Coluna do Corvo

Ontem e hoje

“Prezado colunista, nasci em Foz, tenho apenas 25 anos e uma das lembranças da minha infância é a disputa de Paulo e Sâmis nas eleições. Lembro de ouvir o Aírton falando no rádio, criticando e elogiando, perdi as contas de escutar o meu pai ligando para o Sérgio Caimi, na Sanepar, para ajudar a aliviar a pressão das contas de água de casa, ensinando algo para evitar o ar na tubulação, enfim, não há uma dessas pessoas que não conhecemos, porque se expõem em períodos como este e isso, no fim, nos ajuda a escolher. Não conheço o General, o Zé Elias e nem o Latinha, mas penso que se forem felizes nos votos, meus filhos terão daqui 20 anos, as mesmas lembranças que eu. Pergunto: será que essas pessoas tratam de evoluir como as outras coisas? Sem ofensas, estaremos em boas mãos? Serão capazes de vencer os desafios?”. A nota é assinada por Sérgio L. V. Bastos.

 

Há respostas?

Os leitores às vezes capricham nas perguntas e as respostas sertão entregues pelo tempo. Realmente nos perguntamos muitas coisas quando pensamos na evolução tecnológica neste novo século. Quando Paulo e Sâmis começaram a disputar os votos, ainda existiam vitrolas, aparelhos de fax, papel carbono, fita cassete, mimeógrafo; nem todo mundo possuía celulares, mas isso não quer dizer que hoje, as pessoas daqueles tempos sejam superadas, pelo contrário, podem fazer parte de uma geração aprimorada. Pelo fato de serem considerados jurássicos, e, sobrevivido às hecatombes tecnológicas, estejam até mais capacitados que muitos jovens. Mas isso não vem ao caso. O que devemos colocar em primeiro plano é a capacidade de encararem os desafios, porque se julgam capazes. Ao se exercer a Democracia, tudo começa pela vontade de fazer e participar.

 

Cada um no mundo novo

Paulo e Sâmis são financeiramente bem-sucedidos, mas há uma diferença de origem; Paulo começou na engenharia e Sâmis na política. A carreira de Silva e Luna é inconteste, um servidor exemplar e, projetado nacionalmente; Aírton está na lista dos maiores comunicadores de nossa história e foi estudar, formando-se em direito; Caimi atuou em áreas sensíveis e conhece como poucos as necessidades básicas, porque sem água nada prospera; Latinha vive o dia a dia das comunidades carentes e o Zé Elias, além de empreendedor, atuou na educação, na formação de milhares de cidadãos; todos, independentemente da idade, estão bem adaptados a tudo o que evoluiu nas décadas de vida. O iguaçuense deve acreditar que há ótimos candidatos para escolher, e cada um vê a cidade ao seu modo. Devemos levar as mãos para o céu e dizer: “finalmente teremos uma eleição sem a interferência de laranjas!”. Isso, por si, é uma evolução.

 

O que o povo quer ver

A população quer ouvir os candidatos e saber como lidarão com os problemas e também a política, porque ela não é fácil. A melhor demonstração de encarar esse rabujo é participar dos debates. Se preparar, dar de frente com os oponentes e superá-los perante a opinião pública.

 

Há quem não queira

Os primeiros debates estão sendo organizados e já há candidatos refugando a participação. Mas vamos pensar: bairros, associações, veículos de comunicação, entidades de classe, igrejas, tempos, comunidades das mais diversas e a sociedade organizada disputam vaga no calendário esperando montar um ringue para os sete candidatos. Haja tempo para isso! Natural dedicarem espaço para fazer campanha, visitando todas as localidades, gravando programas para o horário eleitoral; uma agenda é por demais atribulada, logo, alguém vai deixar de participar de um ou outro debate. Há quem esteja se preparando para os eventos de maior audiência. Cada um faz a estratégia ao seu modo.

 

Muita grana

Ao que parece “santo de casa não faz milagre” e Foz está sendo tomada por marqueteiros e equipes de campanha de outras cidades e até estados. No fim da noite, eles acabam todos se encontrando nos botecos. Imagina?

 

Bicudos

Os profissionais da cidade são preteridos, porque conhecem todos os candidatos e correm o risco de fazerem espionagem dupla, na base da sedução e da velha amizade. Isso é o que pensam os coordenadores de campanha, subestimando facilmente a capacidade e profissionalismo de pessoas com as quais convivem a vida toda.

 

Troca-troca

Aí, depois de um mês, os candidatos descobrem que os marqueteiros contratados à peso de ouro não dão conta, pelo simples fato de desconhecerem o terreno. É quando saem correndo atrás dos velhos amigos. Isso é infalível, à exemplo das campanhas passadas.

 

Os professores de Deus

E o pior não é apenas o desentendimento com marqueteiros. É quando os políticos se julgam mais capazes e acima das pessoas que dão forma à campanha. Candidato organizado é aquele que se municia com dados verdadeiros e não os esconde. Há várias situações em que o povo do marketing não teve acesso às pesquisas, pelo contrário, recebiam dados mentirosos, ou levantamentos que só enchiam o ego dos candidatos.

 

Deoclécio e a casa nova

Dizem que ele está igual pato na lagoa, feliz da vida e se entendendo bastante com o Aírton José. Bom, coisa difícil é o Airton se desentender; é algo raro em sua trajetória de comunicador e político, e, por outro lado, o Deoclécio também é sangue doce, devem estar pensando em como tirar leite de pedra, porque não terão facilidades pela frente.

 

Namoro

A mudança foi abrupta, Deoclécio e o Avante estavam muito avançados na campanha de Paulo e, a mudança é um reinício completo de relacionamento. Se fosse um namoro, ainda estariam só pegando a mão um do outro, sem beijos e carícias, como fazem os candidatos rumo às eleições, trocando beliscões escondidos. Motel então, nem pensar. Calma é só jargão político.

Paulo e Kodama

Eles estão tão entrosados como o Darth Vader e seu mais próximo e jovem Padawan. É de se imaginar as lições de sabre de luz entre eles, Mac Vader precisa cuidar para não decepar uma das mãos do novo discípulo. Mas o aprendiz respeita muito o mestre e não encontrará dificuldades, o “japa” é paciente.

 

Paulo e os japoneses

A história se refaz. Depois da amizade com o Harry Daijó seria impraticável imaginar uma aliança nipônica da parte do Paulo, porque a relação foi de certa forma perturbadora e durou anos a fio. Mas isso mostra que o Paulo, apesar do trauma, não é em nada xenofóbico.

 

O japa é esperto

Thiago Kodama, enfim, possui uma virtude profissional que Paulo precisava muito aprender: o ato de surfar livremente nas redes sociais. O vice é expert no assunto e isso pode ajudar bastante a dominar um terreno movediço. Mas o jovem possui muitos outros atributos e a lealdade é um deles. Paulo deve se sentir seguro.

 

Sâmis e Maraninchi

Dizem que na organização de campanha, o ex-prefeito deve apresentar um projeto inovador na área da mobilidade e para isso conta com a eficiência e experiência do vice, à frente não só do Foztrans como nas recentes mudanças no setor de transporte da cidade, onde os números são de certa forma impactantes. O pequeno detalhe é desvencilhar a imagem do Chico. O povo teme tento a ligação que chega a pendurar alho no pescoço, pois a rejeição é um vampirão medonho.

 

Emplacar simpatia

Dizem que para jogar sal na limonada do Sâmis e do General, ou por onde estão espalhados os ex-companheiros de Chico Brasileiros leia-se, por todos os lados, Kalito Stoeckl deve complicar o assunto do transporte público. Parece que uma bomba foi armada e está à base de tic-tac…

 

E o Piolla?

Ele pediu licença e desembarcou na campanha de Paulo Mac. Permaneceu por lá até o curtíssimo prazo final para a realização das convenções, portanto sem o risco radioativo. Segunda-feira estava de volta na Itaipu. Mesmo assim dizem que leva consigo dois litros de leite do tipo integral e fica o dia todo bebendo direto da embalagem. Vai entender? Conferindo: não é leite é detox.

 

Resultados

Algumas pessoas enviam mensagens criticando – a maioria grosseiramente – o desempenho da delegação olímpica brasileira nos jogos de Paris. Falam em fiasco, em vergonha, em desperdício de dinheiro e comentam todos os tipos de situações negativas, culpando os atletas. Mas será que isso é certo? Ganhar e perder faz parte da vida e o que interessa é se esforçar em busca dos resultados. Embora a quantidade de medalhas, nunca o Brasil esteve em tantas finais, até mesmo em modalidades em que os atletas jamais passaram perto.

 

Joga ou não joga?

Você caro leitor, se fosse técnico da seleção feminina de futebol, escalaria a Martha, ou a manteria no banco de reservas, na final com os Estados Unidos? Taí uma decisão difícil. É provável que Arthur Elias deixe a craque no banco, pelo menos no início da partida. O elenco caminhou muito bem sem ela e desenvolveu uma nova dinâmica de meio-campo. Tudo bem, seria como não escalar o Pelé, mas se é para vencer, e, conquistar a medalha de outro, tudo tem o seu preço. Boa sexta a todos!

 

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