Itaipu inaugura Núcleo de Tecnologias Espaciais na UFTPR – campus de Santa Helena (PR)
Com o objetivo de aperfeiçoar o monitoramento territorial no entorno do reservatório e fomentar a formação em tecnologias espaciais, a Itaipu Binacional e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) inauguraram, nesta segunda-feira (12), o Núcleo de Referência em Tecnologias Espaciais (NORTE), no campus de Santa Helena, Oeste do Paraná.
O novo centro concentra uma infraestrutura técnica inédita na região, composta por um pilar geodésico, uma estação GNSS (Global Navigation Satellite System), dois laboratórios de pesquisa e ambientes pedagógicos voltados à ciência, inovação e capacitação. A iniciativa integra um convênio entre Itaipu, UTFPR e a Fundação de Apoio à Pesquisa da UTFPR (Funtef-PR), com vigência até dezembro de 2025 e investimento total de R$ 4,88 milhões — dos quais R$ 1,37 milhão foram aplicados na estrutura recém-entregue.
A estação GNSS de Santa Helena é a terceira mantida pela binacional e faz parte da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS (RBMC), coordenada pelo IBGE. As outras duas estações estão instaladas na Usina Hidrelétrica de Itaipu e em Guaíra. Essa nova posição estratégica reforça a precisão dos dados utilizados em projetos de engenharia, previsões hidrológicas e mapeamentos ambientais.
“Esta estação em Santa Helena está exatamente no centro de duas estações que já possuímos e está melhorando a precisão dos nossos dados para toda a nossa região”, afirmou Cleber da Silva, superintendente de Obras e Desenvolvimento da Itaipu, que representou o diretor de Coordenação da empresa, Carlos Carboni.
Além de ampliar a base de dados geodésicos no Oeste do Paraná, o núcleo também aprofunda a cooperação acadêmica. Segundo o reitor da UTFPR, professor Everton Lozano da Silva, o novo bloco permitirá a realização de atividades de ensino, coleta de dados e iniciação científica já no próximo semestre. “A expectativa é que o bloco já seja utilizado no próximo semestre, com atividades de ensino e coleta de dados em pleno funcionamento”, afirmou.
A estrutura também será empregada no desenvolvimento de projetos como a Rede Altimétrica de Alta Precisão da Itaipu Binacional (RAIB), que envolve nivelamento geodésico, observações GNSS e levantamentos gravimétricos para a criação de um modelo geoidal da região. “Esses dados são fundamentais para projetos de engenharia, previsões hidrológicas e planejamento da própria Itaipu”, explicou o engenheiro florestal da empresa, Hericles Barosa Lopes.
Atualmente, sete bolsistas integram o projeto, com bolsas custeadas pelo convênio, além de uma equipe técnica contratada nas áreas de geotecnologia e análise de sistemas. A ideia é criar um ambiente multidisciplinar que integre conhecimento técnico, uso de equipamentos de ponta e impacto territorial sustentável.
Para os estudantes, o impacto é imediato. “Nossa região é fortemente hídrica, e a Itaipu agrega com essa estrutura nova, que vai melhorar a produtividade e a formação de cidadãos”, disse Thaís Victoria Zanatta, aluna do 5º ano de Agronomia da UTFPR. Ela também ressaltou as condições de trabalho no novo espaço: “Trabalhar com uma estrutura nova, limpa e organizada faz toda a diferença na produtividade e na condição de trabalho dos integrantes”.
O gerente da Divisão de Estudos da Itaipu, Henrique Gazolla de Lima, reforçou o papel estratégico das estações GNSS. “Essas estações melhoram a precisão dos levantamentos geodésicos, essenciais para o georreferenciamento de propriedades e para a gestão das áreas de proteção do reservatório da Itaipu”, disse.
As ações previstas no convênio contemplam desde o apoio à formação de profissionais em geotecnologias até a aplicação de tecnologias espaciais para mapeamento, georreferenciamento e desenvolvimento sustentável das bacias hidrográficas da região. Ao integrar ensino, pesquisa e aplicação prática, o NORTE se firma como um polo de inovação territorial com impactos diretos na governança e proteção dos recursos hídricos da Tríplice Fronteira.
- Da redação com Itaipu