Divergência marca o início da transição e presidente bate boca com equipe de Peña
A transição na presidência da República do Paraguai começou com ao menos uma divergência que promete polêmica nos próximos dias. A equipe escolhida pelo presidente eleito Santiago Peña para a missão, que é coordenada pela ex-ministra Lea Giménez (Fazenda) e pelo ex-diretor da Itaipu, José Alberto Alderete, pediu para o atual presidente Mario Abdo Benítez interromper todas as licitações em andamento. Marito não gostou da atitude e disse que o Estado não pode parar e que ficaram “históricos por nada”.
O economista Santiago Peña, 44 anos anos, é do partido Colorado e foi eleito no último dia 30 de abril presidente do Paraguai. Ele assume o mandato de cinco anos no próximo dia 15 de agosto. Enquanto a data não chega, o atual chefe do Executivo cumpre agenda nas várias regiões do país. Nesta sexta-feira (26) ele visitou o departamento de San Pedro, onde entregou 279 moradias populares e destacou mais uma vez as conquistas de seu governo, como o recorde de 37.000 soluções habitacionais e 3.880 quilômetros pavimentados.
Na sequência, foi questionado pela imprensa se vai interromper as licitações, a pedido da equipe de transição do presidente eleito. “Queremos que haja um processo de transição adequado. É preciso entender que a burocracia pública tem seus tempos, seus regulamentos e não podemos parar o funcionamento do Estado. Se houver um problema específico que o preocupe, estamos abertos para ouvi-lo”, disse.
“Há uma equipe comandada por Hernán Huttemann, ele tem toda a minha confiança”, completou Marito, segundo relatou ao jornal Última Hora. Da mesma forma, o prefeito mencionou que a diferença de pensamento é um exercício constante que deve fazer para governar o país, respeitando a dissidência, a diferença de pensamento e convivendo com o dissenso, o que não significa necessariamente confronto, muito menos levar críticas ao campo pessoal, é característica dos modelos autoritários, quando o dissenso é percebido como confronto e vai para o campo pessoal.
“Este é um bom exercício para aqueles que, embora muitos deles fossem servidores públicos, estavam na área privada. A presidente eleita como membro do Conselho de Administração do Basa, a Sra. (Lea Giménez) também esteve no setor privado na Casa de Valores e talvez o que eles queiram, no setor privado tem outro jeito, o patrão é aquele que impõe os critérios, mas quando se administra a complexidade numa democracia, dentro de um sistema republicano, onde o Governo é constituído por três poderes do Estado, vão ter diferenças internas”, sustentou.
Diálogo
O presidente paraguaio também apontou que o dissenso pode crescer e eles estão abertos para ouvir e que vão concordar em algumas coisas e discordar em outras, o que não significa que o levem para o campo pessoal ou para a histeria coletiva. “Isso é debatido, discutido, como gente madura e um roteiro é construído para que a transferência de comando seja a mais ordenada possível, mas por mais que tentem, não vão nos impor um critério”, avisou Marito.
Da mesma forma, sustentou que estão abertos a falar, a ouvir e se há coisas que têm de corrigir ou argumentos de preocupação sobre um concurso, estão dispostos a agir em conformidade. “Mas não nos vão impor nenhum tipo de critério e dou-lhes as boas-vindas a este exercício que vai ser muito útil para eles, porque os cinco anos que têm para governar o país certamente o farão com dissensão interna que eles terão. o que gerenciar Elas ficam histéricas à toa, a histeria não contribui em nada”, concluiu Marito.
- Da Redação / Foto: @PresidenciaPy