No Bico do Corvo
A Maçonaria
Corvo, você foi cirúrgico, Maçonaria não é religião, nem seita, tampouco algo que cause malefícios, é apenas uma sociedade de união entre amigos, que comunga o bem, o progresso, o desenvolvimento; lojas maçônicas são os espaços sagrados em prol das grandes causas, em favor dos mais fracos e com justiça. Maçons, são, como todo cidadão deveria ser, guardiões da Constituição. Uma pena ignorantes e desprovidos do conhecimento, pensarem diferente.
José C. B. Castilho
O Corvo responde: prezado, dependendo da interpretação e da nocividade política, até as “jovens da Juventude Juvenil” serão apedrejadas em praça pública, porque quem faz, é alvo da maledicência dos que não fazem absolutamente nada. Pior, para alguns destruir é mais importante que construir. Infelizmente existem os abestalhados de plantão que distorcem a verdade e a missão das instituições.
Defesa
Chega a ser triste precisar ver o esforço dos responsáveis pelas lojas maçônicas ao se defenderem de ataques nas redes sociais. O que há de errado no fato de um político falar em locais assim? Falam em tudo o que é canto, associações, federações, igrejas, campos de futebol, falar na Maçonaria dá no mesmo que procurar associações de bairros, ou confrarias, não há nada errado. Todos são importantes. Se essa maledicência nas redes persistir, não haverá nada que preste no país. Isso precisa acabar, pois não é “liberdade de expressão” e sim abuso, por meio da informação falsa. De outro jeito, as pessoas estão se esforçando em aprimorar o conhecimento, para avaliar o que dizem. Isso é um avanço.
O Bolsonarismo
Prezado Corvo, agora estão falando em “Bolsonarismo” sem o Bolsonaro. Será que isso existe? Não seria melhor conceituarem isso de outra maneira? Acho que o Brasil ainda não chegou, não atingiu num status de nação que possui movimentos de massa como o caso do Peronismo, na Argentina, que hoje desapareceu. O que o senhor pensa sobre isso?
Marcello G. V. Cordeiro
O Corvo responde: prezado, é por essas e outras que o Corvo nunca “acha”, ou conceitua a história com base no “achismo”. O Corvo “pensa”, que o movimento que está se solidificando como “Bolsonarismo” é uma realidade. E provavelmente existirá sem o Jair Bolsonaro, no futuro. Se deram nome ao “Comunismo”, “Socialismo” e não vamos longe, ao “Petismo”, qual o problema de batizarem a direita, nutrida com pensamentos de várias frentes como “Bolsonarismo”? O que aconteceu é que encontraram uma maneira de rotular o posicionamento de uma expressiva corrente popular. O Peronismo é muito presente na Argentina e não é coisa do passado. Não desapareceu coisa nenhuma. O atual presidente foi eleito por essa frente ideológica. E veja a situação: a vizinha Argentina abriga 45,38 milhões de habitantes, somente o Bolsonaro, no primeiro turno desta eleição, fez mais de 51 milhões de votos.
Bolsonarismo e Lulismo
Para complementar a nota acima, sem que o parágrafo fique imenso. O Corvo vai tentar expressar o que dizem muitos sociólogos brasileiros: Lula levou mais de 20 anos disputando eleições, para elevar o “Petismo” ao grau de ideologia partidária. Começou com o Partido dos Trabalhadores, foi negociando, aglutinando, perdendo e vencendo, e, mesmo assim, o seu partido, o PT, nunca foi maior que outras legendas, como o antigo PMDB, hoje o MDB, o PFL. Já Bolsonaro surgiu como um meteoro, assumiu o poder em menos de dois anos, venceu eleição derrotando o PT, abarcou setores importantes como o Agro, o transporte, indústrias e alas empresariais significativas. A direita foi acordada ao solavanco no berço. Bolsonaro moveu uma onda gigantesca, a maior tsunami política de nossa era. Ele mesmo sabe que precisa lapidar o que criou, mas não há como deixar de reconhecer o feito. O que será ou o que acontecerá, depende dos fatos que virão, porque não existe bola de cristal, e, este colunista não crê em cartomante. O Brasil terá que decidir em breve.
Como isso aconteceu?
Não está errado dizerem ou escreverem que o “Petismo” acabou criando o “Bolsonarismo”. Isso aconteceu diante dos escândalos que paralisaram a nação, prisões, denúncias cabeludas sobre o uso indevido do dinheiro público. O que foi verdade acabou julgado e os condenados cumprindo pena; se algo foi mentira, a Justiça decidirá. Nesse vácuo, Bolsonaro encontrou uma veia fértil, e, trabalhando os tempos da ditadura – como neles não ocorressem crimes e corrupção – teve sucesso.
A lapidação
No tsunami há um pouco de tudo, radicais, extremistas, ignorantes e reacionários, mas há também muita gente boa. O outro lado também é assim, cheio dessas nuances. O Bolsonarismo terá que, aos poucos, se purificar e dar clareza às intenções, moldar a direita sem precisar ameaçar as liberdades democráticas, pautando as razões da sua existência e convencendo a maioria. Assim nascem os movimentos fortes e que serão duradouros.
O destino
Quem olhar o mapa eleitoral brasileiro e identificar quem é quem na atual conjuntura formará uma opinião do que pode acontecer: se Lula vencer, terá contra si uma massa monstruosa oposicionista, como nunca houve no país. E ela não existe apenas no Congresso Nacional, mas nos Estados e Municípios. Se o “Petismo” assumir o poder, precisará encontrar meios de conter o movimento de direita, sobretudo porque avançará nas eleições municipais, formando prefeitos e vereadores. Se Bolsonaro vencer, terá que usar as ferramentas do aprimoramento e fazer o governo acertar, porque também possuirá oposição. Se for bem, vai em frente se errar, pagará o preço.
Não mudam
O problema dos extremos é que os componentes são difíceis de mudar. Estão de cabeça feita. Esquerda ou direita são muito mais inflexíveis que o povo dos partidos de centro. Aí mora um perigo, da situação perder o controle e isso dependerá muito do líder na cadeira de presidente. Se ele for moderado, não ocorrerão nem brigas domésticas, com petistas e bolsonaristas se matando à tiros, facadas e pedradas. Se houver o estadismo incorporado no Presidente da República, as chances de paz são maiores e consequentemente de progresso e desenvolvimento. Mas é uma ilusão acreditarem que a queda de braço na política amenizará. É salutar para a Democracia que ela exista e sempre esteja atenta ou de plantão.
Ignorância
O que os “Petistas” sofreram no passado, com o radicalismo extremo, o “Bolsonarismo” sofre hoje. O caso é que os extremistas de ontem, comparativamente, são crianças da pré-escola perto do que há hoje. Mas olhando as redes sociais é possível entender o nível de ignorância e radicalismo. Isso precisa mudar, porque a mentira jamais vencerá a verdade. Pode atrapalhar, mas não é mentindo que um governo ou ideologia se sustentará, independentemente dos lados.
Besteirol
O Corvo foi à farmácia e lá havia uma discussão. Várias pessoas comemoravam a “queda” do ministro Alexandre de Moraes. “Acabou de cair, agora sim as coisas vão andar, disse uma das pessoas, socando o ar como fosse um gol de placa”. Em verdade, festejavam uma fake news. O que as pessoas ganham inventando coisas assim? “O Bolsonaro tem que fechar de vez o Supremo”, disse outro. E se fizer isso, atendendo aos anseios de ignorantes, como e onde irá se defender no futuro? As pessoas precisam entender a razão dos Poderes Constituídos e como são importantes.
Quem é fulano?
No meio da discussão um balconista da farmácia perguntou a uma das pessoas que estavam festejando: “você saberia explicar quem é Alexandre de Moraes ou o que ele faz?” Uma das pessoas disse: “ele é um desses caras lá em Brasília que é contra o Bolsonaro”. A pessoa em questão, demonstrou não interessar em saber o que é Judiciário, Legislativo e Executivo. Como alguém assim pode raciocinar, para depois formar a opinião? Esse é o drama do extremismo, de não controlar a turba que um dia se voltará contra quem estiver no poder, seja de direita ou esquerda.
Em campanha
Ao que indica, o nível não irá melhorar nos programas eleitorais. A ex-candidata Simone Tebet alertou o Lula, que desperdiçou a chance de vencer no primeiro turno, simplesmente porque não esclareceu e nem alinhou suas propostas. E começa o segundo turno e no lugar de aprenderem a lição, ficam se insultando. O petista, por exemplo, está circulando vídeo onde o Bolsonaro aparece dizendo que comeria carne humana. E precisa disso?
Ainda em campanha
E por sua vez, o Bolsonaro continua chamando os petistas de presidiários, ladrões, etc. O que os dois candidatos precisam de vez entender é que no meio dessa “troca de gentilezas” estão mais de 100 milhões de brasileiros. Os dois lados, com mais de 50 milhões cada, encara as ofensas com o mesmo potencial dos candidatos. Tomam as dores. Isso não vai prestar. Como disse Simone, alinhar as propostas e dizer quais as fórmulas para salvar o Brasil e os brasileiros, pode fazer bem para todos e elevar os discursos. Do jeito que vai, quem assumir a presidência estará mais sujo que pau de galinheiro. Esse tipo de desgaste não interessa a ninguém.
Universidades no foco
Corvo, o governo fez bem em bloquear a verba de muitas universidades, porque elas não fazem nada que presta, a não ser deformar o caráter dos jovens. Meu filho entrou na faculdade e agora passa o final de semana lendo, gasta tudo o que ganha comprando livros, não se diverte, não frequenta mais o baile da vila, despreza os amigos, nem joga futebol e baralho. Que tipo de pessoa ele será?
M.V.B.S (A leitora pediu para não ter o nome publicado). O texto foi editado.
O Corvo responde: prezada, pode ficar tranquila que o seu filho está muito bem encaminhado. Ele saberá utilizar o tempo aprimorando os conhecimentos e se tornando uma pessoa muito melhor, porque “o saber” é fundamental. Na opinião deste colunista, a arrecadação de impostos sempre aumenta, logo, as verbas para universidades e pesquisas deveriam aumentar também, proporcionalmente. Dinheiro para a Educação nunca deve sofrer cortes ou ser desviado para finalidades injustificadas. Os pais não precisam se preocupar com filhos que investem o que ganham em livros, e, nem quando passam o tempo todo estudando.
Peregrinos
Corvo, ontem fui até Missal e passei por várias pessoas caminhando na beira da estrada, umas levavam até cruzes. O povo tem fé mesmo. Mas veja, os acostamentos são estreitos e com chuva então, essas caminhadas são um perigo. E tem gente que vai a cavalo, leva cachorros, também passei com muitos cadeirantes. Entenda, não estou reclamando da peregrinação, porque também sou devota, mas sim nas condições das estradas. As autoridades, sabendo que isso acontece, deveriam melhorar as condições para os peregrinos.
Mara Lúcia S. G. Dantas
O Corvo responde: certa ocasião o Corvo peregrinou por essas mesmas estradas e sentiu a dificuldade que há em se concentrar e meditar, porque peregrinações nos levam a isso. Os caminhões passavam em alta velocidade, buzinavam e algumas pessoas “zoavam” com o nosso grupo. Nossa região tem tudo para se tornar algo como os caminhos para Compostela, mas com esse povo maluco ao volante, fica complicado. Peregrinos e devotos merecem respeito.