Argentina sob Milei quer novo empréstimo do FMI de US$ 20 bilhões

A Argentina busca um novo empréstimo de US$ 20 bilhões com o FMI para reforçar as reservas do Banco Central e controlar a inflação. O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou que a negociação já foi feita com a equipe técnica do FMI, mas ainda aguarda aprovação da diretoria-executiva. Além disso, o governo negocia empréstimos com o Banco Mundial, BID e CAF.

A medida ocorre em meio à pressão do mercado cambial, que forçou o governo a gastar US$ 1,4 bilhão para conter a alta do dólar. Especialistas afirmam que o objetivo do governo Milei é manter o câmbio artificialmente baixo e dar maior estabilidade ao peso argentino sem aumentar nominalmente a dívida pública. No entanto, o diretor do Observatório da Dívida Pública Argentina, Alejandro Olmos Gaona, alerta que a dívida com o FMI impõe condições econômicas rígidas, diferentemente do endividamento interno.

Atualmente, as reservas do Banco Central argentino estão em US$ 26 bilhões, e a meta do governo é elevá-las para US$ 50 bilhões. A dívida pública do país já chega a US$ 471 bilhões, com juros anuais de US$ 22 bilhões. Olmos critica a estratégia de recorrer a novos empréstimos, apontando que acordos anteriores com o FMI falharam.

Há incertezas sobre as exigências do FMI para liberar os recursos, mas a imprensa argentina sugere que uma delas pode ser o fim dos controles cambiais, o que tem aumentado a demanda por dólares. O governo argumenta que a troca de títulos do Tesouro por dólares fortalecerá a base financeira do Banco Central.

Apesar da atual dependência de empréstimos, há expectativa de que as reservas de petróleo e gás na região de Vaca Muerta possam gerar receitas futuras para a Argentina, embora não haja um plano estruturado para um desenvolvimento sustentável.

 

  • Da reação com ABr
  • Foto: divulgação

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