Greve no Ministério da Agricultura do Brasil afeta as exportações do Paraguai
A greve dos servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil afeta diretamente as exportações do Paraguai. O alerta é da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comerciantes de Cereais e Oleaginosas (Capeco). A retomada dos serviços na última semana permitiu a liberação de aproximadamente 1.000 caminhões que estavam retidos no porto seco de Ciudad del Este.
O temor dos representantes da Capeco é que retorne a greve esta semana, como já anunciaram os fiscais do MAPA. O coordenador de transporte terrestre da entidade, Carlos Rendano, confirmou que na semana passada houve uma melhora na produção de cargas, mas as perspectivas ainda são preocupantes.
Em entrevista a Rádio La Clave, Rendano lembrou que devido à mobilização dos servidores brasileiros, mais de 2.000 caminhões ficaram retidos nos dois lados da fronteira. “Depois que a medida foi parcialmente corrigida, o número de caminhões caiu para 400 do lado paraguaio e possivelmente a mesma quantidade do lado brasileiro”, explicou.
O coordenador da Capeco salientou que na última sexta-feira (10) não foi possível continuar com a passagem de veículos pesados devido ao aniversário de Foz de Iguaçu. Além disso, Rendano lembra que nesta quinta-feira (16) é feriado para a celebração de Corpus Christi e no dia 24 (sexta-feira) é lembrado o dia de São João, feriado no Brasil.
Além dos feriados que estão chegando, quando a liberação de cargas trava, segundo ele, o setor convive com a possibilidade de retomada da greve pelos fiscais brasileiros. “O movimento melhorou na semana passada. Conseguimos retirar alguns caminhões, mas ainda sentimos aqueles 15 dias que não conseguimos trabalhar”, destacou.
Pouco espaço
Rendano recorda que, após o retorno dos fiscais, fluíram as atividades de exportação, porém, os problemas de restrições de passagem pela Ponte Internacional da Amizade, que une Ciudad del este e Foz do Iguaçu, continuam ocorrendo devido à falta de espaço nos portos secos dos dois lados da fronteira.
“Essa situação restringe o número de caminhões”, disse. Como ponto favorável, o dirigente setorial comentou que a Alfândega decidiu trabalhar aos sábados, fato que pode ajudar no transporte gratuito de cargas, mas o cenário até o final do mês de junho ainda é complicado.
Desde que iniciou a greve, os servidores brasileiros do MAPA e também da Receita Federal vem realizando operações padrão e com equipes reduzidas, atrasando a liberação de cargas de exportação e importação do país. O GDia já registrou, em reportagens anteriores, que muitos caminhoneiros ficam até 15 dias esperando para seguir viagem.
Da Redação / Foto: Rádio La Clave