COLUNA: NO BICO DO CORVO

O que será, falta?

Quando imaginamos que o rol de desgraças políticas do Jair Bolsonaro acabou, surge outra bomba. É caso de campo fragmentado. Que barbaridade! Passaram-se oito meses e ainda estouram novidades, a todo o instante, em casos dos mais cabeludos, inimagináveis para alguém que exerceu a Presidência da República em apenas um mandato. Olhando para o mundo, Bolsonaro compete mano-a-mano com Donald Trump, Kim Jong-un e Vladmir Putin. Tá difícil escolher o mais fiasquento. Muitos brasileiros não se orgulham em nada dessa competição.

 

Devassa

Com tantas trapalhadas, Bolsonaro deve se dar conta que está demolindo o seu bem mais preciso: os canais eletrônicos. A popularidade despenca. O caso das joias foi uma hecatombe, e depois, eis que surge o hacker palaciano, falando em CPI. Por fim surgem as mensagens golpistas assumidas, atacando as urnas e o TSE. O que mais há nesse cardápio?

 

Governar que é bom…

A vida de presidente não deve ser fácil, em absolutamente nada. A pessoas voa, corre, precisa aparecer aos vários lugares praticamente ao mesmo tempo, correndo riscos e sofrendo ameaças. E é um tal de receber líderes, inaugurar obras, fazer discursos…E quando é que governam? No caso do Bolsonaro, se ele deixasse de lado as motociatas, a falação no portão do palácio, as aparições nas redes sociais, as maquiavelices, rebeldias e desordens, sobraria tempo para se concentrar nas tarefas e possivelmente estaria reeleito. O problema dele foi e ainda é controlar o bocão.

 

“Mandei, qual o problema?”

…disse o Jair Bolsonaro ao ser confrontado no caso das mensagens contra o STF, colocando em dúvida às urnas. Conformou a produção de baboseiras fakes. De certo não tinha como limpar os rastros e a saída foi assumir a autoria. Como sabemos, ele não possui mais a imunidade e, dependendo o conjunto de provas, pode antecipar a ida ao presídio e se juntar com ex-subordinados. O que é menos provável, às vezes acontece.

 

Lula é igual?

Sem ofensas, nas peripécias da política não dá para dizer que é totalmente diferente, usa as armas e munições disponíveis; mas o presidente precisa encarar um trabalho dobrado, de governar, costurando acordos nacionais e internacionais e organizar a bagunça deixada pelo antecessor. O Brasil infelizmente precisa conviver com isso, a falação, os acordos secretos, as laçadas na oposição… lá nave vá. A diferença aparece nos resultados. Lula parte para uma aprovação recorde de governo em primeiro ano.

 

Análise

Corvo, gosto muito das suas análises, mas aqui entre nós, você escreve o óbvio. Será que tudo isso é verdade? No caso de Paulo Mac Donald, duvido que exista esse conformismo, de simplesmente desistir e apoiar alguém. Mas também fico pensando: que caminho ele seguiria se conseguisse uma candidatura? Buscaria apoio da direita, da esquerda; faria composição com os radicais? Quem ele levaria para o palanque, o Bolsonaro ou o Lula, o Ratinho ou o Requião? O mesmo penso sobre os outros candidatos que podemos considerar “velha guarda”, sem demérito às suas carreiras. Como você escreve, vamos raciocinar: passaram-se quase 40 anos, ou mais até, em que essas pessoas excitam a política, será que já não deu? Talvez seja mesmo o momento de olhar para os novos.

Ruy P. B. Fontanna

 

O Corvo responde: prezado, sua análise é o pensamento de muitas pessoas. A pergunta é: onde estão os novos? E, que tipo de “novos” esses políticos seriam? O povo confunde idade com qualidade. Há pessoas com idade avançada, mas que renovam a todo o momento o arsenal de ideias administrativas, pois aprendem com o tempo e com as experiências. No entanto, há muitos “novos”, que estudam a fundo o exercício público e aprendem do mesmo jeito. Temos aí um preceito de evolução e como ela deve ser aplicada em favor da coletividade e população de um modo em geral. A cada dia, o senso coletivo torna-se mais responsável, porque é necessário trabalhar pelos excluídos, ajudando-os a prosperar. Depois disso as coisas se tornarão mais fáceis. É uma mecânica social simples, difícil é aplicá-la.

 

Os novos

Não se deve pré-julgar os políticos e generalizar, acreditando que a renovação em alto índice tornará tudo diferente. As pessoas mudam e as Leis permanecem. Quem assume mandato terá que “dançar conforme o baile”, é aí que saberemos o nível de qualidade do gestor. A população precisa analisar bem os candidatos e neste ponto, um segundo turno ajuda muito. Às vezes o novo atrasa a vida de todo mundo, mas também, dependendo o perfil do candidato, pode surpreender. Foz possui sim uma leva de novos políticos, pessoas com boas intenções, estudadas, conhecedoras dos problemas da cidade; umas estão em mandato, outras não, pois entendem que o Legislativo é diferente do Executivo. O fato é que a sociedade está bem mais atenta e isso se deve à mobilização eleitoral… quando o povo discute, eleva o consciente. O Corvo quer agradecer a boa quantidade de mensagens recebidas nos últimos dias; agradecemos até os insultos. Entendemos que algumas pessoas não sabem se expressar, em razão da baixa instrução; isso não é culpa delas.

 

Menos notas

A Coluna no Bico do Corvo beira a casa dos 20 anos de existência e por isso cativou muitos leitores. Uma dessas pessoas enviou a seguinte mensagem: “corvo, às vezes não consigo ler o texto, porque a letra é muito pequena, então, peça uma página a mais. Mas se puder, escreva menos notas que entenderemos. O importante é contemplar os leitores e muitos já passaram da idade de não usar óculos. Eu mesmo tenho uma lupa, por isso não me importo, mas se as letrinhas forem um pouco maiores, agradeceria”. Maria L. F. Santo. O Corvo de pronto responde: prezada, o Corpo ideal de leitura é o “12”, atendendo à várias faixas. Há dias que pela falta de espaço, é necessário utilizar o Corpo “8”. Sua dica será prontamente implementada, enquanto o nosso espaço é de apenas uma página. Teremos menos notas, uma coisa bem difícil de fazer. Pode ser, uma vez por semana o Corvo ganhe mais uma página, mas isso está sendo negociado com a direção.

 

Mais análises

Alguns políticos se sentiram um tanto desconfortáveis em não serem lembrados pela coluna. Calma que um dia aparecerão. Para realizar esses levantamentos é preciso tempo, horas de conversa ao celular e todas as informações, bem como as fontes, precisam ser checadas. Seguimos na tarefa!

 

Sujeira

Corvo, veja que situação: o povo lá na minha rua deixa o lixo na calçada em vários saquinhos. Daí fica aquela pilha se equilibrando, com muita coisa levada até pela chuva ou vento. Tudo vai parar no bueiro e depois o povo cai de pau na prefeitura. É um trabalhão também para os coletores, saírem catando tudo o que se espalha. Porque os vereadores não criam uma Lei para isso? Obrigando os moradores a colocarem tudo em uma lixeira ou coisa assim? Facilitaria a limpeza e complicaria a vida dos vândalos e animais que reviram o lixo.

Paula S. V. Santos

 

O Corvo responde: prezada leitora, o recolhimento do lixo e resíduos é uma matéria muito técnica e que está em evolução. Há pessoas que possuem consciência e pensam na vizinhança, acondicionando o lixo de maneira mais segura. É importante sim pensar na segurança dos nossos valorosos coletores, pessoas que dão duro para manter a cidade limpa. Cada cidade se organiza à sua maneira e neste caso, a educação e comportamento vale por novas leis. Não custa colaborar.

 

Uma hora?

Segundo um recente levantamento, 36% dos brasileiros passam em média uma hora no transporte público. Pensa? E em Foz do Iguaçu, qual a média de permanência nos ônibus? O Corvo está realizando esse apontamento, conversando com a concessionária e também o Foztrans, que se dedica muito a esses estudos. O fato é que depende muito: se uma pessoa sai do setor Sul, para trabalhar ou estudar na área Norte, logicamente permanecerá mais tempo no transporte, o que nos interessa saber é o tempo médio e ele parece ser bem menor que nos grandes centros. Voltaremos ao assunto.

 

A Sustentabilidade

O Diretor-geral de Itaipu, Ênio Verri, relembrou seus tempos de professor na UEM e deu uma aula de Economia para estudantes de direito da Unifoz. E ainda respondeu uma metralhadora de perguntas. Mas vale lembrar que ele também trabalhou a Sustentabilidade como fator preponderante de futuro.

 

Perguntas & perguntas

Ao contrário dos estudantes que assistiram e em maioria expressiva ficaram felizes e muito satisfeitos, alguns vereadores e representantes do Codefoz participaram da aula para questionar temas relativos a Foz do Iguaçu, como viadutos, a Beira-Rio e a Prainha de Três Lagoas. Armaram uma saia justa, mas o diretor de Itaipu, acabou foi tirando de letra. Muitas pessoas que participaram do evento acreditam que não era local e nem momento para certos questionamentos. O fato é que todo mundo quer ouvir o Enio.

 

Para encerrar…

…e mudando um pouco o ritmo das publicações, a Câmara apresentou na Acifi, o relatório de atividades do semestre. O encontro está ecoando até hoje, dias depois. O João inovou fazendo a prestação de contas e, apresentando as novas metas de trabalho. Agradou aos empresários. O chefe do Legislativo local mencionou a aplicação da inovação tecnológica, a ampliação da transparência e ações de austeridade para economia do dinheiro público. Evidenciou, foi, a independência em relação ao Poder Executivo. Fez uma bela lição de casa.

 

Números e cifras

A apresentação ilustrou a economia de R$ 250 mil por ano em aluguel, propondo uma redução maior até. João falou da importância do programa de sessões Itinerantes, da TV Aberta; detalhou o acordo para Otimização e Integração; a Contratação de ferramenta colaborativa (e-mail, vídeos-chamada, agenda, comunicação), pautou as Melhorias Estruturais, o Controle de Acesso para garantir a segurança física e Atualização do Data Center. Danilo Vendrúscolo declarou que é a primeira vez que um presidente se propõe a fazer uma prestação de contas neste sentido. “Foi um diálogo aberto e muito produtivo. Tivemos aqui várias informações que não eram de conhecimento. Nessa prestação de contas, a satisfação foi geral desse gesto que deveria ser uma rotina”, declarou. Ponto para o João.

 

O Codefoz

O Fernando Castro Alves, que preside o Codefoz disse que “foi louvável a busca do presidente João Morales de aproximar a Câmara da população e da sociedade civil organizada, implementado a transparência, como busca da eficiência, o que se traduz em modernização, inovação e benefícios ao nosso município”. E pensar que a ideia é tão simples? Bom, é puramente uma questão de iniciativa.

 

Precisa mostrar

João Morales apertou o botão de mostrar para a sociedade, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Câmara de Vereadores, mostrando que o Legislativo é uma ferramenta muito eficaz e importante para a solução de muitos problemas. O fato é que essa aproximação resulta em resultados, pois a produção dos vereadores dobrou e está tudo registrado no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL). De janeiro a julho deste ano foram apresentadas 2.084 proposições, sendo 123 projetos de lei, 496 requerimentos e 1465 indicações. No período foram 30 sessões ordinárias e 49 extraordinárias, além de 13 audiências públicas.

UNIMED reunida

Foz é uma terra de tantos eventos, que às vezes alguns passam em branco nesta coluna. A cidade recebeu a 29 ª edição do Suespar, entre os dias 17 e 19 de agosto, em Foz do Iguaçu. Neste ano, a temática central foi “Valor em Saúde: do Conceito à Prática”. O que é o Suespar? A sigla quer dizer Simpósio das Unimeds do Estado do Paraná. É quando as unidades no Estado se reúnem para avaliações e deliberações quanto ao futuro. O evento reuniu os gestores de localidades em todos os quadrantes do Paraná, como bem ilustra a foto.

 

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