Coluna do Corvo
Cenários de articulação
O lançamento da pré-candidatura de Aírton José deu sim uma boa balançada no ambiente e no mínimo isso fez os interessados se debruçarem nos cálculos. Quem analisa os levantamentos encomendados para decifrar o futuro da eleição em Foz garante que a participação do radialista e advogado causa uma desestruturação geral nos planos de muita gente. Isso tem explicação, mas diante das regras eleitorais (e elas precisam ser obedecidas) são necessários cuidados para não levar um processo. Em geral, quem move ações contra jornalistas são os candidatos sem chances e que só acreditam nas pesquisas que eles mesmos encomendam para enganar os eleitores.
Os grandes
Ao contrário das mentes pequenas, e que esculhambam o cenário, os que possuem chances de competir e até vencer abrem os olhos e ficam espertos quando surge outro oponente com bala na agulha. É assim que se encara o jogo. Qual a bala do Aírton? Um programa de Tv líder de audiência, que ajudou um monte de famílias, que aponta os problemas da cidade e cobra soluções; outro programa de rádio há décadas, além do mais o fato de ser um boa praça, amigo de um batalhão de pessoas que devem ir à campo de graça para fazer campanha. Com uma munição dessas fica complicado dependendo o oponente. Agora é saberem lidar com mais essa.
Apostas erradas
O povo do contra alardeou que seria praticamente impossível Foz conseguir escalar a barreira de Segundo Turno em eleições. Alguns “especialistas” exibiram até planilhas de recuo de eleitores, depois do recadastramento. Erraram feio. Acertou quem sempre acreditou e pensa em uma cidade melhor. O resultado é quatro mil eleitores a mais. Segundo torno é uma realidade.
Paulo peregrina
O pré-candidato que aparece quase todos os dias nesta coluna foi visto lá pelas bandas da Vila Iolanda, num tradicional reduto conhecido como Churrascaria Gaúcha. Para variar estava ao lado do inseparável Deoclecio Duarte. Com certeza rolou uma declamação de trova e os causos vararam a noite! Há quem diga que esta coluna persegue o candidato. Não é bem assim, mas estamos de olho em todos!
Ciúme
Não deve haver ciumeira por parte dos outros, basta se articularem e enviarem registros de suas andanças. Sempre há espaço para cobrir as eleições e as várias faces dos candidatos nesta coluna, mesmo que eles não gostem. Não vale publicação de fake news e fotos inventadas pela inteligência artificial.
Festas “maínas”
O friaca foi bastante para a população correr atrás de pinhão e dá-lhe quentão e outras iguarias juninas. O calendário começa cedo, com os eventos de maio e isso se arrasta até agosto Eita que o povo gosta de festar, ainda mais sem a Fartal, ou os shows que abrigavam a festa. Pelo visto é onde os políticos farão ponto caçando eleitores.
Foz ajuda
Quem esteve pelas bandas da Catedral precisamente no grupamento do Corpo de Bombeiros da Vila A conseguiu mensurar o quando o iguaçuense ajuda o próximo e está ligado em arrecadar donativos. De lá saíram vários carregamentos com destino às áreas afetadas.
Caçada aos erros
Prezado colunista é correto a população cair de pau nos governantes, quando a água das enchentes ainda nem baixou? Puxa vida, que situação é essa. A maioria tenta pôr tudo atender aos necessitados e a minoria vive de espalhar fake news e de fazer política. É hora?
Nair B. C. Silva
É e não é
Sempre é hora de questionar se houve providências para dar sossego aos prováveis afetados em áreas de risco. Isso nunca deve sair do foco dos políticos. Agora, como dizia o bicheiro Miro Garcia, “depois da tempestade sempre vem a ambulância”, uma frase cômica, mas que ilustra o quando é antiga a questão da prevenção aos desastres no país. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite não vive dias fáceis. Se por um lado precisa atender as populações, de outro, precisa encarar o bombardeio. Há quem diga que as acusações e cobranças são desproporcionais à realidade.
Barakat
Aqui vai um abração ao amigo Mohamad Ibrahim Barakat, o mais novo Cidadão Honorário de Foz! Homenagem muito mais que justa!
Tempo ruim não segura o seo Barakat e seu fiel amigo Thor em dar a caminhada diária. Nossos aplausos ao título de Cidadão Honorário recebido ontem, na Câmara de Foz!
Genésio
Quando se tem tantos amigos, o senso de companheirismo acaba banalizado, é triste, mas é verdade. A atenção é dispensada a um, outro, e mais outro, depois outros, e sempre haverá alguém que não compreenda e acabe ficando chateado, pensando que foi deixado de lado, ou por algum motivo esquecido, mesmo que isso não seja absolutamente a verdade. Uma pessoa conseguiu vencer essa dificuldade, abraçando a todos, independentemente a distância, crise, ou qualquer outro fenômeno capaz de se perder de vista um amigo: Genésio Padilha confortou muito mais do que foi confortado. A conversa correu para esse lado na última vez que o encontrei. “Você é um dos meus amigos abatidos pela pandemia, e eu entendo bem como é a situação, e por isso te liguei várias vezes e conversamos um pouco sobre todas as coisas”, disse com ares de tristeza. Não errou no diagnóstico.
Genésio além de um baita cara, foi um empreendedor formidável na área da gastronomia. Sofreu todas as dores necessárias e as desnecessárias também, crescendo, caindo e se levantando de novo, e, além do mais, com os efeitos do tipo sanfona econômica, e o pior de todos os pesadelos, a pandemia de Covid 19.
Ele gostava de cozinhar e foi assim que cultivou amigos e seguidores, abrindo os restaurantes; segurando o povo pela barriga, por meio do bom papo e atendimento impecável, que ele mesmo fazia. Qual iguaçuense não frequentou pelo menos uma vez o lendário Trapiche, ou outra cozinha comandada pelo Genésio?
Antes de escrever sobre a vida e os solavancos enfrentados pelo amigo, é preciso lembrar que ele foi um “inventor de pratos”, um inovador, especialmente quando o assunto era peixe e frutos do mar. Em seu último empreendimento o restaurante Terra Mar, ele apresentou o rodízio de Picanha Marítima e Camarão no Espeto, além de outras especiarias, como o soberbo Rodízio de Bacalhau, de fazer fotos para recordar. Toda a vez que o movimento por algum motivo caía, o amigo ligava informando uma promoção ou invenção, o que lhe garantia a sobrevivência em ramo que é às vezes muito ingrato.
A vida pessoal açoitou o Genésio, primeiro com o acidente sofrido pelo filho Marcos, um menino genial e que se viu limitado em cadeira de rodas, e, mesmo assim, jamais, em tempo algum, deixou de ajudar ao pai. Um pouco depois morreu o mais velho, o Rhodes, algo dramático! Para Genésio, foi devastador, mas ele seguiu em frente, apoiado pela esposa Antonia e o caçula Pedro Henrique.
Então, na última conversa, o Genésio relatou o que fez para manter vivo o seu restaurante Terra Mar, depois da terra arrasada pela covid, sobretudo em cidade turística. Para ele, o problema do sumiço de vários amigos, não era apenas o “bolso” e sim algo bem mais complicado, a cabeça. E foi aí que adotou a iniciativa de ligar para as pessoas, e, durante as conversas, mal lembrava o restaurante, a não ser que alguém mencionasse. Foi por meio de um trabalho assim, de relacionamento, que encontrou as soluções de superar mais um paredão. Só não venceu o mais recente, o derradeiro, um câncer de pulmão. Segundo informações, Genésio descobriu a doença muito tarde e entre assimilar a gravidade e iniciar o tratamento, não resistiu. Faleceu em apenas sete dias. A notícia abalou os conhecidos e o segmento gastronômico da cidade. O homem que não esqueceu os amigos, em tempo algum, será por eles lembrado, com carinho saudade. Nos resta entristecer, mas apoiar a Antonia, o Pedro e o Marcos, esperando que superem a falta que o Genésio fará.
Rogério Bonato