Coluna do Corvo
Foi dada a largada!
Deixando de lado as intrigas, as desavenças, as vaidades, as marcações corpo-a-corpo, as imposições, os arranjos, a matemática, a ideologia e o mosaico colorido como baleiro de escola, os grupos políticos enfim, se acomodaram cada qual em seu canto. Tudo indica que teremos sete candidaturas em disputa. Alguém informou confidencialmente que pelo menos uma não deve homologar até o dia 16 próximo. Quem será?
Preparados?
Estão na raia Paulo e Kodama, General e Ricardinho, Sâmis e Maraninchi, Aírton e Deoclécio, Zé Elias e Leandro, Caimi e Juçara e por fim o Latinha e Cleomara. Há candidatos para todos os gostos e idades e, uma minoria de mulheres. As últimas horas de debates e discussões não foram fáceis e envolveram vários partidos. Até os últimos segundos do prazo regulamentar houve tentativas de abarcar partidos.
Paulo e a difícil decisão
Para variar Paulo Mac Donald protagonizou a maior das discussões. Estava na cara que a escolha de um vice causaria clamor e confusão. Aliás, isso tem sido assunto espinhoso para ele desde o início da caminhada. O fato é que as pessoas parecem não conhecer o ex-prefeito. Se há algo que ele não engole é imposição de qualquer nível e dependendo, até mesmo uma sugestão um pouco mais firme. É impor e ele vira ouriço, arrepiando os espinhos.
E como foi?
Bem antes, para compor com o PL, o nome era do finado Sérgio Beltrame; Paulo se esquivou, considerando cedo discutiram o assunto. Daí levaram a rasteira do trio Bolsonaro, Ratinho e Giacobo e foram obrigados a recompor. Iniciou-se uma corrida pela vice, com Deoclécio Duarte sempre na ponta, ou em evidência, somando com o Avante. Havia ainda nomes como Sidnei Prestes, Ney Patrício, Gilmar Piolla e outra leva de postulantes. Paralelamente Paulo e seu grupo começaram a negociar com outras frentes, tentaram o União Brasil e quase sacramentaram com o PDT. Nada, no fim, acabou dando certo e a solução foi buscar alguém que estava mais por perto, no caso o Thiago Kodama, do Mobiliza.
Os entremeios
As negociações, no fim das contas, foram conflitosas e o que era certo se tornou duvidoso. Os partidários do Avante não gostaram do tratamento, tipo parceiro de dança trocado a todo tempo por outro dançarino, igual boneca de palhaço. Isso foi esgotando a paciência de Tércio Albuquerque e Deoclécio Duarte, até então os mais fiéis escudeiros do Paulo. A conversa com o PDT foi a gota d’água.
Avente a noiva
O clima e o muito aparente descontentamento de Deoclécio e Tércio abriram o flanco, e eles foram abordados por quase todas as demais frentes e, nas rodadas de conversas, acabaram no tête-a-tête com ninguém menos que Enio Verri. Foi mais ou menos como o Chapeuzinho Vermelho dar de cara com o lobo. Não precisaram mais de 30 minutos para resumirem os mais de 90 dias de negociações com o Paulo. Uma das qualidades do Enio é ser pragmático e saber o que quer.
Parênteses
A mecânica do Enio foi eficiente, no mínimo agregou ao Aírton um precioso tempo de TV, quase um minuto, onde melhor o advogado e jornalista passeará em campanha, além do mais, o Avante conta com uma boa lista de candidatos ao Legislativo e Deoclécio estava em evidência pela disputa de vice do Paulo, levando junto Tércio Albuquerque, que conhece o terreno.
O tempo de TV
É importante fazer um parêntese sobre o assunto. Só depois do dia 13 saberemos com precisão o tempo de Horário Eleitoral dos partidos e coligações. Ao que se imagina, o General Silva e Luna terá mais espaço para a exposição, seguido por Aírton José. Isso faz sim diferença quando, sobretudo quando há gente experiente no assunto. Quem não souber administrar o espaço, pode se complicar com a opinião pública, do tipo falando além da conta. No mais, não é em nada barato uma operação de produção e marketing, mesmo que os candidatos sejam versados na arte de comunicar. Ao que se imagina o bicho vai pegar nas redes sociais.
E o PDT?
Os detalhes são até complicados de delinear aqui, porque isso pode macular a confiança dos informantes. O fato é que o Paulo Mac foi, e, voltou, passando por cima de tratativas com amigos de longa data, garantem. Mas isso não é novidade alguma, Paulo se transforma em “Paulo” em momentos assim e segue o rumo. Segundo algumas pessoas dizem, o PDT tentou impor o Kalito Stoeckl como vice e o ex-prefeito queria a Joane, ex-secretária de Educação. É uma informação um pouco estranha, porque ao longo do domingo, Paulo andava elogiando Kalito para meio mundo e já o tinha como seu vice. “Algo há”, que a gente ainda não sabe.
Kodama
Não foi uma escolha do tipo jogo de criança, “minha mão mandou eu escolher essa aqui”, Thiago Kodama já estava secretamente na mira, porque além de leal, conhece e muito a maneira em que o Paulo transita pelo território político e se comportará como cavalariano, sempre com meio cavalo atrás. No jargão militar isso tem muito significado. Mas no fim sabemos, Narciso só gosta do espelho.
Saudade do Sérgio
Agora não há volta, todos os movimentos no tabuleiro logo serão esquecidos e provavelmente até as mágoas evaporam, porque dependendo o resultado e um virtual segundo turno, os personagens se juntarão praticamente na mesma trincheira. Mas é verdade que muitos desentendimentos aconteceram pela falta de um pivô diplomático: Sérgio Beltrame, falecido há pouco mais de dois meses. No clamor das discussões muita gente sentiu a falta dele e, é certo, seria o vice de Paulo, estando inclusive no mesmo partido; o PP sairia de chapa pura.
Do outro lado
Segundo os informes secretos, o General Silva e Luna tentou um arremate final com o União Brasil e a exemplo do desfecho com Ricardo Barros a resposta teria sido: “Isso é o Zé quem decide”, e ponto final. Apesar das boas relações o General decidiu deixar quieto. Como sabemos o Zé Elias vai de chapa pura; esperto, disse que “só coliga com a população”.
General e a tropa unida
PL, PSD, REPUBLICANOS, NOVO, PRD e SOLIDARIEDADE compõem a coligação em favor de Silva e Luna. Já estão trabalhando e claro, de olho nos adversários. Dizem que se as discussões entre Paulo e adversários fossem transmitidas pela TV, ganhariam a audiência das Olimpíadas.
Caimi
As redes sociais davam conta que Deoclécio e Tércio estavam conversando com o Sérgio Caimi, do PMB. Não é mentira, mantiveram um longo contato, mas ao final, o Partido da Mulher Brasileira segue carreira solo, com a jornalista Juçara compondo a vice. Avaliou-se a possibilidade de somarem com Aírton, mas Caimi optou em experimentar o clima de campanha.
Enquanto isso…
Latinha faz reuniões em vários bairros e sustenta que levará a candidatura até o fim. Faz a soma entre Psol e Rede Sustentabilidade, trabalhando algumas comunidades importantes.
Túlio ficou de fora
O Democracia Cristã expediu uma “nota pública” informando que a comissão executiva do partido “não fez e nem fará acordos espúrios para as eleições municipais deste ano. Dessa forma, não lançará candidatos para o executivo e legislativo”. Segundo o presidente Cleiton Ribas, isso acontece por “questões éticas e sobretudo morais, impedindo que a legenda partidária participe do jogo politiqueiro, sabiamente, feito por conchavos, traições e simulações”.
De quem é a culpa?
A nota diz que “a presença de membros da atual gestão municipal em todas as candidaturas e partidos, é um desincentivo para que a sigla integre tais coligações”. “Politiqueiros como sempre, após quatro anos sumidos, voltaram a frequentar as missas, cultos e a tradicional feira da JK para conquistar o eleitorado, numa verdadeira demonstração de hipocrisia”. O partido finaliza o desabafo esperando que o “Ministério Público Eleitoral haja com muito vigor afim de coibir tais práticas”.
Nova etapa
Daqui em diante os grupos partidários tratarão de outros ambientes, uma vez os realizados os curativos internos. Daqui uns dias deve sair pesquisa. Um levantamento foi adiado justamente para aguardar a composição das frentes que lutarão pela cadeira de prefeito, vice e os 15 gabinetes de vereadores. Bola para a frente, independentemente das paixões e choradeira…