No Bico do Corvo

A polêmica dos juros

A queda de braço entre o presidente Lula e o Banco Central sempre estará em voga, pelo menos até o dia em que houver a mudança de diretoria da organização e o staff obedecer ou pelo menos interagir mais positivamente com o governo. Em verdade, os executivos da entidade monetária deveriam primar pela isenção verdadeira, fazerem valer a independência, e, não, atuarem como um pêndulo de filosofias de direita, centro ou esquerda. Não deveria haver essa relação igual marcação de território, com Roberto Campos Neto e seus colaboradores com os pezinhos na ortodoxia, distante dos que governam atualmente. O caso é que não falam a mesma língua e nem se esforçam o entendimento.

 

Pesquisa

Segundo o jornal Folha de São Paulo e a mais recente pesquisa de seu instituto, o Datafolha, 80% dos entrevistados consideram que Lula age bem ao pressionar pela queda de juros. 71% consideram que a taxa está acima do que deveria e apenas 16% dizem que “está um pouco mais alta”. Isso parece piada. Elementar caro Watson, qualquer sociedade concordaria com a postura de um líder na luta contra os juros; por outro lado, todas as autoridades em economia do planeta acreditam que a taxa é demolidora no Brasil, o problema é encontrar uma fórmula que resolva o problema sem contrariar a ordem econômica de todos os continentes. O mundo vive essa crise. Falta explicar também, as adversidades brasileiras que sustentam os 13,75% ao ano.

 

Os pesquisados

Enfim, quem seriam os pesquisados em assunto de natureza tão técnica? Economistas, profissionais liberais, universitários, empresários, banqueiros e bancários, contadores ou as pessoas que administram os lares, porque elas sim são diretamente impactadas, o caso é que talvez não saibam explicar a raiz e como isso afeta a economia; a taxa de juros, afinal, interfere em tudo, no comércio, indústria e claro, no bolso do cidadão, daí é que surgem as respostas como “está um pouco alta”. Está altíssima, o Brasil ocupa quase o topo do ranking dos juros nominais, perdendo para a Argentina, que enfrenta mais um colapso econômico.

 

Bronca justificada

O fato é que Lula precisa sim se mexer e usar de todas as prerrogativas e mecanismos possíveis para enfrentar esse dragão, antes que comece a cuspir chamas inflacionarias descontroladas. Vamos nas premissas, considerando os juros nominais, quando não se desconta a inflação; a taxa/Brasil se mantém na segunda posição – com a Argentina lutando contra os 75%, vivendo uma hiperinflação. Depois do Brasil, com os seus 13,75%, temos Hungria 13%, Colômbia 12,75%, Chile 11,25%, México 10,5%, Turquia 9%, Rússia 7,5%, África do Sul 7,25% e ao fim da lista, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália e Portugal com 2,5%; Taiwan e Dinamarca, 1,75%; Tailândia com 1,74%; Japão -0,10% e Suíça -0,75%. Detalhe, alguns economistas japoneses estão em pé de guerra ao considerarem a deflação perigosa. Pensa?

 

Antes que perguntem…

Do meio para baixo no ranking aparece Hong Kong e Estados Unidos na faixa dos 4,75%; Canadá, 4,5%, China 4,35% e Reino Unido, 3,5%. Vasculhando a opinião dos economistas que refletem o assunto, todos gastam a mesma tecla, que é preciso ter dinheiro para fazer investimentos e pagar dívidas, as necessidades básicas de qualquer governo. Sabemos que a principal forma de arrecadação é por meio dos impostos, mas há outras formas de arrecadar dinheiro, como por exemplo, com empréstimos, com títulos do Tesouro Nacional. Esses títulos são certificados de dívida emitidos e vendidos pelo próprio governo através do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou a famosa Selic. Quem compra os títulos ganha recebe o valor de volta com o acréscimo de juros.

 

Quem compra?

A maioria dos títulos do tesouro é comprada por grandes instituições financeiras. É uma operação amparada em Lei, uma vez que as instituições depositam uma parcela dos depósitos em contas no Banco Central. Assim controlam a quantidade de dinheiro em circulação e evitam o aumento da inflação. Nem é tão difícil entender ou explicar, mas é um tema muito técnico, levando em conta milhões de operações, com uma balança de saldos complicada no BC, resultantes de empréstimos em outras organizações para o cumprimento da Lei; é uma corda bamba financeira, com operações de curtíssimo prazo. E também há essa diferença entre Selic Over e Selic Meta, algo que todo mundo deveria entender.

 

No economês

Como explicar isso de um jeito fácil de entender: a ”Taxa Selic Over” pratica os juros quando uma instituição financeira empresta dinheiro para outra usando os títulos públicos adquiridos no Banco Central como garantia, e a “Taxa Selic Meta” é a que estamos acostumados a ouvir, quando o assunto é a taxa básica da economia Brasileira, parâmetro para o que é praticado no mercado, na tendência de menor taxa na economia. Enfim, é nessas linhas que a economia transita, mas o povo só fica sabendo até onde vão os noticiários e o que sai da boca dos políticos, levando em conta as reclamações dos setores produtivos. As mudanças na taxa de juros ocorrem porque a economia não é estável e é necessário adequá-la ao cenário para que exista um equilíbrio, garantindo a circulação do dinheiro. De um jeito ou de outro todo mundo está de olho no IPCA é o índice que aponta a inflação do país; o que indica se houve variação nos preços de uma série de categorias de bens e serviços importantes no dia a dia das pessoas, como vestuário, alimentação, transporte, saúde, despesas pessoais, educação e comunicação. Bom, bola pra frente que daí em diante a coisa complica.

 

Foz e seus dilemas

“O mundo gira e a Luzitana roda”, diz o slogan da transportadora que aliás, vai muito bem de saúde ao que consta, com mais de um século levando coisas e gente para todos os lados. A frase, afinal, serve para ilustrar um paralelo entre os mundos, o que há no Brasil e as diatribes locais, como é o caso das supostas paralisações nas obras estruturantes; as tão sonhadas pela população. Mas é preciso separar bem as coisas: aparentemente, o problema é com a Perimetral Leste, mais devagar que jabuti com bicheira em uma das patas.

 

Onde há dilema?

Acontece que o iguaçuense é calejado de ver as coisas começarem e não terminarem, ou elas demoram, causando dúvidas e insegurança. Em geral, as obras esperadas pela população são muito debatidas e se arrastam por anos, como é o caso da segunda ponte com o Paraguai. Ela está pronta, imponente no horizonte, linda de morrer nas fotografias, mas sem utilidade enquanto a Perimetral não existir. Muito provavelmente os paraguaios consigam fazer a lição de casa antes que os brasileiros.

 

BR 469 e nova ponte

Quem faz o caminho do aeroporto, utiliza os grandes hotéis, frequenta os parques temáticos e por fim, vai até o Parque Nacional do Iguaçu, contempla um maquinário pesado, trabalhadores e atividades ao longo de todo o trajeto. A duplicação da BR 469 possivelmente esteja até se adiantando no prazo. O caso é que como a Ponte da Integração, esbarrará também na necessidade de conclusão da Perimetral, de cara com o viaduto e o trevo que faz a ligação com o resto da cidade.

 

Muito movimento

No último final de semana o trânsito se formou, causando congestionamento no gargalo, bem em frente ao Hotel Carimã. Os moradores, visitantes e turistas terão que suportar o martírio da locomoção no trecho, no feriado desta Semana Santa. Dentre outras é mais do que natural as pessoas imaginarem a confusão que será depois da duplicação. A perimetral está se convertendo em grande dor de cabeça. O mato começou a invadir o que antes era terraplanagem e quase não se vê trabalhadores ao longo do trajeto. Tudo está longe do início da obra, com a pegada de construção em vários pontos, do início ao fim.

 

Mais perguntas

A mudança da direção do PTI causou uma sacudida em vários temas, mas o Mercado Municipal é que parece estar no topo da lista. Nem é a atividade mais importante nos domínios do Parque Tecnológico, mas está no olho do furacão para a sociedade, pois a promessa era de funcionamento em meados de 2022. Todo querem saber: o que falta? Além da conclusão física, precisam encontrar uma fórmula definitiva para a ocupação dos espaços, ou decidir quem poderá ou não concorrer aos boxes.

 

Pensamentos conflituosos

Há quem insista em converter os espaços do mercado em renda para as entidades, ou seja, formariam uma espécie de Fartal ou feirinha permanente. Mas até aí nisso renderia grande discussão, uma vez que há mais entidades em Foz do que peixinhos no mar. De outra maneira é complicado vislumbrar um espaço daqueles virado em barracas de cachorro quente, cocada ou espetinhos. A população espera por muito mais. O PTI lançou um período de abertura às propostas; muitos responderam ao questionário e aguardam um retorno. Pelo que se sabe há interessados de todos os ramos, da gastronomia ao artesanato, de alimentos à bazares, incluindo floriculturas e produtores de orgânicos. O mercado afinal deve atender a todos, os moradores e o turismo. Tomara se antecipem. Só isso aquieta a ansiedade.

 

Canal Aberto

Uma boa notícia, a Câmara Municipal de Foz do Iguaçu terá sinal aberto, em breve. O vereador e presidente João Morales foi quem antecipou a notícia, em rede social. O projeto de TV aberta para as casas legislativas foi aprovado e, 2014, e só aguarda um pequeno detalhe: a assinatura do Ministro das comunicações.  O diretor de comunicação da Casa de Leis, Jean Carlos, acredita que o assunto vai em frente, sobretudo porque há vontade política. Em recente ida à Brasília sondaram o assunto e entenderam que há uma corrente pela viabilidade. O deputado federal Vermelho fará as tratativas políticas, uma vez que mantém vários canais abertos para este e outros assunto. Aliás, a agenda de Vermelho e seus projetos logo ocuparão um novo espaço aqui. Ele tem novidades.

 

Atividades intensas

Enquanto o ministro não outorga a medida, a Câmara começa a se agilizar para dimensionar o canal, até porque precisarão preencher os espaços da programação e só a transmissão das sessões não será suficiente. Com conhecimento e criatividade é possível realizar uma programação eficiente, fazendo a população participar. Ao que se sabe, há pessoas ajudando na tarefa.

 

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