Coluna do Corvo

Moraes e o “X” do problema

Muita gente declara não entender o que acontece entre o Brasil e o megaempresário Elon Musk. Vamos começar assim: Elon é sul-africano-canadense, agora naturalizado nos Estados Unidos; é um filantropo, empreendedor, com visão de mundo ímpar. Há quem pense como ele, pois nosso planeta é sim aquele grãozinho de areia, soberbamente dividido em pouco mais de 200 territórios, entendidos como países, estados, principados, lugares regidos por potentados; uns são liberais, outros absolutistas, socialistas, totalitários, enfim, a Terra não deixou de ser uma Torre de Babel redondinha e minúscula e, a esta altura, poderia ter avançado e progredido muito. Elon é alguém que já vive no futuro, onde não deve haver tantas diferenças e é aí que ocorre o choque de pensamento.

 

Feridas nas soberanias

Países querem demonstrar a soberania e quando aparece alguém “arranhando a lataria”, por meio de inovações, mesmo justificando a necessidade de preservar a existência da raça humana, isso causa enorme coceira. Musk atua em campos inimagináveis até pelas mentes mais modernas e brilhantes, é o fundador da SpaceX, Tesla, OpenAI, Neuralink; SolarCity e, entrou na saia justa ao se tornar o proprietário do “X”, o antigo Twitter. É alguém com mais de 200 bilhões de dólares na conta bancária, e aos 53 anos de idade.

 

Em outras palavras…

Musk se imagina no planeta Terra da série Star Trek, que se passa em 2200, um tempo em que não existem mais países, nem fome, nem guerra e desigualdades, onde o homem aprendeu a respeitar as forças da natureza e, viajam pelas galáxias, “pelo espaço, na fronteira final, explorando de novos mundos, pesquisando novas vidas, novas civilizações; audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve”. Logo, ele acorda e dá de frente com o ministro Alexandre de Moraes, que considera intolerante a maneira como os negócios do empresário afrontam os interesses democráticos e conspiram contra a Carta Constitucional. Moraes simplesmente interpreta e Lei, o que provavelmente será diferente em 2265, ou até pior, dependendo. O “X” do problema, afinal de contas, é acrônico e atemporal.

 

Resultado

O “X” das redes sociais é um canal aberto para a livre expressão do pensamento, como são os outros, diga-se e, se o Brasil não possui meios de processar quem faz uso de algo assim, para deturpar a realidade, espalhar notícias falsas, tramar conspirações, ameaçar a democracia e a governabilidade, ameaçando as instituições, aí são outros quinhentos. É o indivíduo que precisa civilizar e compreender o que é ético, não quem disponibiliza o meio. Barrar o “X”, ou até mesmo mantê-lo suspenso, está sendo avaliado como matar a vaca na tentativa de eliminar os carrapatos. É o que a maioria dos ministros do STF consideram. “Não é porque é bilionário que não precisa cumprir a lei brasileira”, falou o vice-presidente Geraldo Alckmin, antes da votação. O descumprimento da Lei é o ponto da discussão.

 

“X”andão… sarro do final de semana

Não é crime expor a opinião, com sabedoria e legalidade, afinal, o Brasil é bem maior que essa encrenca e é bom as pessoas saberem que isso não acontece apenas por essas bandas. Na Austrália, há uma acusação de censura após Justiça ordenar remoção de vídeos. Lá o primeiro-ministro Anthony Albanese chamou p empresário de “bilionário arrogante”. Musk se defende, informando que o “X” não atende o escopo “legal” de outros países. Já a União Europeia investiga a rede social para apurar suposta propagação de conteúdos terroristas e violentos, além de discurso de ódio, após o ataque do Hamas a Israel. A subsecretária-geral da ONU, Melissa Fleming, sustenta que “a liberdade da mídia não é um brinquedo”. “Uma imprensa livre é a pedra angular das sociedades democráticas e uma ferramenta fundamental na luta contra a desinformação prejudicial”, disse ela.

 

Rússia e Ucrânia

Musk usou o Twitter para sugerir um “plano de paz” para o conflito entre russos e ucranianos e o fez em formato de enquete, que indignou autoridades ucranianas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criou outra enquete no Twitter perguntando aos seguidores: “Qual @elonmusk você gosta mais?”; “Aquele que apoia a Ucrânia” ou “Aquele que apoia a Rússia”.

 

Delaware (EUA)

Em outra polêmica, Elon Musk vive pé de guerra com o Estado americano de Delaware. Duas empresas do grupo, a Neuralink e SpaceX, anunciaram que se picariam do estado. A Neuralink – que trabalha para conectar cérebros humanos a computadores foi parar e a empresa aeroespacial SpaceX, mudou-se para o Texas. Mas o grande problema por lá é a Tesla, onde os motivos são vários.

 

Até na Bolívia

Antes de comprar o Twitter, o menino travesso Elon Musk usou a rede social para criticar um pacote de estímulo do governo dos Estados Unidos no contexto da pandemia de coronavírus, argumentando que o pacote não atendia aos “melhores interesses do povo”. Os bolivianos responderam que não se tratava de “melhor interesse do povo” o governo dos EUA “organizar um golpe contra Evo Morales” para Musk “obter o lítio” da Bolívia, um material usado na fabricação de baterias na Tesla. Por essas e outras o bilionário deve financiar as explorações espaciais, em busca de novos componentes industriais. Na Bolívia, o inquieto megaempresário respondeu: “Nós daremos golpe em quem quisermos. Lide com isso”. Só Jesus na causa! Bom, para alguém assim, o correto seria evocar o Dr. Spock.

 

Inquietude

É imprescindível lembrar a contribuição de Elon Musk à humanidade, independentemente o que pensam sobre ele, ou as suas “supostas intenções”; é alguém de vanguarda, robusto, e que se junta à galeria dos que causaram impulso por meio de sustentabilidade. Natural que algum parafuso pule da cabeça, e devemos ter em mente que Steve Jobs, Bill Gates, Albert Einstein, Stephen Hawking e antes, Isaac Newton, Leonardo da Vinci, Nicolau Copernico, sofreram oposição em algum momento ou lugar.

 

Polêmica em tela

Não há como deixar de comentar assuntos assim, como duelo de Musk e as leis brasileiras, afinal, vivemos essa transição contínua de tecnologias e um exemplo é o que acontece no campo eleitoral. É certo que daqui uns tempos nossos valorosos representantes precisarão depurar e ajustar os marcos da área de comunicação eletrônica e definirem melhor como até onde as redes sociais podem atuar. Os limites ainda são vagos, mas obedecem a Carta Magna. Vamos pular para outro tema.

 

Discriminação

No país que luta tanto pela inclusão, é estranho não acompanharmos os Jogos Paraolímpicos, como merecem. Os grandes veículos, por exemplo, não publicam sequer o quadro de medalhas. Até o fechamento desta coluna, o Brasil havia conquistado 30 medalhas, sendo 9 de ouro, 6 de prata e 15 de bronze, mantendo a quinta colocação nos jogos! Puxa vida, isso mereceria barulho superior ao que vivemos mês passado. Pensa? Que barbaridade!

 

Na política

Dizem que os programas eleitorais não estão impactando o cidadão como em outras eleições. O que será acontece? Pois este colunista deu um jeito de ir para em frente ao aparelho de TV para ver, ignorando o “patamar 2” energético que acrescenta uma boa grana na conta de Luz. Há quem anda até desligando o padrão, para economizar. Acionando a chave geral, eis que os candidatos aparecem na telinha, com suas cores, falas de efeito, jeitos e trejeitos, cada um ao seu modo, no garimpo dos votos. Particularmente, este colunista não esperava mais do que fizeram, foram óbvios, uns falando de si, outros esboçando a indignação, há quem tenha explorado um tema e também quem, por algum motivo, deixou de utilizar o espaço. Samis, General, Paulo, Aírton, Zé Elias apareceram, Latinha não. Caimi não terá espaço por questões de representatividade. Quando alguém falha o T.R.E, usa calhau.

 

Novidades

Se bem que apesar dos conhecidos voltarem às trincheiras, contamos com gente nova e uma outra visão em matéria de comunicação política. Uns são tão calmos, que devem ter bebido maracujina no bico, outros estão à base de energéticos, espumando a raiva, de dar medo em se aproximar do aparelho de TV. Ui!

 

Sempre acontece

Se há algo recorrente em campanhas eleitorais, é o candidato sair por aí e as pessoas dizerem que não gostaram do seu programa na Tv. Dá-lhe encrenca com os marqueteiros! Em Foz, não foi diferente no final de semana. O povo do marketing quer adiantar os programas e como as provocações e denúncias surgem, aquilo que está gravado perde a validade. E é aí que acontece o esperneio, broncas, puxões de orelha, correria e equipes se preparando para passar madrugadas fazendo tudo de novo!

 

No cadafalso

Pelo menos um profissional do marketing político já teria desabafado o desejo de fazer as malas e ir-se da cidade, tamanha a ansiedade do candidato e o que diz, com a cabeça quente. “Poxa, a gente se mata fazendo o melhor possível, no padrão considerado excelente para a cidade, madrugadas à fio construindo a imagem do candidato e ao demonstrar o trabalho ele faz cara de gato cheirando a areia, fala que copiamos o programa do oponente e diz: “isso está uma bosta!”. Bom, marqueteiro que não está preparado para isso deve mudar de profissão.

 

Remember, september?

Bem-vindos ao novo mês, quando os galhos secos começam a florir e o clima muda, sai a humidade chega o ar seco; o céu é nublado de fumaça das queimadas. Setembro marca o início do Verão no hemisfério Sul e do Inverno no Norte. Estamos a 34 dias da eleição. Há quem faça contagem regressiva e por várias razões. Uma boa terça-feira a todos!

 

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