Coluna do Corvo
Ecos das pesquisas
Há um fenômeno em matéria de análise popular: as pessoas não comentam o resultado das pesquisas e sim a diferença entre elas. Será que valerá à pena confundirem tanto a cabeça do eleitorado por meio de dados díspares, reais ou não?
E lá vem mais pesquisas
Ao que se sabe, segundo informações, haverá um efeito oriundo do Fundo Eleitoral. Várias candidaturas a prefeito vão gastar em torno de 200 mil reais em pesquisas e, claro, com Institutos de fora. O que vai acontecer é que restará aos técnicos da cidade, comentar livremente os erros e equívocos cometidos por esses Institutos. Acontece que pesquisas eleitorais, realizadas adequadamente, com seriedade e metodologia, não poderiam, jamais, apresentar grandes diferenças entre os resultados. Isso cria uma onda de desconfiança e de descrédito, quando pesquisa é tudo para fazer a opinião pública pensar.
E há erros?
Bom, ao que aprendemos, a “matemática” estuda números, as fórmulas, teoremas; é a ciência do raciocínio lógico e abstrato, definem. Diante disso o povo do ramo, profissionais e pesquisadores, realizam essas operações para determinar medidas, distâncias, comparativos estruturais e suas decorrentes variações. Logo, não deveriam errar, porque no mais elementar dos cálculos, 2 + 2 ainda resulta em 4. Qualquer criança acerta.
Entre uma e outra
A massa de formadores de opinião que acompanha a política é louca por pesquisas. Há quem não desgrude os olhos dos sites dos institutos, onde são encontrados todos os levantamentos. Naturalmente, no meio dessa curiosidade, há cientistas sociais tentando desvendar os nós, ou pessoas à procura de uma vírgula que deveria ser um pontinho. Quando surgem duas pesquisas, de institutos com notas razoáveis no desempenho, é natural que isso chame a atenção. No espaço de três dias, a IRG Pesquisas e a Radar Inteligência divulgaram resultados com a mesma margem de erro, nível de confiança e número de entrevistados, porém com resultados bem diferentes.
A distância
A analisando o desempenho dos dois primeiros colocados, a Band Cidade, por meio da IRG apresentou um empate técnico no módulo estimulado entre o General Silva e Luna, com 37%, com o Paulo Mac Donald, na casa dos 35,2%. Os demais não superaram dez pontos (registro no T.S.E. número PR 003797/2024). Para a Radar Inteligência (registro no TRE/PR é PR-04924/2024), Paulo Mac Donald possui 40,2% e General Silva e Luna 21,3% respectivamente. Sem desmerecer os valorosos candidatos, a diferença é gritante. O que será aconteceu?
A indecisão
Na outra ponta dos levantamentos os dados são também curiosos. Para a IRG, o povo que ainda “Não Sabe” ou não quis responder, ocupa os 7,8% dos cálculos e o “Nenhum”, 4,2%. A Radar nos releva outra situação: Não Sabe/Não Opinou 14,3%. Nesta análise a coluna publicada na terça-feira, 13/08 errou, publicou ao lado do número o dado 11,2%, correspondente a uma coluna lateral que abordava outra informação. Aproveitamos para nos desculpar pelo ocorrido. Aqui entre nós, a diferença nesses polos é gritante, simplesmente o dobro entre um levantamento e outro. Quem conhece do assunto fica imaginando caraminholas.
Pior ainda
Se os dados de indecisos já fazem a caspa virar pipoca na cabeça dos analistas, o que dizer da diferença que há na abordagem da rejeição, a pior das desgraças na vida dos candidatos? Ao publicar a coluna, o que mais abalou os coadjuvantes foi se sentir rejeitado. “Isso foi uma faca no meio das minhas costas”, alguém desabafou. Oras, vá brigar com o instituto e não com a imprensa? Era o que faltava, o interesse dos leitores ser ferido em razão do resultado da pesquisa? Isso é um problema só dos candidatos. Que tratem de sorrir mais, de cumprirem suas promessas, de realizarem um bom desempenho no serviço público, isso é um remédio contra a rejeição. Remédio? Rejeição, por sua vez, é um bicho de oito cabeças, só é rejeitado aquele que existe ou aparece.
Inconsistências
Segundo o amigo, professor e matemático Luiz Kossar, “existe uma inconsistência no estimulo a “rejeição”, e ela deveria ser múltipla e não única na resposta. O eleitor escolhe um único nome na intenção de voto, já na escolha em quem não votará, pode ser em mais de um nome. É possível que em cenário assim, os índices de “rejeição” dos candidatos sejam até bem superiores aos que foram divulgados”, lembrou.
Há explicação?
Certamente os responsáveis pelas pesquisas refletirão suas razões. Mesmo obedecendo o que conhecemos como “metodologia”, se deixarem de pesquisar um ou dois ambientes, conseguirão números diferentes. O problema é saber se isso reflete a realidade num todo, ou seja, no mix do pensamento popular. Em geral, os questionamentos são feitos por gênero, faixas etárias, grau de instrução, renda familiar. Basta uma variação nesses dados que o resultado mudará.
Incômodo
Se as pesquisas incomodam é melhor os candidatos irem se acostumando, porque haverá mais números no ar do que peixinhos no mar. Precisam entender até onde as pesquisas afetam os eleitores, se acreditam, se são pautados por elas, porque exemplos de resultados diferentes das urnas não faltam. É normal a população manter um pé na retaguarda, por causa de pesquisas.
E os candidatos?
Vale aqui alguns comentários, para que se sintam mais confiantes e não sejam acometidos de tantas crises de consciência, pensando se deveriam seguir adiante ou desistir. Quem não souber lidar com isso não desça no play. Vamos pensar: temos um ex-prefeito, engenheiro, pessoa de bem, com duas gestões aprovadas, Paulo poderia muito bem desfrutar a vida na Toscana, com o seu chinelão azul, no entanto, quer concluir a obra, agregar as ideias; o mesmo podemos escrever sobre o General Silva e Luna, basta olhar sua biografia, um militar a vida toda, que galgou os postos mais altos de uma instituição tão séria como o Exército, que assumiu Itaipu, a Petrobrás e por isso, já provou o seu valor aos iguaçuenses. Na mesma linha de raciocínio, o Sâmis da Silva, mostra que não desiste, quer voltar a subir as escadarias do Palácio Cataratas, crendo fielmente que agradará as pessoas que nele depositarem os votos. Aírton José resolveu experimentar o outro lado, o que sempre seguiu de perto, criticou e aplaudiu, convenhamos é preciso coragem para deixar de ser a pedra e se converter na vidraça; Sérgio Caimi dedicou quase a vida toda ao serviço público e, possivelmente, é uma das pessoas que mais conversou com a população nas últimas décadas e por isso acredita que poderá contribuir. O Zé Elias é um administrador competente, realizado, conhece a formação por meio da educação como poucos, comunga uma visão de mundo moderno, com novas práticas, porque a evolução isso, requer o pensamento evoluído. Por fim o Latinha, um homem que vive e convive com as diferenças e impactos sociais, perto do povo, sentindo a carência e as necessidades no dia a dia. Caros leitores, todo o exercício neste longo parágrafo é para tentar descrever, que Graças a Deus, não existem pulhas e malfeitores neste processo eleitoral; estamos longe dos vendilhões, inescrupulosos, malfeitores e podemos com calma escolher. Todos se declaram apaixonados pela cidade e Foz está dando um passo muito sério no rumo da maturidade política. Embora o que possa desagradar uns e outros, é bom falar das virtudes, porque elas nos ajudam a construir a decisão, mais do que fazer isso olhando os defeitos.
Desistências?
Há sempre um zum-zum dando conta do abandono de candidatura. Parece ser mais intriga da oposição que outra coisa. Conversando com os candidatos, todos estão firmes em suas canoas, com ou sem correnteza. É bom que saibam que não terão uma parada fácil pela frente; a eleição deste ano promete ser uma das mais combativas da história, com enorme envolvimento popular. Isso se nota pelo interesse das pessoas.
Força na peruca!
A verdade é que estamos só no começo. Boa parte dos candidatos ainda nem realizaram a homologação. O caso é que uma semana às vezes parece um mês, quando o assunto é política, cercado de comentários fuxicos, traições, notícias falsas, tentativas de indução e tudo o que exige um estômago aduado, robusto, diferente do que há no cidadão comum. Portanto, vamos em frente, curtir a dona Democracia em toda a sua plenitude.
A “propaganda eleitoral”
Os leitores perguntam tentamos responder. Segundo os dados do T.S.E, dia 16 de agosto marca o início da propaganda. Isso acontece depois do registro das candidaturas. Os tribunais regionais eleitorais (TREs) listarão as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita; a exibição em rádio e TV e prevista para iniciar em 30 de agosto.
Trabalhando
Parece haver uma certa fobia na construção dos programas eleitorais; basta ligar para um candidato que um assessor atende ao celular e justifica que ele está “gravando”. Sabemos que o momento é de decidir o molde gráfico das campanhas; quando os marqueteiros dão de cara pela primeira vez com os candidatos e começam a pensar que deveriam ter ido procurar trabalho em outro lugar. É difícil agradar.
Los 253
Haja candidato para escolher ao Legislativo! Passando os olhos na lista, com cada um em seu partido, é possível identificar muita gente conhecida, o que é um dos princípios da participação na política, mas há também muita gente nova, o que areja o ambiente. Vamos lembrar que apenas 15 serão escolhidos. Quando a ficha cai isso dá um friozinho na barriga de muitos candidatos. Bora trabalhar.