Coluna do Corvo

O mundo lá de fora

Os leitores gostam muito de abordagens sobre a política, mas alguns se dizem cansados. Puxa vida, “alegria, alegria” amigos, a encrenca ainda bem começou. Acontece que em acordo com um recente levantamento, 89% dos leitores querem saber o que fazem os nossos valorosos representantes e por isso dedicamos tanta atenção. Vamos dar uma pequena pausa e olhar o que mais há de interessantes.

 

No mundo

Debaixo de tantas catástrofes naturais, doenças e endemias, pobreza, exclusão, racismo, guerras, genocídios, destruição natural, preconceito e, de um baita cometa no rumo do planeta (o alívio é saber que ele demora), russos e norte-coreanos se unem para reforçar os planos belicistas. Aí é “prá acaba” mesmo com a fé na humanidade. Puxa vida, será que não poderia dar um tempo?

 

Na economia

Toda a vez que o presidente Lula manda ver em cima do presidente do Banco Central, Campos Neto, as críticas causam alta do dólar e queda nas bolsas. Que barbaridade! Falar do desempenho de economistas não deveria afundar ainda mais a economia.

 

Lula seguro

A pesquisa Datafolha diz que o presidente atingiu um patamar que desfaz a sensação de agonia e crise social. Ele apenas saiu da margem de erro com 38% da aprovação. A desaprovação anda pela casa de 31%, puro efeito da polarização.

 

Tropicália

Olha o tamanho da encrenca. Um estilista lançou uma coleção baseada no movimento ocorrido em meados dos anos 60, conhecido como “Tropicália”. O tropicalismo mexeu com todos os segmentos culturais, a pintura, literatura, música, cinema e até televisão e, um dos ícones era a canção que leva o mesmo nome, de autoria de Caetano Veloso. Ele moveu ação na Justiça, contra a coleção do estilista.

 

É certo?

É questionável, no mínimo. A música, uma pérola do cancioneiro popular é do Caetano, mas o movimento é algo muito maior, um bem brasileiro e isso não deveria possuir um dono. João Gilberto e Tom Jobim, por exemplo jamais sonharam exigir direitos sobre a Bossa Nova. Alguma coisa acontece no coração do Caetano e dos advogados dele, além do cruzamento da Ipiranga com a Avenida São João.

 

Chico 80

Em quem diria, o Francisco Buarque de Holanda, com aquela cara de piá, tornou-se um octogenário ontem. Deve ter conseguido ar para assoprar tantas velinhas. Embora sempre no meio das encrencas políticas e um tanto odiado por um dos lados, Chico merece o respeito do povo brasileiro diante de uma obra espetacular e inconteste. É um intelectual da pesada, escritor, dramaturgo, pensador, e, na forma mais simples de defini-lo, também um grande sambista, a forma mais brasileira de expressão.

 

Em Foz

Este colunista deu um passeio pela localidade conhecida como Mata Verde e viu que as obras da Perimetral Leste estão praticamente passando em cima da Rua Francisco Fogaça, que é uma ligação importante entre bairros. Os moradores estão preocupados em saber como chegarão do outro lado. Decerto precisarão encontrar alças de acesso nos viadutos. Toda a área Sul da cidade passa por esse estudo de adaptação. O progresso causa dessas coisas.

 

Ai, a política

Não adianta, a coceira incomoda. O fenômeno em Foz parece ser distante da polarização. Como a cidade, mediante pesquisa, pende mais para a direita, alguns candidatos fervem a massa cinzenta calculando de que forma aceitar partidos de esquerda na composição. Isso causa um “Deus nos acuda”.

 

E como é isso?

Conforme o resultado da pesquisa realizada pela Radar Inteligência com registro no TSE número PR-06064/2024, de 29/05/2024, que aliás está chegando ao “limite do gasto”, ou da utilização dos dados, o espectro político é a parte onde perguntam, em verdade a última questão do calhamaço de informações, com 108 páginas: “Ideologicamente o(a) Sr(a) se define como um cidadão ou cidadã de esquerda, centro ou direita? O resultado aponta que 12,3% dos entrevistados são chegados na “esquerda”; 14,1% são simpáticos à política de “centro” e, 38,2% se dizem de “direita”. Bem mais que o dobro do outro extremo. No entanto, 35,4%, não sabe ou não opinou. Com uma referência dessas os pré-candidatos precisam mesmo caminhar em ovos antes de aceitar apoio e até abrirem conversas com o povo da esquerda.

 

E o Bolsonaro?

O ex-presidente mantém força sim e, a chama é regulada por meio do desempenho do atual governo, isso não é segredo. Em Foz, se o Lula agradar em suas ações, os indecisos aumentam, mas isso não interfere muito no vespeiro bolsonarista. Quando a pergunta é: “o Sr (a) votaria em um candidato a Prefeito de Foz do Iguaçu apoiado pelo Ex-presidente Jair Bolsonaro?”, os índices são bastante significativos e altos em todas as regiões da cidade. Na Região das Três Lagoas, 61,6%; Região de Itaipu, 55,6%; Região do Morumbi, 51,9%; Região das Três Fronteiras, 73,3%; Região da Vila A, 59,0%; Região Central, 62,0%. A Região do Jardim São Paulo é a única que demonstra empate, com 50,0%.

 

Então vamos pensar:

O pré-candidato que se diz da direita é o General Silva e Luna, por sua vez articulado pelo governador Ratinho Jr e o seu PSD, personalizado no governo municipal. Uma das saídas para o crescimento é buscar votos na faixa de 35,4% de indecisos, mas essa massa também está de olho no desempenho de outras frentes. Paulo Mac Donald ainda concentra a simpatia de todas as ideologias acima de 50%, precisamente 56,7% da Esquerda, 62,0% de Centro e 56,3% da Direita. Se o General conseguir diminuir mexer no nicho de votos da direita, e, que hoje apoia o Paulo, ele mantém as reservas de Centro e aí a Esquerda também contribui. É um tabuleiro com as peças bem colocadas e o jogo não é para amadores. Qualquer desatenção pode causar um estrago. É preciso um estoque de erva cidreira, muito maracujá e água com açúcar para encarar o rojão. Se der uns goles de Dreyer de vez em quando. E isso porque a fornalha ainda nem esquentou.

 

Afinamento

O período das convenções se aproxima e o vácuo serve para afinar a orquestra, é quando acontecerão os enlaces definitivos, com os partidos se juntando e os partidários descontentes se espalhando onde der. Depois das convenções será um abraço no gaiteiro até o dia das eleições. Naturalmente, para quem está na frente, a briga é tentar sacramentar a decisão no primeiro turno, e os adversários que olham para essa possibilidade, usam de todas as artimanhas possíveis para causar o segundo turno. É assim que a barca segue o leito do rio. Tomara o debate seja bom e bem assimilado pela população.

 

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