No Bico do Corvo

Economia em pauta

Enfim empresários e figuras do mundo das finanças exigem uma discussão política que não seja troca de farpas entre os candidatos. Lula sentiu a fisgada ao ser emparedado por nomes fortes da economia e se não apresentar um plano detalhado nos próximos dias vai encarar o oponente de uma maneira bem indesejável, à base de atropelo. Bolsonaro vai passar por cima, igual jamanta sem freios.

Governo cômodo

Jair Bolsonaro nem tem muito o que explicar sobre economia; sua política é essa que os brasileiros estão vendo, com Paulo Guedes orquestrando em meio à deflação, preços baixando e um aumento na geração de empregos. Sem perder tempo com o assunto, o presidente apela para a conquista de votos no Nordeste, o terreno mais fértil do adversário.

Na TV

As peças de campanha de Bolsonaro colocam o povo nordestino na mira e isso deve causar alguma preocupação nos marqueteiros de Lula, porque os VTs são de muita qualidade. Resta saber se convencem. O perigo aí é perderem tempo com isso e Lula ir buscar votos em outras regiões. Segundo turno é assim mesmo, um vasculha o terreno do outro.

Pesquisas

É temerário descartarem as pesquisas, tentando descredibilizar institutos frente aos resultados do primeiro turno. Agora a situação é diferente e ao que se imagina, trabalham com números mais certeiros, espremidos, próximos do resultado real, embora uma certa dilatação nas margens de erro. Há quem garanta que Bolsonaro e Lula estão empatadíssimos. No fim, o trabalho do IPEC e Datafolha pode ajudar e muito os candidatos.

Nunca em tempo algum

Os candidatos e suas campanhas estão com as rédeas tão curtas e sob controle, capazes de sentir todos os solavancos e desvios de rota. Uma embocadura muito sensível; nunca, antes, o Brasil foi tão decifrado em disputa política, possivelmente bem mais que a apuração de um senso.

Dúvidas

No final de semana o Corvo presenciou uma discussão entre amigos ao se encontrarem na calçada. Um mostrou o celular para o outro e perguntou se determinada notícia era verdadeira ou falsa. Os dois conferiram em silêncio, e, se certificaram que havia exagero na informação e ela, por fim, não era verdadeira. Isso quer dizer que as pessoas podem não formar opinião sorrateiramente, como antes. Estão pelo menos se preocupando em pesquisar. Isso é um grande alívio. O “desconfiômetro” está em módulo de ativação.

Aberrações

Tanto Lula como Bolsonaro se preocupam com notícias falsas, mas quando não trabalham propostas e vivem de trocar acusações, algumas estapafúrdias, ambos se tornam responsáveis pela onda de mentiras. Peças de campanha como comer índio, fazer parte de PCC, isso é um caminho que vulgariza a disputa; nivela por baixo e incentiva ações similares. O Brasil não merece. 

Batatinha

O apresentador e deputado federal eleito visitou o prefeito Chico Brasileiro na semana passada o que foi suficiente para uma porção de especulações. Isso acontece porque o Batatinha é um dos eleitos do MDB, mesmo partido da dona Rosa, a primeira suplente. O Corvo assuntou e ao que parece o deputado emedebista está visando várias prefeituras da região, deve desenvolver uma atividade bem próxima aos prefeitos. Rosa por sua vez deve continuar compondo o secretariado municipal, no setor de Saúde, onde realiza um trabalho muito eficiente.

(corvo1)

Experiência

Contaram para o Corvo que ela gostou muito do exercício de campanha e que deverá seguir adiante. O Corvo ainda não teve lá muito tempo de apurar, mas Rosa, ao que parece, não pode se candidatar à qualquer cargo eletivo municipal, pelo menos enquanto o Chico estiver na cadeira de prefeito.

Kossar

O povo pode reclamar à vontade dos institutos de pesquisa Brasil afora, mas em Foz, o Luiz Kossar acertou em cheio nas previsões. O matemático construiu um relatório bem interessante sobre o desempenho dos candidatos e os votos válidos nos últimos 20 anos. O espaço é pequeno para o Corvo publicar as planilhas, mas promete produzir uma matéria especial. Resumindo, a conclusão é que ao longo de duas décadas, Foz do Iguaçu vem perdendo representatividade no Legislativo Estadual e Federal, apesar de possuir um contingente de eleitores em torno de 140 mil votos nominais, o que seria suficiente para votações bem mais expressivas. Taí um recado: nossas lideranças estão envelhecendo e é assim que o encanto se esvai do eleitorado.

Traduzindo

A informação não traz demérito algum aos eleitos, pelo contrário, mas preocupa. Sorte que os deputados Vermelho, Giacobo e o eleito Matheus amam a cidade e trabalharão por ela, mas se elegeram graças aos votos de outras freguesias. Vermelho, por exemplo, foi eleito com 18.525 votos em Foz, quando havia 144.271 votos válidos. Já o Giacobo em 2006, detinha 14,87% dos votos válidos e em 2022, baixou para 5,11%, ou seja, fez 7.370 votos; foi buscar 95% dos votos que conseguiu em outras cidades.

Difícil cobrar

Políticos sabem que isso é assim mesmo, e que faz parte do ofício, mas certos setores deveriam pensar bem antes de cobrar os representantes, quando não cometeram um esforço que fosse, pelo voto útil. Bom, muitos candidatos locais organizaram até carreatas para paraquidistas, o que pensar? Essa gente no máximo conseguirá uma boquinha de assessor. E vale a pena?

Retomada

A grande notícia positiva do final de semana foi a reconquista do milionésimo visitante no Parque Nacional do Iguaçu. É o termômetro mais ajustado para provar a recuperação no segmento do Turismo e os números estão atestados nas catracas de entrada do atrativo.

Cidade vai lotar

Quem passeou por Foz na tarde de domingo sentiu que havia um movimento bem acima do normal. Sim, muitas pessoas já estão na cidade por conta do feriado da Padroeira e Dia das Crianças. Segundo consta, é quando aumenta o movimento de compras, visando as festas de final de ano. E isso acontece mesmo com o dólar alto.

Ele chegou

O bom velhinho já anda dando as caras pela cidade. Está nas campanhas da prefeitura, curtindo as águas e o Verão. Mas Papai Noel já começa a aparecer nos telhados de algumas casas. Há pessoas que se antecipam nas decorações de Natal. No vendaval da madrugada de domingo, um boneco inflável de Papai Noel voou alto e virou diversão dos cachorros de um vizinho.

Saiu de Foz

O jatinho que acabou causando uma baita bagunça no transporte aéreo nacional saiu de Foz do Iguaçu pela hora do almoço. A aeronave pertence a uma empresa de construção civil. Para se ter uma dimensão da bagunça, somente o aeroporto de Congonhas mantem cerca de 225 voos diários, de destinos dos mais variados. Quem diria, um pneu furado esculhambou todos os horários da malha aérea. Isso se deu graças à demora para retirar o jatinho da pista, que por pouco não caiu no barranco da cabeceira.   

Flamingos

As aves voltaram a colorir o Parque das Aves, depois da algazarra das onças, que quase exterminou a espécie num dos recintos do atrativo. “Algazarra” porque não comeram os bichos, só caçaram, como manda o bom instinto animal. No caso, os felinos atestaram que não gostam muito de exóticos.

Papagaios

O parque deve receber mais uma remessa de papagaios apreendidos em porta-malas de veículos nas estradas. Que barbaridade esse tipo de comércio hein? Muitos dos pobrezinhos morrem sufocados. Os papagaios são retirados de reservas paraguaias; muitas espécies chocam no inverno e os bichos nascem na primavera. Estima-se que muita gente vive desse comércio. Ainda é possível encontrar pessoas vendendo filhotes e aves na beira das estradas. O governo do país vizinho bem poderia controlar isso melhor.

Sem Pantanal

Foi-se uma das novelas mais bem-sucedidas quando o assunto foi dar recado das ameaças naturais. Travessia é exatamente o contrário, diz o elenco; mostra a degradação e a máquina digital de triturador ossos, a começar pelos efeitos das notícias falsas, um problemão nos dias atuais. 

Alô, alô leitores…

O GDia circula nesta terça-feira e volta na quinta, devido ao feriado da Padroeira do Brasil. Desejamos a todos um ótimo descanso e uma forcinha nas velas, porque Nossa Senhora é poderosa e atende súplicas até de quem não ajoelha e reza. Ela passa na frente e manda ver, porque é só generosidade. Vale a pena pensar um pouco nisso, pois como escreveu o mestre e imortal Gilberto Gil, “andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”.

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