Coluna do Corvo
Primeiro o debate
Certamente a audiência das novelas, telejornais, filmes e séries no streaming sofreu uma queda na noite da terça-feira, 01/10. Alguns bares deixaram de lado o futebol. A cidade parou para assistir ao debate da Rádio Cultura, transmitido direto do Recanto Thermas, com exatas três horas de duração. O jornalista Dante Quadra iniciou a contenda às 20h e se despediu às 23h.
A Gloriosa
Todo esse sucesso se justifica pelo fato da Rádio Cultura de Foz do Iguaçu sempre abrir os microfones para o debate, em todos os níveis da sociedade; não há um único lampejo que escape da cobertura da emissora. Com tanta atenção assim, um confronto entre os homens que decidirão o futuro da cidade, há poucos dias da eleição, não daria em outro resultado que não fosse o sucesso, calçado nos milhares de ouvintes e telespectadores, porque além do som, a Rádio Cultura tratou a imagem, com altíssimo padrão tecnológico.
No ar e nas telinhas
Foi necessário um aparato considerável para a montagem de um estúdio de transmissão, em todos os detalhes, por meio de uma transmissão digital de altíssimo padrão, sem perder em nada para qualquer emissora de canal aberto. A tarefa foi um exemplo de competência da Vision Art, em parceria com a Meeting, empresas iguaçuenses com extensa folha de serviços positivos e eficiência. Aqui vai um destaque para a condução do mediador: Dante respeitou e foi muito respeitado, ao saber conduzir todos os enfrentamentos, com seriedade e profissionalismo.
Os participantes
Não se trata de dar uma nota para os candidatos, cada um faz a performance em acordo com a situação, e no mais, é muito chato alguém se aproveitar e sair dizendo: “Venci o debate!”. Grande coisa? O que adianta roubar a cena e depois se arrebentar nos votos? E neste ponto, devemos ressaltar que houve um pouco de tudo e a cidade viu muito de seus problemas, serem passados à limpo, sem cadeiradas e encrencas desnecessárias.
No geral
Se é para discutir o desempenho, Aírton José passeou em cena mais uma vez, tanto perguntando como respondendo. Sâmis da Silva estava seguro, frio, com um bom desempenho. General comedido, falando o extremamente necessário; Zé Elias sempre preparado, mas aparentemente cansado da toada, porque não é tarefa fácil; Paulo não foi bem, o tempo todo buscando respostas para os ataques que ainda vem sofrendo, mas acordou no final, apelando para o emocional. Caimi um pouco sem brilho e o Latinha repetitivo, com apelos que parecem cansar os eleitores. O disco continua o mesmo. Para conferir, basta contar com as dádivas tecnológicas e acessar o YouTube. A transmissão está lá de cabo a rabo.
A encrenca e o hilário
Sempre há farpas, mas desta vez o Latinha passou dos limites e atirou para todos os lados. Em alguma oportunidade, ao debater o setor de Cultura com o Aírton José, falou que o governo Paulo não destinava verbas para as escolas de samba da cidade e enviou 500 mil para uma agremiação de Porto Alegre. Não foi bem assim. O caso é que a maioria das escolas e blocos da cidade não possuíam documentação para a prestação de contas e nem mesmo um CNPJ, então, como iriam aportar dinheiro público?
Meio ambiente
Educação e Meio Ambiente não saíram do palco e mais uma vez o Latinha atravessou o tom, disse que o Ambiente precisa ser “inteiro” e não apenas “meio”. Adiante, questionado sobre Educação, ele disse que o assunto não era a “praia dele”.
Agora, a pesquisa
Ai, só vivendo as emoções cotidianas do jornalismo para descrever o que foi o dia de ontem, depois da publicação da pesquisa do GDia, realizada pela Radar Inteligência, sob o número PR-02135/2004. Tudo o que foi divulgado, foi o contratado. Não pesquisaram, por exemplo dados espontâneos, tampouco há projeção para o segundo turno. Os números ineditamente coincidem, de certa forma, com outros levantamentos quando o assunto é General e Paulo.
Generauuuuuuuuuuu cresceu
O gato do Paulo subiu no telhado. O general surfa a onda de final de eleição e fará toda a força para não deixar acontecer um segundo turno. Mas é temerário acreditar nisso, levando em conta a força que o Paulo ainda possui e o que poderá despertar no iguaçuense no dia das eleições. Algumas surpresas já aconteceram nesse sentido. Ao que parece, a decisão ficará por conta do primeiro pelotão.
Quem vai vencer?
Há, no entanto, um questionamento da Radar que pelo visto passou desapercebido, devido a euforia (para uns) e a decepção (para outros): “Quem o (a) Sr (a) acha que vai ganhar a eleição de Prefeito de Foz do Iguaçu?”. O resultado aponta uma saia justa eleitoral das mais apertadas, com o General 36,9% e Paulo 36,0%. É o ambiente que viveremos em caso de segundo turno, inevitavelmente.
Qual a dúvida
O que acontece, é que ninguém prevê o que pode acontecer no dia da eleição, como a abstenção, os votos nulos e brancos e questões que em geral não são abordadas em pesquisas. Isso sim é o cadafalso e que poderá resultar em surpresas. Os candidatos não dever dormir, sem antes pensar no assunto.
O que o povo pensa?
Se depender dos entrevistados pela Radar Inteligência, 65,3% acreditam que a eleição será prorrogada em segundo turno, contra 26,7% que pensam o contrário e apenas 8% não sabem. Isso quer dizer que o imaginário coletivo está borbulhando. É o terreno que o General terá que matutar para vencer domingo. Não será uma tarefa fácil de realizar.
No mais…
Olhando para os aspectos gerais, Silva e Luna pode surpreender na eleição de uma bancada de vereadores, com chances de renovação. Partidos aliados ao Paulo podem completar o restante das cadeiras e está ficando difícil imaginar que os demais emplaquem no Legislativo. Há, por sua vez, a mecânica eleitoral e, pessoal de vários candidatos voando sozinhos, um pouco desgarrados da figura do candidato à prefeito. Isso só não acontece com o povo em volta do Aírton, mais alinhados à esquerda. Alguns nomes do PT, por exemplo, estão militando e muito.
Composições
E como é que será, os candidatos estão conversando em caso de segundo turno? Tudo leva a crer, se depender da postura nos debater, que se unirão contra o General. Como vão lidar com as questões ideológicas é o grande problema matemático, porque os votos da direita ainda são maioria. A eleição municipal não conseguiu muda isso, ao que parece.
Indecisos?
Segundo a pesquisa Radar, quase 68,9% dos eleitores já definiram o voto, mas por outro lado, 23,8% ainda não e 7,3% não sabem ou não quiseram opinar. São números que não podem ser desprezados.
Dr. Nelson Mendes
A cidade deixou de lado a euforia eleitoral e se comoveu com a notícia sobre o falecimento do médico Nelson Mendes, alguém muito querido não somente pela legião de pacientes, mas pela maneira com a qual se dedicava ao ofício, com humanidade, serenidade e respeito; uma mão segura aos por ele atendidos e suas famílias. Atuava como ginecologista, obstetra e foi um renomado psiquiatra, reconhecido além de nossas fronteiras. O Dr. Nelson também foi um sonhador, planejando hospitais e recintos para atender aos doentes e pessoas que necessitassem do apoio mental, por meio de espaços diferenciados, algo que se escuta falar muito inclusive, nos debates sobre a área de Saúde, mas que o Nelson não perdia tempo em “discutir”, mas fazendo. A classe médica está enlutada e queremos aqui repassar aos familiares todos os novos votos de pesar diante do ocorrido.