No Bico do Corvo

A polêmica dos juros

Corvo, seus comentários foram eficientes sobre essa queda de braço entre o governo e o Banco Central, mas como sabe, o assunto é cabeludo e cheio de complexidades no campo da economia. Como no petróleo, o Brasil precisa se alinhar ao mercado internacional e pelo que parece é isso que faz o presidente do BC, eleito para o cargo no governo Bolsonaro.

Julio B. C. Brandão

 

Política caolha

Prezado Corvo, sobre a taxa de juros, o problema brasileiro parece ser a desigualdade social, porque com uma taxa de juros na casa dos 13,75% seria como colocar a população num saco plástico e esperar o ar acabar, causando um sufoco coletivo. É exatamente esta a encrenca entre Lula e Roberto Campos Neto, cria do Bolsonaro. Inadmissível o Brasil suportar uma carga tão alta, em segundo da lista. Se bem que a Argentina não conta, porque vive uma situação de hiperinflação, onde nenhum parâmetro conta. Logo, o Brasil está em praticamente primeiro lugar nesse item tão cruel, que sacrifica a população e todos os meios produtivos.

Marisa L. C. Leal

 

Campos Neto, o economista

Pois então Corvo, como você mesmo escreveu temos aí um problema meio que genético, de um “neto” tentando imitar o avô, o grande diplomata, economista e político Roberto Campos. Mas neste caso, existe um pequeno problema; um detalhe: Neto e avô são de tempos diferentes e um não possui a qualidade do outro, se é para comparar competência. O Roberto Campos, autor da impressionante obra “A Lanterna na Popa”, era alguém muito mais dotado de experiência e arrojo, e, mesmo atuando em tempos de governo militar, era muitíssimo respeitado no exterior e também pelos brasileiros, porque possuía uma visão econômica periférica. Seu neto, o atual presidente do BC ainda não chegou lá, com todo o respeito. Foi parar no Banco Central porque o Bolsonaro quis emplacar o crédito que havia no nome. Mas e agora? Lula deve respeitar as regras, mas seu inconformismo é justificado.

Maurício H. F. Ramos

 

O Corvo responde: prezados, primeiramente este humilde colunista agradece a leitura e a manifestação dos amigos. “Segundamente” é gratificante receber tantas mensagens (as que foram publicadas e mais outras) sobre um assunto tão complexo, mas que por fim, envolve a todos os brasileiros. Na visão deste colunista e dos autores do texto publicado na última terça-feira, governo e Banco Central precisam encontrar um modelo e ferramentas para atenuar a taxa de juros. Apenas relembrando, a manutenção da taxa Selic está em 13,75% e o Brasil se mantém na liderança do ranking de juros reais. Em uma lista com 40 países, a taxa brasileira lidera com 6,94% ao ano, em um cálculo que considera o juro básico e o desconto da inflação esperada para os próximos 12 meses. O ex-presidente Bolsonaro se defendia arguindo sobre a Covid e a guerra no exterior, o caso é que os juros na Rússia estão por volta de 0,34%. Na Ucrânia é alta porque o país enfrenta as maiores consequências do conflito. Tomara o governo e o BC encontrem solução sem tanta discussão. Uma coisa é esse alinhamento com o mercado internacional, sempre afetado por crises, outra, é sacrificar o povo brasileiro.

 

Terno e gravata

Alguns vereadores andam reclamando das regras de etiqueta para frequentar o plenário da Casa de Leis, onde é necessário usar terno e gravata. As reclamações ocorrem em razão de muitos servidores não se vestirem com o mesmo rigor. Pelo contrário, atravessam o recinto com camisetas com estampas de banda de rock, tênis e alguém já apareceu de bermuda, mas teve que voltar em casa e trocar. O Corvo entra nessa discussão esfregando as mãos.

 

Pilchados

Muita gente não se lembra e nem sabe, mas o “traje oficial” de Foz do Iguaçu foi por muito tempo a “pilcha”, ou seja, a vestimenta folclórica dos gaúchos. Provavelmente a Lei tenha sido revogada, mas foi aprovada, de autoria do finado Hermes Vetorello. Ele inclusive foi o presidente do Legislativo. Na época o assunto gerou muita polêmica e surgiram opções, como o caso de usarem paletó, gravata e bermuda, a exemplo de alguns países sob o domínio britânico, onde há clima quente.

 

As autoridades

Um dos funcionários que é chegado em usar camisetas se defende, pedindo para não ter o nome revelado: “poxa, a autoridade é o vereador, ele é quem aparece na TV, ocupa a Tribuna, dá entrevistas, fala na rádio e sai em fotografias nos jornais. O rito deve valer para eles e não nós, servidores que chegamos a pingar suor, por causa do calor e ficamos de um lado ao outro atendendo aos pedidos dos vereadores. A Câmara bem que poderia nos arranjar um uniforme, como alguns setores da prefeitura possuem, mas nunca terno e gravata, pensa?”.

 

Paulo na Câmara

A sessão da terça-feira contou com a visita do ex-prefeito Paulo, que tumultuou o Plenário porque todo mundo quis tirar uma foto com ele. Afinal, ainda é uma celebridade na política municipal. Depois da visita e do assédio de tantos fãs, certamente o Mac saiu mais cheio de vontade ainda de encarar mais uma eleição.

 

Paulo vai à Câmara e foi muito recebido por quem estava no plenário, a começar peçpos amigos vereador Ney Patrício e o ex-vereador Sérgio Leonel Beltrame

 

 

Fuga do hino

Ah, essa o Corvo não vai deixar de comentar: uma das cenas mais intrigantes da Câmara de Foz é a hora em que executam o Hino Nacional, quando muita gente toma chá de sumiço. O Corvo notou que diversos assessores, um vereador e uma vereadora e até jornalistas deram o “pirandelo” no momento cívico. Patriotismo é algo bonito, mas muita gente não é chegada nele. O jornalista se defendeu: “fui aproveitar e falar com o vereador, querendo saber porque ele sempre se ausenta no momento do hino”, justificou. Arranjou foi uma saída igual à do Leão da Montanha. Esperto.

 

Abaixo assinado

Com um fato assim acontecendo sempre, alguém está organizando uma lista de assinaturas propondo que o presidente da Casa, vereador João Morales, peça para que os vereadores façam um rodízio e cantem o hino na tribuna. Aí sim vai complicar, porque tem gente que só vai até “Ouviram do Ipiranga…”, depois só enrola.

 

Complicou tudo

A entrada do PT no governo municipal parece melar, pelo menos por enquanto. Uma reunião do partido, ocorrida na última segunda-feira, mostrou que não há unanimidade sobre a questão e que a entrada de membros na gestão Chico pode ser interpretada apenas como “emprego para os companheiros”. Isso por si, segundo um membro do partido, não significaria a plena adesão petista. Bom, o PT tem dessas, são raras as decisões unânimes em Foz.

 

Não estava nos planos

Uma coisa é certa, a administração pública não é agência de empregos e é até bom que alas no PT sejam alérgicas a isso. Os governantes, por sua vez, sentem-se menos pressionados e podem atender aos setores produtivos, sempre cobrando pessoas certas nas cadeiras das secretarias. O fato é que não havendo adesão forma do PT ao governo, certamente a entrada dos petistas fica prejudicada.

 

E o Turismo?

Algumas pessoas estão sendo indicados para assumir a pasta. A mais cobiçada e polêmica é a do Turismo, por causa de um certo “estranho no ninho”, ou seja, pessoa que não é afeta ao setor, embora preso à memória da mídia eletrônica, e, por razões em nada pitorescas. Basta uma busca no Google que a bomba sacode. De uns dias para cá é o que mais há nas redes sociais, ou seja, notícias antigas revivendo o passado, publicadas por meios de destaque como Gazeta do Povo, Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, sem contar os locais. Possivelmente, as lideranças petistas que trabalharam a indicação não sabiam desses detalhes. A ala empresarial entrou em estado de pânico com a notícia. Um hoteleiro inclusive, ameaçou se enforcar em praça pública. Se bem que há chances do contraditório e a pessoa se explicar sobre a vida pregressa se é isso que possa ser sustentado.

 

O destino

Para uma cidade como Foz do Iguaçu, o secretário de Turismo é uma autoridade de primeira grandeza, do tipo “embaixador”. Aparece mais que o prefeito e conta pontos no segmento em matéria de credibilidade. A Secretaria precisa, antes de promover o destino, fazer com que o segmento volte a conversar e aceite superar as metas, coisa que parece ficou meio de lado. A pandemia enrolou a língua do povo e transformou Foz em Babel do Trópico de Capricórnio; o povo fala mais não se entende quando o assunto é o Turismo, uma pena. O que falta é governo, especialmente os governantes, empresários, pessoas envolvidas com o setor valorizá-lo, como bem merece.

 

Baixaria no TTU

O que era para ser apenas uma eleição de associação, virou uma briga de foice no terminal de ônibus de Foz. A disputa entre duas chapas acabou em desavença entre esquerda e direita e a surpreendente montagem de acampamento bolsonarista em frente ao Batalhão. No fechamento dessa coluna, ainda havia acampados pelas redondezas.

 

Olho aberto

O que falta é interpretarem o movimento equivocadamente e isso acabar indo parar nas mãos do ministro Alexandre de Moraes e, para variar, colocar Foz de novo nos noticiários. Mas é bom a população ir se acostumando. As eleições acabaram, mas o país ainda continua ideologicamente dividido. Quando mais o tempo passa e o governo se debate com os problemas, sem solução, mais aumenta a ira dos adversários e oposicionistas.

 

Eleições municipais

A divisão ideológica deve sim interferir e muito na escolha de prefeito e vereadores. Há várias pessoas ativas no movimento de direita e ao que parece, não são chegados em dar o braço à torcer, ou seja, não apoiarão candidatos de centro em nem esquerda. Isso tem tudo para se converter em grande confusão. Aí sim veremos quem é político para valer e com sabedoria para mover as massas.

 

Edição conjugada

O GDia informa que circulará até amanhã, quinta-feira e publicará edição conjugada envolvendo os acontecimentos no feriado da Semana Santa e Páscoa. A previsão de retorno do impresso é na próxima terça-feira, dia 11/04.

De última hora

No dia em que se completaram 100 dias do governo Lula, a vereadora Anice Gazzaoui anunciou sua saída do PL, partido do Bolsonaro e do qual ela era presidente municipal. Agora o futuro é incerto. Talvez ela queira se reintegrar às origens petistas. O fato é que Anice é chegada em estar sempre ao lado do poder. Saltos assim, da direita derrotada para a esquerda vitoriosa são até comuns, mas difíceis de explicar. Ou será o motivo seria os PListas locais estarem em vias de cancelá-la? Qual seria a cruel verdade?

 

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