereador Ney Patrício de não o tê-lo procurado para conversar sobre a presidência da câmara. E foi aí, exatamente neste ponto, segundo as más línguas, que a confusão incendiou, e tem explicação: Adnan foi o “mentor” da chapa que derrotou Ney no Legislativo, entregando a Câmara para o João Morales.

 

Exaltado

Muito eufórico em suas falas, na hoje considerada fatídica reunião, o vereador Márcio Rosa destilou a poção ofídica contra o Chico Brasileiro. Aqui entre nós, toda a cidade sabe que um, faz bastante tempo, vira a cara para o outro. O encontro acabar em bronca não era assim uma novidade. Depois de ouvir os desabafos, a resposta foi irônica; o prefeito disse que não responderia aos ataques, uma vez que estava lá para participar da pauta do PSD e não do Márcio Rosa.

 

Consenso, pero no mucho

Depois de todas as rodadas de brigas, a maioria acabou defendendo uma candidatura própria do PSD na disputa pela prefeitura. Levaram em conta o que todo mundo já estava cansado de saber: o partido, além do governador, possui o prefeito, os cinco vereadores, sendo que quatro já se colocaram como pré-candidatos. Em condições assim, o PSD sempre será um barril rolando a ladeira, pronto para explodir.

 

Destoou

No grupo e no rol das confusões, eis que surge uma exceção: a policial Scheila Melo, que defendeu a sua candidatura a vice em outra chapa, sendo apelidada de “a única pré-candidata a vice da história” pelos colegas. É hilário, mas bem próximo da verdade.

 

Pegou mal?

Uma fala do Presidente da Câmara, vereador João Morales, anda circulando com força nas redes sociais. Até o Corvo que não dá bola para o envio de vídeos, acabou assistindo os cerca de 35 segundos da transmissão. Quem enviou disse que ele atacava as pessoas que vieram de outras cidades, se dizendo um puro “sangue iguaçuense”. O discurso teria acontecido no final da sessão da última segunda-feira. O vereador clama um certo bairrismo e pode ter apenas se expressado mal. A fala está longe de ser um xenofobismo, como tentam “grudar” nele.

 

Receita

Foz do Iguaçu não é ostra, ou uma cidade fechada se fecha para as ideias e o livre pensamento, pelo contrário, é uma comunidade calçada em dezenas de etnias e gente de todo o Brasil. Escolheram esse cantinho do mapa para viver. Alguém próximo do vereador disse que ele reconheceu o escorregão, na casca da banana e por isso deve se retratar na próxima sessão. Todo mundo corre o risco, sobretudo se é pessoa pública. O Corvo mesmo já sentou no tomate e depois corrigiu a mancha. Faz parte. Só corre o risco de errar quem se expõe. Quem fica quieto e não se manifesta, por fim é tratado como omisso. Enfim, se correr o bicho pega… se ficar… às vezes é melhor pecar do que se omitir. Arruma isso aí João! Depois de concluir a coluna o Corvo soube que o presidente da Câmara já havia se retratado perante os alunos em plenário. Hoje ele deve fazer um comentário público na tribuna.

 

A ilha

Corvo, tenho uma ideia: porque não colocamos um pouco de tudo o que há no mundo, em cima da Ilha Acaray, tipo estátuas do Cristo Redentor, da Liberdade como em Nova Iorque, uma cópia da Torre Eiffel, enfim, já que somos uma terra de etnias, bem que isso ficaria bonito.

Maura R. L. Justo

 

O Corvo responde: prezada, não deixa de ser uma ideia, mas segundo este passarinho pesquisou, parece que há um projeto de uma torre como em Atlanta, com restaurante panorâmico e giratório no topo. Mas há outros projetos e sugestões, várias já foram inclusive debatidas, como um “discoporto”, ou seja, um local para a aterrissagem de neves interplanetárias. Será um importante implemento, fácil de medir quantos marcianos compram em Ciudad del Este.

 

 

 

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