Policiais de várias forças aprendem técnicas de uso de cães farejadores em evento
A Polícia Penal do Paraná promoveu o segundo seminário sobre Cinotecnia (CINOFOZ), área de treinamento de cães para ações relacionadas à segurança pública. O evento aconteceu em Foz do Iguaçu e promoveu a troca de experiências no emprego de cães na atividade policial entre o público.
Ele reuniu 40 membros de forças policiais estaduais, federais e municipais, além de pesquisadores e professores das áreas de odorologia forense (técnica científica que usa cães para identificar pessoas por meio de seus odores corporais), obediência canina e medicina veterinária.
“Eventos como esse reafirmam o compromisso no contínuo aperfeiçoamento do nosso trabalho. A atuação com cães policiais, por colaborar fortemente nas operações, exige muita especialização. E é assim que trabalhamos, aumentando cada vez mais a capacitação dos servidores e por consequência, a segurança pública do Paraná”, comentou a diretora-geral da Polícia Penal do Paraná, Ananda Chalegre.
O CINOFOZ abordou técnica e ciência aplicadas na prática cotidiana da atividade policial da PPPR, que realiza operações com cães desde 2016. Além de Foz do Iguaçu, as regionais de Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina e Maringá também possuem unidades K9. No total, 22 cães realizam atividades táticas na Polícia Penal do Paraná, assim como prestam apoio a operações policiais de outras forças de segurança.
O coordenador regional da PPPR de Foz do Iguaçu, Cássio Rodrigo Pompeo, frisou o comprometimento da equipe no evento que proporcionou conhecimento científico. “A Polícia Penal tem muito orgulho de promover através da Equipe SOE e K9 o 1º CINOFOZ, onde podemos interagir com diversas forças de segurança, trocando experiências e informações, e recebendo conhecimento científico de primeira linha dos profissionais convidados”, disse.
TREINAMENTO K9 – Cinotecnia é um conjunto de conhecimentos e técnicas relacionadas à reprodução selecionada, manejo e treinamento de cães para trabalhos específicos, como na produção e preparo de cães para o trabalho policial e militar em áreas como a detecção de narcóticos e explosivos, rastreamento de pessoas, captura e imobilização de suspeitos.
Para uma das palestrantes do evento, que é docente de ciências forenses e professora convidada da Escola Superior de Polícia Civil no curso de pós-graduação para investigadores, Jackline Rachel, a acurácia olfativa dos cães é importantíssima e pode ser utilizada para a localização de pessoas, vivas ou mortas, armas, drogas e outros ilícitos.
“É muito importante estarmos reunidos neste seminário para apresentarmos estudos de caso e realizar essa fundamentação científica, que é uma base sólida, para que através dos vestígios identificados pelos cães, possam ser produzidas evidências e ajudar na elucidação de crimes complexos. Sendo a odorologia forense a responsável por fornecer as bases científicas do trabalho olfativo do cão”, disse.
O treinamento de um cão para atividade policial envolve uma série de procedimentos. A seleção genética das matrizes é o primeiro passo, em que são selecionados filhotes de cães com características genéticas apropriadas para o trabalho proposto. A partir do nascimento até 90 dias de vida, são trabalhadas a ambientação e socialização do animal e integração com o policial.
Na fase da adolescência, ocorre a “modelagem” do comportamento que será esperado do cão em sua atividade, bem como a apresentação dos tipos de odores aos quais o mesmo será condicionado a identificar. Na fase da juventude, o cão é apresentado às diversas variações de ambiente e inicia atividades em ambientes diversos. Na fase adulta, passa-se à fase do trabalho com foco nos resultados. Em todas as fases são sempre respeitadas a integridade física e o bem-estar do animal. Os animais são saudáveis e bem tratados o tempo todo.
- AEN / Foto: PPPR