Coluna do Corvo

Jogo duro

Os candidatos precisam cuidar para não caírem em contradição, propondo uma coisa e entregando outra. É no mínimo estranho vê-los limpinhos, transparentes, cândidos, em seus horários eleitorais e depois jogando o que não presta no ventilador, com as tais “pílulas”, como os políticos chamam as inserções ao longo da programação.

 

Revide

Tudo bem que o General Silva e Luna deve andar bem zangado com as denúncias sobre casos pessoais e acusações de grampo, está na verdade com o sangue no “zóio”, mas descontar nos telespectadores? E é bem isso o que acontece; as pessoas estão na paz do lar, assistindo novela e do nada entram as chamadinhas insistentes, umas atrás das outras, caindo de pau no oponente? No final aparece a assinatura, que não dura mais que um piscar de olhos, igual a obrigatoriedade em alertar os bebuns, nas propagandas de cerveja. Esses revides são temerosos em matéria de opinião pública.

 

Divisão da opinião

Este colunista estava numa famosa cafeteria bem no momento que a propaganda do General foi ao ar, detratando o Paulo, por causa de recente decisão judicial. Lá havia outras pessoas e naturalmente com opiniões diferentes. Em uma mesma mesa, um indivíduo se vira para o outro e diz: “toma! Bem feito, e agora?”. O colega se vira e responde: “Ah, isso nem está decidido, e ficam usando em horário eleitoral?”. Há ocasiões que a política nos faz lembrar discussões entre corintianos e palmeirenses. Bom, pelo menos ainda compartilham a mesma mesa.

 

O que mais vem?

É impossível prever o que os comitês buscarão embaixo dos tapetes. Mas é certo que a população viverá muitas emoções até o dia das eleições, que não apareçam com a cor da cueca de uns e outros, ou mexendo com a vaidade de suas companheiras, como já aconteceu no passado, do tipo: “Minha mulher é mais bonita que a dele”, ou “o meu namorado é mais interessante” e coisas do tipo. Isso o povo não gosta de ver nas campanhas. Aliás, arranca-rabo deixou de ser o prato favorito dos eleitores. As propostas e as sacadas para aliviar a população estão na preferência dos comensais políticos.

 

O que não falam?

Vamos ver quem serão os candidatos corajosos e que abordarão o valor do IPTU! Muita gente constrói a casa própria para sair do aluguel e acaba no prejuízo, precisando pagar parcelas mais caras do que imóveis locados. Aí os governantes alegam a valorização “venal” das propriedades, pois é o poder público que calcula isso. O problema é que os impostos, mesmo com os emolumentos, jamais são devolvidos em serviços. IPTU por enquanto é um engodo, para sustentar a máquina azeitada com puxas saco e cabos eleitorais.

 

Não vale

Os governos se justificam perante a coletividade pelos serviços que prestam, logo, pagar IPTU, emparedado pelo ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, e depois ver esse povo mentindo e fazendo promessas utópicas em campanha eleitoral é ultrajante. Outra coisa, “venal” é valor de venda e muita gente se queixa que não conseguir negociar na hora de precisar comercializar um imóvel; o peso tributado é enorme na transação.

 

Não vale também

Outra picaretagem é o IPVA, caríssimo, para trafegar em ruas esburacadas, pessimamente sinalizadas, porcamente controladas por semáforos à cada poucos metros, o que aumenta a poluição e consumo de combustíveis. Ainda por cima enchem os percursos de faixa elevadas, valetas, alegando a ignorância dos motoristas. Para andar em alguns locais, só com jipe lunar. Com tantos impostos, é bem melhor andar com aplicativo, se é que existirão por muito tempo, o que mais se escuta é queixa de motorista. Governantes prometem e atravessam o mandato escapando das promessas de aliviar a população de impostos.

 

Solução genial?

Até o momento apenas um candidato apareceu com um remédio para aliviar o bolso do contribuinte, mas para isso, é preciso enfiar a mão no bolso dos turistas por meio de taxas em tudo o que é lado. Seria como entrar no negócio de ovos e comer as galinhas. Toda a cidade que se considera turística, que abusou na cobrança ficou chupando o dedo. Foz ainda não pode se dar e isso.

 

Interpretes de libras

Um espetáculo à parte é a performance dos profissionais que dublam a fala dos candidatos ou narradores, nas chamadas ao longo da programação. Alguns fazem caras de cinema, no afã de transmitir fielmente o recado. A corvinha lá de casa, precisou tomar um chá de erva cidreira antes de dormir, para não sofrer com um pesadelo. Mas afinal são ossos do ofício e precisamos além de respeitar, enaltecer o trabalho desses valorosos profissionais.

 

7 de setembro

Lá vem feriado e toda a movimentação além do civismo em ano eleitoral. Dá-lhe panfletarem a cidade. Devemos lembrar que boa parte do material de campanha vai parar nas galerias pluviais, causando a enchente em ruas e avenidas que os políticos ou se queixam, ou lembra de prometer providências em busca de votos.

 

Listas e listas

Foi a coluna começar a cobrar os políticos mais de frente que os leitores começaram a enviar mensagens sugerindo solução para problemas do mais diversos, muitos certamente inimagináveis para os valorosos candidatos. Haja trabalho hein? Bom faltará espaço para as reivindicações.

 

Ajuste na história

É impressionante como a memória é desvalorizada em Foz, e, sem o devido cuidado histórico. A cidade comemora os 61 anos da Biblioteca pública e imperceptivelmente propaga equívocos, porque as informações foram postadas erradas em sites que deveriam ser fidedignos, como é o caso do IBGE.

 

Como é isso?

A informação oficial dá conta que a Biblioteca com o nome de Elfrida Nunes Engel Rios, foi inaugurada em 1963. Na data do evento, a ilustre senhora certamente foi uma das convidadas, porque empenhou-se na luta pela leitura. Ela possuía apenas 48 anos e era bem relacionada com a ala política da cidade, a começar pelo prefeito Emílio Gomes, que naquele ano, passaria o bastão para Ozires Santos. Após a sua morte, dona Elfrida foi honrada dando o nome à Biblioteca, depois de ocupar o edifício do antigo Fórum de Justiça.

 

Estranho

Ao receber um release dos eventos comemorativos ao aniversário da Biblioteca, houve a sensação de algo quadrado descendo pela goela, pois Elfrida, ainda vivia nos anos 80 e chegou a conceder várias entrevistas para este humilde escriba e pesquisador, sempre interessado na história da cidade. Em uma das narrativas ela discerniu a importância da leitura e, a luta por um espaço que organizasse os livros e a história. Logo, dificilmente aceitaria emprestar o seu bom nome em vida, mesmo na condição de uma lenda citadina.

 

Pesquisa em ação!

Corrigir os percursos na história não é algo tão complicado, basta estudar e investigar. Com a ajuda do escritor e professor Adilson Pasini e a exemplar servidora Délia Gonçalves, os anais da história subiram aos trilhos. A Biblioteca não foi inaugurada com o nome da ilustre e impoluta Elfrida Engel, em 1963, como está escrito por todos os cantos.

Délia

Vamos aproveitar a ocasião e dar os parabéns antecipados à dedicada Délia Gonçalves, que por tantos anos cuidou com preciosismo e profissionalismo ímpar da imagem, integridade e documentação da Fundação Cultural. Ela aniversaria em 09/09.

 

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