Coluna do Corvo

Som de Cristal

Raramente se viu tantas viaturas circulando em Foz do Iguaçu como nos últimos dias. Em determinadas horas, a cidade se parecia com uma boate, tamanha a quantidade de luzes piscando, sirenes e, ao som de helicópteros com os seus holofotes em busca de não se sabe o que? Parecia cedas do filme Apocalypse Now. Deu até vontade de ligar para 190 e perguntar. A cachorrada olhava para o céu e uivava! E bloquearam o trânsito, forçaram desvios, com toda a movimentação que acontece quando chegam as autoridades. Bom seria se as mesmas precauções ocorressem todos os dias, em favor da população.

 

O que se pode, ou não fazer

Eita sexta feira difícil de cumprir a missão de escreve a coluna. Primeiro foi preciso pesquisar e depois estapear o computador, pelo fato de perder o texto antes de enviar. A avó do Corvo já alertava: “salve as coisas antes de ir ao banheiro”. Mas o que escrever com tantas saias justas de serem interpretadas, até mesmo pelos mais experientes advogados na área eleitoral. O Conselho do Darley Carneiro foi simples: “escreva uma receita de bolo, e assim não correrá perigos de levar multa”. Quem viveu os tempos de preencher o espaço com receitas, como é o caso deste colunista, sabe a dor que dá no coração.

 

Coisa nenhuma…

…vamos é fazer o contrário, relembrando um pouco do que aconteceu ao longo do período eleitoral. Parecia uma barbada, com o Paulo lá perdido no espaço, sem um foguete que o alcançasse. Qual o que? Uma sucessão de tropeços deu combustível ao General e está feita a emoção de não se saber o que resultará. Só mesmo no domingo à noite teremos a situação, se a fatura será liquidada ou a cidade vivenciará o tão esperado segundo turno. Vivenciamos semanas desafiadoras, com a lavagem da roupa suja, debates, entrevistas e até propostas.

 

General e as crianças

Chegamos na noite da sexta-feira com o General Silva e Luna em meio às crianças, fazendo promessas igual o Papai Noel. Pelo visto ele deixou os marqueteiros desopilarem, por meio de peças emocionais, disfarçando a tensão dos bastidores.

 

Haja tensão

O Corvo fica sabendo um pouco de tudo e dizem que os coordenadores da campanha do Silva e Luna precisaram pedir freio e bridão emprestado ao Clube Hípico, tamanho entusiasmo da turba. Em momentos como este, de finaleira de campanha, todo cuidado é pouco e uma faísca incendeia o matagal, se dependendo a competência do outro lado.

 

E a competência?

Enquanto o Generauuuuuuuuuuu sorri e se esfrega no povo igual a um gato, o Paulo choraminga na propaganda eleitoral. Puxa vida, esse povo não aprende mesmo! Como pode? O candidato deveria deixar escorrer o sangue de barata e dar o recado frio; estranho um homenzarrão de quase dois metros de altura ficar lamuriando, despejando mais água que as Cataratas.  Mas agora já foi. Dizem que no virtual segundo turno as mudanças ocorrerão na noite do domingo, e não poderia ser diferente, afinal de contas será outra eleição.

 

A separação das águas

O que corre pela cidade é uma possível união de todas as forças nativas contra o expedicionário Silva e Luna. Viveremos emoções inesquecíveis no segundo tempo eleitoral. Como farão esse arranjo será igualmente interessante de se assistir. Mas calma aí, quem disse que estamos livres de uma surpresa? Quando o assunto é política, o inesperado sempre dá as caras. Se der de não acontecer um segundo turno, haja canoa para remar no dilúvio lacrimejante.

 

Aprendizado

O fato é que todos aprenderam muitas coisas nos dias de campanha e precisaram superar adversidades. Paulo sofreu um monte ao longo do processo, de tanto dizerem que se vencesse, não se sentaria ao trono, fazendo a pose de imperador PIII. Convenhamos, isso atrapalhou muito, ao ponto de largarem uma última peça de campanha das mais esquisitas, com o inusitado título: “se vencer a eleição… assume a prefeitura”. Os autores ganharão o troféu mundial da redundância! Nem mesmo a juventude jovem juvenil e acadêmica da publicidade cometeria uma excrescência dessas. A vacina já havia sido aplicada, com a decisão do T.R.E, por unanimidade, poderiam aproveitar melhor o espaço. E depois, a culpa é do GDia, de ter publicado a pesquisa Radar? Por favor né?

 

Os rótulos

Foi uma campanha repleta de jargões perigosíssimos. Como o Paulo, exposto ao alarde de não assumir se vencer, o General também experimentou o gostinho da maledicência: “Se ganhar vai trabalhar dois anos para arrumar a prefeitura endividada e sem poder contar com o apoio do governo Federal e Itaipu”. Outra maldade na boca do povo é que ao longo desses dois anos, Ratinho Júnior estará no governo, e depois?

 

Falar em Ratinho…

…o governador está em férias e se divertindo do jeito que mais gosta, fazendo política. Ele, em verdade, está fazendo um simulado para 2026, se aproximando de prefeituras, muitas das quais não passou nem por cima, de avião. Começou mesmo antes do resultado final das eleições a exercitar a campanha ao Senado ou o que mais lhe aparecer de atraente.

 

Paulino e o retrocesso

No frigir do tempo regulamentar, eis que circula um texto reflexivo assinado pelo jornalista Paulino Motter, que carrega no currículo o Doutorado em Educação pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), além de gesto público, foi assistente do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge M. Samek, e fez parte da Comissão de Implantação da UNILA. Em síntese, para o Paulino, Foz poderá experimentar um retrocesso, uma vez que a cidade permaneceu anos sem poder eleger prefeito, em razão de ser uma ASN – Área de Segurança Nacional e que por isso, os prefeitos eram nomeados, em geral militares. É um ponto de vista e por isso está sendo mencionado aqui. Paulino não lembrou que os vereadores fizeram até uma greve de fome reivindicando eleições para prefeito.

 

Túnel do tempo

Nada acontece apenas pela ignorância ou falta de conhecimento, vai ver a população não apreciou muito bem a gestão de alguns eleitos, que fizeram de Foz uma terra arrasada. Sem discordar do amigo, e, longe dos extremos, não vivemos a sombra de uma imposição e sim a eleição. O resultado é que vai resumir, se cada cidade tem o prefeito que merece. O Corvo escreve isso independentemente o resultado, pois saberemos em detalhes só daqui a quatro anos.

 

“Faro Fino”

Não é nome de operação, mas ao que se sabe, a Polícia Federal está atenta aos abusos eleitorais, especialmente com a compra de votos, por meio de vales/gasolina e cestas básicas. Corre solto que até frangos assados serão distribuídos ao longo de domingo. Será que acompanha mandioca e farofa?

 

Com bebidas

Bom, pelo menos o povo poderá regar o churrasco com uma cervejinha, como se já não fizesse isso antigamente. O recado deste colunista aos nobres eleitores é para votarem conscientes, com a cabeça no lugar, e, se for o caso com o coração, porque a emoção faz parte da democracia. Escolher errado é algo temerário, porque custará caro ao coletivo, acertar fará bem, arrefecerá os ânimos e desanuviará um pouco o crédito no setor político. Uma boa eleição a todos!

 

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