No Bico do Corvo

Palácio arruinado

Será que a população está muito ligada nas condições dos sofás, goteiras e o mofo no palácio presidencial? A dona Janja está mostrando o abandono da habitação onde viverá os próximos quatro anos, mas isso é um caso sério de relapso patrimonial, ou seja, há uma folha de pagamento e verba para a manutenção das áreas públicas em Brasília. Tudo que compõe os edifícios, afinal, foi concebido com materiais, arte e designer de grandes profissionais da arquitetura, pintura, escultura e movelaria. São artefatos que merecem cuidado. Cadê o povo que deveria zelar pelo patrimônio? Tudo o que há naqueles prédios pertence ao povo brasileiro e os ocupantes não devem mover do local, ou enviar para depósitos. Olhando a Tv, o sofá da casa do Corvo está bem mais cuidado do que as poltronas cheirando a chulé, no Palácio da Alvorada.

 

“Desinformação”

A Advocacia Geral da União se meteu num funil entupido ao tentar controlar as distorções da verdade, ou o que pode ser convencionado com “desinformação”. Acontece que a verdade é uma só e quando alguém inventa uma mentira e, todo mundo acredita, ocorre um fenômeno que não é difícil de ser explicado: faltou investimento em educação, cultura, informação e qualidade na formação do povo. Em sociedades mais justas, as mentiras não colam tão facilmente e se tornam objeto de processos judiciais, porque mentir, além de um pecado é encarado como crime, sobretudo quando envolve questões públicas.

 

Verdade é documento

O fato é que um dia a mentira será descoberta e o mentiroso cairá do cavalo. É bem mais fácil sustentar a verdade porque ela é moldada por meio de fatos, testemunhas e documentos e é assim que se escreve a história. A mentira não passa pela mesma porta. Estejam certos. Um dia a casa cai. Apurar a “desinformação” está mais para o Ministério Público do que para outros. Nas investigações aparecerão as intenções dos atos de “desinformar”, e ao que isso prejudica ou beneficia. Leia-se “benefício” a uns em detrimento de outros.

 

População maior?

Na política isso possui outro significado: a possibilidade de um “segundo turno eleitoral”. Não vamos confundir e sim simplificar, pois o segundo turno ocorre em cidades com mais de 200 mil eleitores e não habitantes. Mas a matemática explica que se a população aumenta, isso também acontecerá com o eleitorado. Conforme uma breve pesquisa, dos 5.568 municípios brasileiros, apenas 96 estão aptos ao segundo turno.

 

E Foz?

Segundo os últimos apontamentos da Justiça Eleitoral, Foz conta com 196,1 mil eleitores, ou seja, fica raspando no segundo turno. Mas no ponto de vista administrativo, esse “raio x” é importante para pautar as políticas públicas; cidades com mais habitantes, afinal, pleiteiam mais verbas e convênios em várias áreas, a começar pela Saúde.

 

Eleições em plenas férias

O Corvo não é contra a discussão política, absolutamente. Só anda um pouco cansado em ver esse exercício de se garantirem em cargos públicos, fosse a única tábua de salvação para muita gente, no caso para os políticos e seus intrépidos assessores. Oras, as pessoas precisam aprender a trabalhar em outras coisas, que não seja por meio de voto, indicações e nomeações, por favor? Primeira semana de janeiro e o povo pensando nas eleições de outubro do ano que vem? O jornal publica porque o rebuliço acontece nos partidos e por onde os políticos transitam.

 

Na padaria

Pois o Corvo estava um dia desses na fila do pão e alguém que estava atrás perguntou: qual será o próximo prefeito hein? Que barbaridade, como se a gente possuísse uma bola de cristal para adivinhar. Deu vontade de dar um corridão de ganso no interessado, mas foi preciso paciência. E no mais, essa relação de nomes que começou a circular ainda vai triplicar e depois diminuir com o tempo, porque as pessoas cairão na real, e, entenderão que uma eleição custará os olhos da cara.

 

Bobato e Bonato

Acreditem, são pessoas diferentes. É normal o povo fazer confusão com os nomes. Apesar de muito amigos, os dois não comungam das mesmas atividades, pelo menos no âmbito da política. “Já recebi vários telefonemas e conversando com as pessoas, entendo que estão tratando com o político e não jornalista, daí interrompo e pergunto se o papo é comigo ou com o Bobato? O outro lado, em geral, constrangido, acusa o equívoco. Já fiquei sabendo de muitos segredos por causa disso e por isso nem ligo”, explicou o Rogério Bonato ao Corvo, ontem, em razão da troca de nomes em uma matéria publicada no GDia.

 

Bonato é o Corvo?

Às vezes sim, muitas vezes não. Sempre é bom explicar: a coluna é redigida por vários profissionais; em verdade há um jornalista para cada setor; um edita cartas, outros as notas, outro trabalha notícias nacionais, etc. Esse revezamento é que dá amplitude ao espaço e garante a leitura. Bonato é o que recebe a maioria das “cartas”, responde ou encaminha o assunto para o grupo. Há no total seis pessoas escrevendo para a coluna. O jornalista Robson Meireles, editor-chefe do GDia é quem faz as mediações e a aprovação final do texto.

 

“Tenho fome”

Foi o presidente Lula mencionar as pessoas com cartazes de papelão nos semáforos, que elas ganharam uma visibilidade bem maior, ou, isso incentivou que outros necessitados buscassem pelo mesmo recurso; são as feridas sociais expostas e que necessitam urgentemente de resposta. Se cada cidade realizar um trabalho nesse sentido, de atender a essa legião de excluídos, nos sentiremos mais confortados, olhando apenas para os semáforos, canteiros, ruas e toda a paisagem urbana. Os necessitados não podem fazer parte disso, devem sim desfrutar da cidade como cidadãos, respeitados, incluídos. Tem que haver solução para amenizar o drama, até que os governantes encontrem as saídas, porque isso demora, depende de votações, destinação de verbas, empreendimentos sociais que não são realizados do dia para a noite, espaço de tempo em que a fome é capaz de matar. Nós, cidadão é que podemos fazer a diferença.

 

Produtos argentinos

Vinhos, queijos, azeite de oliva e os deliciosos “torrones”, “alfajores”, doces de leite e tudo mais atravessa a fronteira compões 99,9% das estantes de supermercados nos bairros e até mesmo no centro. Muitas empresas fazem o processo legalmente, via importação, mas a maioria não quer saber, simplesmente vende e fim de papo. Hipocrisia alguém aparecer dizendo que não compra. Claro que compra, afinal são produtos de muita qualidade e a maioria não é oferecida pela indústria brasileira. Essa preocupação acabaria e as cidades se tornariam paraísos comerciais caso as aduanas fossem levadas para longe, e o comércio fosse liberado nas fronteiras. Pensa?

 

Aproveitar o momento

Geograficamente e se depender de obras estruturantes isso está bem fácil de acontecer, bastaria construírem uma única e grande aduana na BR 277, e o mesmo nas rutas 2 (Paraguai) e 12 (Argentina). O policiamento existiria para coibir outras coisas, como o tráfico de drogas, armas e medicamentos. Escrevam: isso ainda vai acontecer.

 

Lojas francas

Elas são um sucesso em Foz. O Corvo conhece várias pessoas que simplesmente deixaram de atravessar a Ponte da Amizade, para garimpar produtos no Paraguai. Há quem garanta que a taxa de permanência de visitantes do lado de lá baixou uma enormidade. E isso com o dólar alto. Comprar nas lojas francas em Foz é muito confortável, sem precisam encarar sufoco, calor, filas, aduanas, e em muitos casos, há produtos bem mais em conta na área de bebidas, óculos e eletrônicos. As listas de produtos autorizados são bastante contemplativas.

 

O caso dos morcegos

O Corvo se antecipou e precisa fazer uma correção: os morcegos encontrados mortos e com o vírus da raiva diagnosticado não são do tipo que chupa o sangue, ou seja, não são hematófagos, mesmo assim a situação inspira cuidados e a vacinação dos animais é importantíssima.

 

Preços das vacinas

O Corvo escreveu que vacinas são comercializadas ao valor de 15 a 25 reais e isso gerou um certo incômodo por parte de profissionais da área veterinária. O preço médio praticado é bem mais alto, porém são utilizados imunizantes importados, mais a atenção do profissional que atende a vacinação. O que aconteceu é que fizeram um desconto para atender o zoológico doméstico em que se converteu a casa do Corvo, ultimamente.

 

Protetores

Prezado Corvo, onde é que estão os protetores, quando surge um caso de suspeita de raiva, como acontece na zona sul da cidade? Liguei para alguns e não quiseram saber nem de atender ao celular, porque meu bolso não alcança o valor das vacinas, se eu precisar cumprir a obrigação lá em casa. Não sei se o termo é correto, mas sou uma “acolhedora” de bichos, porque não suporto ver tanto abandono. E pensa que esses protetores me ajudam? Coisa nenhuma; pago ração, veterinários, medicamento, tudo do meu suado saldo de aposentadoria, e mal sobra para os meus remédios. Essa gente ganha ração, subsídio, vivem nas redes sociais aparecendo mais do que os bichos e no fim, os moradores é que se ferram, porque precisam abrigar os bichos abandonados. Ultimamente a gente só escuta “não” desses protetores, ou devemos esperar que voltem das “férias” na praia, em fevereiro ou março. Como você diz, que “barbaridade” Corvo.

Elisa M. C. Marcondes

 

O Corvo responde: prezada não vamos generalizar. Há protetores muito dedicados coma causa, mas como em todos os segmentos, há também que se aproveita da situação. Contaram para o Corvo que as reclamações são tantas, que a prefeitura está seriamente pensando em passar um pente fino no setor, recadastrando quem de fato presta serviços de resgate de animais. A leitora está certa, nas campanhas de adoção, por exemplo, aparecem mais as protetoras do que os bichos. Precisam tem em mente que a prestação de serviço é mais importante que o ego.

 

Aquele abraço!

O Corvo quer aproveitar logo cedo e enviar um abraço ao grande e fraterno Barakat, leitor número 1 da coluna e colaborador em todos os momentos.

 

Primeiro sábado

Chegamos ao primeiro sábado do ano de 2023! O Corvo ainda não descobriu porque gosta tanto assim dos sábados, mas o fato é que é um baita dia para fazer coisas longe do computador e do ofício de escrever sobre esses fatos corriqueiros e os que se tornam chatos, como é o caso da política, que cansa a beleza de qualquer ave emplumada. A todos um bom fim de semana! Curtam o sábado e o domingão!

 

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