Discussão aberta

Discussão aberta

A última coluna assinada pelo Corvo, no sábado, dia 05 de novembro, recebeu um recorde de manifestações de leitores. Chegaram mensagens por redes sociais, e-mails e foram vários os telefonemas. As opiniões foram diversificadas. Uma quantidade enorme de pessoas concordou com a abordagem, outra parcela considerou o ponto de vista e aprovou, com algumas restrições e houve quem reclamasse, e, no lugar de contextualizarem ou fazerem uso do contraditório, preferiam insultar anonimamente. É preciso esclarecer que os dois lados se manifestaram, vamos chamá-los de “lulistas” e “bolsonaritas”, enfim, todos portadores de um CPF e um carimbo na alma que diz: “sou brasileiro”.

Os insultos

A irritação de quem a verdade com equívocos, não incomoda nem um pouco este colunista. É, antes de tudo, necessário perdoar quem não sabe o que faz e o que fala. No geral, atitudes agressivas passariam em branco, porque não merecem resposta, como em tantas outras ocasiões, mas excepcionalmente no caso atual, valeria a pena descrever um pouco do inconformismo; resumindo, é surreal como as pessoas não estão sintonizadas com a realidade e não sabem se posicionar frente ao que lhes incomoda. Agredir e insultar parece ser a via mais fácil.

Vamos ao que pensa a maioria

Isso é que vale. Boa parte de quem se dedicou em comentar, pensando e com lucidez, explana com facilidade os acontecimentos e encara o futuro com ponderação. O Corvo vai pontuar alguns casos e responder. Exemplos: “ninguém provou que pessoas ligadas ao PT se locupletaram, cometeram crimes ou foram condenadas”, escreveu L.A.F. Errado, ocorreram desvios, pessoas foram presas e condenadas; crimes foram cometidos sim. Mas neste caso está em voga a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e não de petistas ou um dos 16 partidos que formaram a base aliada. Já, M.M.S escreveu: “nossas manifestações são lícitas, apenas não concordamos com o resultado da eleição, somos pais de família, empresários, pessoas que geram empregos e ajudam o Brasil prosperar”. Isso está certo, em momento algum o texto publicado no sábado derruba a legitimidade das manifestações, inclusive a que ocorre em frente ao Batalhão, em Foz, por outro lado, é difícil concordar com o “golpismo” à céu aberto, inconstitucional. É difícil imaginar que alguém prefira um regime ditatorial, com privação da liberdade. A democracia, apesar de todas as falhas, ainda é a melhor saída. 

Razoabilidade

O texto do Corvo pregou a união dos cidadãos e incentiva o debate de maneira cordial, sem a necessidade de perseguição e violência. Listas, ameaças, xingamentos, grosserias; a truculência não leva a nada. O brasileiro precisa sim se colocar em vigília mas deve fazer isso sempre, independentemente de quem for eleito. Este colunista não se cansa de escrever sobre o amadurecimento, o acordar, despertar e o desejo de todos os cidadãos: uma vida melhor, com emprego, salário, criar os filhos, cuidar dos pais, tocar os negócios distribuindo renda, respeitando os colaboradores, dispondo de estrutura básica que seja, hospitais, escolas, segurança, comunicação e meios de sobrevivência digna, com respeito e dignidade, enfim, tudo o que advém da pesadíssima carga tributária e impostos pagos ao governo. Nisso, lulistas e bolsonaristas concordam de olhos fechados. O fato é que a inadimplência afeta mais de 30% dos brasileiros, apoiadores e contrários ao governo.

Pontos de vista

É uma alegria receber comentários expressando o pensamento, porque é isso que ocasiona o diálogo, quando alguém expõe suas preocupações e dá a oportunidade que outros discutam. É desses embates que surgem ideias, acordos, protocolos, projetos. Um desses comentários é assinado pelo professor Adilson Pasini e está publicado ao lado da coluna. O espaço é aberto a todos que desejarem se expressar. Se expressar construindo é difícil, cansativo, exige pensamento e discernimento, já destruir é bem mais fácil e vai ver é por isso que o ânimo anda tão escasso. Com suas preocupações, o Pasini constrói, porque quando pessoas se dispõem a expor o que acreditam que poderá acontecer, dão um cutucão no sistema e isso ajuda muito a despertar quem está do outro lado. 

A manifestação

Vamos repetir: não houve, em momento algum na história da cidade, uma concentração tão grande, motivada pela política. Isso é notícia gostem ou não. Noticiar não quer dizer apoiar ou criticar. Por outro lado, segundo a coluna apurou, houve sim preocupação de alguns organizadores com os abusos, como as ameaças à democracia e em algum momento, impedirem o direito de ir e vir. Como vivemos em uma cidade e a Avenida República Argentina é um importante eixo de ligação, houve também muitas reclamações. A prefeitura precisou se manifestar.

PM na saia justa

O governo municipal está cobrando a posição da Polícia Militar, em atender as determinações da Justiça. Os PMs foram até a manifestação, explanaram a situação e ouviram várias considerações, mas as pessoas continuaram no local. Houve até um suculento churrasco no final de semana, o Corvo ficou louco para ir tocar uma gaita no osso da costela. Até o fechamento desta coluna, na segunda-feira, ainda não havia novidades sobre a possibilidade de desmancharem a churrasqueira, ou melhor, o acampamento do manifesto.

Portas fechadas

Várias informações sacudiram o final de semana, como a suposta ação dos comerciantes da Avenida Brasil, que manteriam as lojas fechadas na segunda-feira. A notícia se espalhou e foi ganhando nuances das mais estranhas, com uma lista de motivos para o ato. Uns diziam que era para engrossar o protesto contra a eleição do Lula, outros afirmavam que era em defesa dos negócios pressionados e rotulados de petistas; houve quem afirmasse que era por causa da falta de segurança e limpeza pública e não deixaram de expor as preocupações sobre a chegada do Papai Noel, decoração e a pista de aterrissagem do trenó. O Comércio poderá aderir à greve bolsonarista, segundo uma informação no fechar da coluna.

Vamos pensar…

O governo eleito já deve estar a par das manifestações em Foz. Um reflexo disso foi a aparição do Zeca Dirceu, explicando que todas as obras em curso serão plenamente atendidas e que Itaipu continuará apoiando as ações em Foz. Seria ele o próximo diretor-geral da Binacional? É o que muita gente está pensando, afinal de contas, falou com bastante propriedade.

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