No Bico do Corvo
Tudo se encaminhando
Ao que parece o setor político iguaçuense está cheio de combustível e deve incendiar nos próximos meses. Conhecendo o terreno, tudo leva a crer que será um fogaréu controlado, mas de extremos, confirmando o sentido de polarização. Para variar, a coisa em Foz obedece a lei da física, com a direita e a esquerda puxando o que há no centro. É um tal de se agarrarem aqui e ali, que parece não ser tarefa fácil para algumas pessoas. O Corvo explica adiante. Mas para ser exato, nos extremos há forças poderosas, com Enio Verri de um lado e Silva e Luna de outro.
A filiação do general
Joaquim Silva e Luna é agora um partidário oficial do Republicanos e, pré-candidato à prefeitura de Foz. Conclamou inclusive aos presentes no ato, em segui-lo na nova caminhada. Ele é graduado na arma de Engenharia, mas ouvindo sua fala, comportou-se como cavalariano, subiu no bicho, colocou à frente da tropa, apontando a espada para 2024. Segundo estimado, mais de 600 pessoas lotaram o salão onde aconteceu Encontro Regional do partido. Detalhe: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas acabou não comparecendo, mas a ausência foi devidamente justificada. Lideranças regionais compareceram em peso.
Festança da direita
Como Foz é reconhecidamente um reduto mais para a direita, levando em conta o resultado das últimas eleições, é natural que os manifestantes mais radicais comparecessem em peso ao ato de filiação e isso acabou inibindo um pouco a presença dos políticos de centro e até mesmo de gente do centro-esquerda, que garantiu a presença. “Cheguei ao estacionamento e vi aquele mundo de automóveis que ainda possuem adesivos do Bolsonaro e resolvi não entrar” disse um vereador, que pediu de joelhos para não ter o nome publicado.
Pela cidade
De cocheira, o resultado do evento de filiação do General era o esperado, mas o fato é que ele tem sem movimentado por Foz do Iguaçu e em todas as direções, bairros, empresariado e conversa até com o povo dos sindicatos. Esteve em várias localidades na lista de atenção dos órgãos públicos e conversou com lideranças. Impressionante como é bem recebido, independentemente das correntes ideológicas.
Lado oposto
Curiosamente, Enio Verri desempenha papel público não menos destacado. O DGB tem confirmado a presença em 98% dos convites que recebe. Ingenuidade acreditar que ele no cargo, vai deixar a política partidária de lado.
Adnan e Ney
Quem também inicia a semana curtindo um friozinho de Curitiba é o vereador Adnan El Sayed, nas suas tentativas de viabilizar a candidatura para prefeito. Na semana passada foi o Ney Patrício quem esteve na capital. Vamos lembrar que são colegas de partido e estão nessa disputa pela vaga. Nos bastidores, com essa guerra prestes a acontecer, aparentemente não haverá um derrotado no PSD: segundo uma fonte, o que não for escolhido, promete ser candidato por outra legenda. É assim que começa a dança dos famosos iguaçuenses. Por enquanto estão na onda do “Baila comigo…”, tentando convencer a tribo.
Adnan do meio para esquerda
Segundo os analistas, se o escolhido for o Adnan, ele pode atrair a atenção de políticos de centro e possivelmente da esquerda, aglutinando apoios que vão do governo estadual (com restrições) até de alguns petistas; ele trabalha com a possibilidade de um vice do PT, ou indicação da gestão de Itaipu. Segundo dizem, está sendo praticamente escaneado, para que não restem dúvidas quanto ao seu posicionamento.
Ney do meio para direita
Em contrapartida, dizem que se o escolhido for o Ney Patrício, a tendência é ele trabalhar o centro e setores da direita, incluindo uma fração do bolsonarismo local. Como vice, segundo a nossa fonte, Ney provavelmente escolheria alguém ligado à classe empresarial e mais alinhado à direita. Mas pode ser, poderá ser vice também, se for convidado por uma ala mais poderosa. Mas isso tudo ainda não passou do campo das hipóteses, tanto para Adnan como para Ney. Sonhar não custa nada. O que os dois precisam cuidar é para não serem atropelados ou pela cavalaria, ou pela turba.
A dança dos vices
Independentemente de quem obtiver sucesso nesse processo, o vice deverá ser escolhido com muito cuidado, a dedo como costumam dizer. O atual vice do Chico, o Delegado é um exemplo dessa postura cirúrgica de escolha: serviu de fiel da balança para a vitória de Chico em cima do Paulo, mas ao fim das contas deu foi uma baita dor de cabeça. Há quem garanta que ele colocou cerca de 4 a 5% de votos na conta do atual prefeito. Mesmo dando trabalho, foi a melhor escolha naquele momento. Se fosse possível voltar no tempo, possivelmente Chico repetiria a jogada.
Cotados
A situação pode se repetir. É difícil fazer previsões, mas provavelmente o próximo prefeito seja obrigado a praticar exercícios para se manter ao “centro” e as pesquisas é que vão mostrar como se ganha esse páreo: com um vice de esquerdo ou de direita. Em Foz a polarização ainda nos induz a pensar que o campo é dos mais nebulosos.
Desfile
Há muitas fotos registrando o desfile de aniversário da cidade. O caso é que muitas personalidades políticas disputaram os holofotes e publicaram tudo nas redes sociais. Uma das fotos mais comentadas foi da assessora do PTI e primeira dama, Rosa Jeronymo com a nova reitora da Unila, professora Diana Araújo. No mais, muita gente que não conseguiu vaga no palanque postou selfie no meio do povão.
Anice na foto
Quem fez uma forcinha para aparecer nos retratos foi a vereadora Anice Gazzaoui, que fez questão de manter uma posição entre Rosa e Diana. As duas estão mais alinhadas à esquerda, como é sabido e o que não pegou bem nos grupos de zap-zap, foram as alusões mantendo Anice no PL, que é o partido do ex-presidente Bolsonaro.
“O partido não importa”
O argumento de que a sigla partidária não importa, parece ser usual em justificativas de “deslizes” ideológicos, como os cometidos pelas vereadoras Anice e Yasmin, uma do PL e outra do MDB, que muitas vezes atuam na câmara como se fossem do PSOL.
Importa sim
Os militantes que se consideram “raiz” não toleram esses argumentos, sobretudo quando o pessoal da esquerda acaba se lembrando que no caso de Anice e Yasmin, um lembra a sigla do Bolsonaro e outra, o partido do Michel Temer. Mas tem gente que faz vista grossa e prefere não polemizar. Mas segundo uma ligação que o corvo recebeu, dava para ouvir as bolhas de raia estalando na boca de um observador inquieto. Ai meu Deus!
A Fartal e a Fespop
O que mais se viu nas redes sociais de políticos e anônimos, foi a comparação entre o público e os shows de ambas as festas. O que não se viu, porém, foi a comparação entre os ocupantes da tentas e barracas. É fato que Foz do Iguaçu cede seus espaços a entidades filantrópicas enquanto a da vizinha cobra caro pela ocupação do espaço. Foz do Iguaçu divulga e trabalha os artistas, com shows de valores bem menores. Em Santa Terezinha gastas uma verdadeira fortuna.
Dúvida
Permanece a pergunta: caso o governo de Chico Brasileiro gastasse valores astronômicos em shows a população aceitaria, ou haveria os resmungos sobre as necessidades de gastos com saúde, educação, segurança dentre outros? O fenômeno “pão e circo” parece ser interpretado de outra maneira pelas bandas fronteiriças.
Boa jogada
Considerando que a segunda-feira foi o Dia dos Namorados, foi uma boa esticarem a Fartal, a começar pela atração musical, os Barões da Pisadinha. O Corvo fechou a coluna cedo, mas não havia pinta que choveria tanto como na noite de domingo, o que avacalhou o ponto alto da festa. Há pressão para que a semana do município ganhei mais alguns dias, como em outras épocas.
De volta para a política
Houve um treme terra por esses dias, depois de uma postagem com críticas às declarações de uma militante antiga, durante a reunião da Federação PT, PV e PCdoB. Aconteceu em uma página eletrônica externa ao PT. No evento, a militante quem questão, fez um “puxão de orelhas” coletivo, sobre o fato de membros dos partidos pedirem cargos na prefeitura e Itaipu. O caso é que ocupa um cargo e por isso, foi taxada como incoerente.
Dona Mirtha
Não contente com o furdunço que aprontaram para cima da amiga, a assessora do PTI, Mirtha Baez, entrou na discussão e mandou ver, bem ao seu estilo e acabou “postada” a confusão. Ela quer saber como se deu essa postagem na tal página, e, de onde vazou a informação, trabalhando a possibilidade de expulsar do partido a pessoa que vazou o assunto. Instalou-se uma “caça às bruxas” nos bastidores. A coisa está tensa e continua pegando fogo.
Ninguém confia em ninguém
Uma informante que participa do grupo e conhece o dono da tal página disse que “todo mundo duvidava de todo mundo” e por isso, está sendo feita uma “investigação” interna para saber que fez maldade com a informação, com ameaças até do tema ir parar em “comissão de ética e tudo o mais”. Detalhe: a Mirtha é, segundo uma fonte, a “presidenta” da Comissão de Ética. Taí um barraco que está gerando até apostas nas bolsas dos fuxicos.
Nas alturas
Festerê entre os estudantes da Unila que conseguiram convencer o prefeito e emplacar o passe livre estudantil no transporte público de Foz. A proposta já está na Câmara e deve ser votada nesta semana.
Pressão total
Os estudantes prometem ocupar a Câmara para garantir a aprovação do projeto e já preparam uma ofensiva contra o vereador e presidente da Casa, João Morales, caso ele queira embargar a proposta. Alguém disse que o João não quer embargar, mas há um time que fará força para que isso aconteça.
38 mil beneficiados
Se o texto não passar, a conta da manobra, além do desgaste, pode cair no colo do Morales, uma vez que a medida atenderia quase 38 mil pessoas em Foz. O prefeito, em pessoa, deu o tom em discurso para estudantes da Unila, dizendo que agora a bola estava com o João. Fez o Pilatus e jogou a batata quente para os lados da Câmara. Mas enquanto rola a discussão, alguém está fazendo contas para equilibrar a diferença que faz isentar tanta gente das catracas. Isso na certa vai resultar em aumento da passagem.