Tempo seco e calor extremo acendem novo alerta para incêndios ambientais em Foz

O tempo seco e o calor extremo das últimas semanas acenderam novamente um alerta em Foz do Iguaçu e região para o aumento dos casos de incêndios ambientais. Do início de janeiro até ontem (26) já haviam sido registradas 51 ocorrências na fronteira, em terrenos baldios, capoeiras, áreas de pastagem, plantações e matas ciliares.

Do total de casos, seis foram atendidos pela Brigada Florestal de Itaipu na região do lago, no arco entre Foz e Guaíra. Segundo reportado pelas equipes, 26 hectares de vegetação foram afetados, o que corresponde a 26 campos de futebol. Em 2023, o único incêndio em áreas de Itaipu atingiu quatro hectares. Outras oito ocorrências foram verificadas, mas não eram nas áreas da binacional e foram apenas monitoradas.

A baixa do nível do reservatório, a falta de chuva e o fenômeno El Niño, que tem previsão de estender-se até maio deste ano, são apontados como as principais causas para o aumento dos incêndios.

“As queimadas liberam gases poluentes de dióxido de carbono (CO2), que contribuem para intensificar o efeito estufa. Enfim, as queimadas em áreas protegidas resultam em uma série de consequências negativas que afetam não apenas o meio ambiente, mas também as pessoas”, destacou o coordenador da Brigada Florestal, da Divisão de Áreas Protegidas, Luis Cesar Rodrigues.

Uma das ocorrências atendidas pela Brigada neste ano foi um incêndio no Refúgio Binacional de Maracaju, na divisa entre o departamento (estado) paraguaio de Canindeyú e o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. O combate ao fogo teve o apoio de brigadistas paraguaios, devido ao caráter binacional da área.

Por parte do Corpo de Bombeiros foram atendidas até o momento 23 incêndios em capoeiras, 12 queimas em terrenos baldios, cinco em campos abertos (mata nativa), três em cultura agrícola e pelo menos um em área de pastagem. Alguns registros ocorreram nas proximidades da Ponte da Amizade, colocando em risco a mata ciliar do Rio Paraná, além dos moradores e turistas expostos a fumaça tóxica.

Conforme os bombeiros, os finais de semana costumam liderar o número de ocorrências. Nove em cada 10 casos, são decorrentes de ações humanas, como queimadas ilegais, bitucas de cigarros descartadas em beiras de estradas, garrafas de vidro jogadas de forma clandestina, soltura balões, entre outras situações.

Causar incêndios, mesmo que sem querer, é considerado crime e o infrator pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões.

Ao avistar um foco de incêndio a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho. Realizar este processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A população deve sempre procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193.

 

Monitoramento

O monitoramento do risco de incêndio florestal nas áreas de Itaipu é feito com uma tecnologia desenvolvida pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT).

Com a ferramenta, os brigadistas conseguem ter uma previsão de três dias do risco de incêndio com base nas condições meteorológicas da região, de forma que, com o aumento do perigo, é possível direcionar ações preventivas para os locais mais críticos.

Por sua vez, o Corpo de Bombeiros possui uma parceria com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (Simepar), que entrega informações técnicas a respeito da climatologia e do tempo, que são elementos fundamentais na prevenção e no combate aos incêndios florestais.

Além disso, as ações dos bombeiros também contam com o apoio do Governo do Paraná e de diversas entidades da sociedade civil, que coordenam a Campanha Quati João, que atua na conscientização da população e prevenção de sinistros em vegetação.

  • Da redação / Foto: Brigada Florestal/Itaipu Binacional

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