Itaipu e Embrapa participam de treinamento de coleta de dados com sensoriamento remoto

A Itaipu Binacional, em parceria com a Embrapa, está adotando tecnologias avançadas de sensoriamento remoto para tornar mais eficiente o inventário florestal da faixa de proteção do reservatório, que se estende por 1,4 mil quilômetros entre Foz do Iguaçu e Guaíra, no Oeste do Paraná. A nova metodologia utiliza drones e sensores LiDAR (Light Detection and Ranging), capazes de gerar imagens tridimensionais detalhadas da vegetação e do relevo, reduzindo custos operacionais e aumentando a precisão dos dados coletados.

 

Nos dias 7 e 8 de maio, equipes da Itaipu, Embrapa, Itaipu Parquetec e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) participaram de um treinamento prático no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu. As atividades foram conduzidas com apoio da empresa Bioflore, representada pelo pesquisador Mateus Pinheiro Ferreira, também vinculado à Embrapa e à Esalq/USP. O objetivo do treinamento foi capacitar os participantes no uso das tecnologias para coleta de dados florestais, especialmente voltados à modelagem de biomassa e carbono.

Dividido em três módulos, o treinamento abordou a coleta de dados por LiDAR aerotransportado (ALS), coleta por LiDAR terrestre (TLS) em parcelas permanentes e posterior visualização e manipulação das informações obtidas. Durante a capacitação, os participantes puderam acompanhar voos de drones e a análise em tempo real dos dados coletados.

Para o engenheiro florestal Luís César Rodrigues da Silva, da Divisão das Áreas Protegidas da Itaipu, o uso de sensoriamento remoto representa uma mudança de paradigma na gestão ambiental. “A Embrapa trouxe uma abordagem multidisciplinar, aliando métodos tradicionais à tecnologia de ponta. Isso nos permite obter informações mais completas e com menos necessidade de idas a campo”, afirma. Ele destaca que a metodologia já começa a ser aplicada antes mesmo da conclusão do inventário, prevista para 2027.

O engenheiro Hericles Barbosa Lopes, da equipe de topografia da Itaipu, ressalta que o sensoriamento remoto torna o processo menos oneroso e mais abrangente. “Mesmo com a necessidade de validação em campo, a frequência dessas visitas tende a diminuir, gerando economia significativa e agilidade na obtenção dos resultados”, avalia.

A expectativa é que os primeiros resultados sobre o mapeamento de carbono sejam divulgados em 2025. Além de contribuir para o planejamento da gestão ambiental da faixa de proteção, as técnicas desenvolvidas poderão servir de referência para outras instituições. “Nosso objetivo é estimar o carbono estocado e qualificar os serviços ecossistêmicos prestados pela vegetação nativa”, explica Maria Augusta Doetzer Rosot, pesquisadora da Embrapa.

Iniciado em 2021, o projeto de cooperação entre Itaipu e Embrapa envolve quatro frentes: inventário florestal, análise de paisagem, planejamento de gestão e sensoriamento remoto. A tecnologia LiDAR, uma das principais ferramentas do projeto, opera por meio da emissão de feixes de laser que, ao refletirem em objetos, retornam ao sensor, permitindo a criação de mapas tridimensionais detalhados. Essa precisão é essencial para estimar altura das árvores, volume de biomassa e quantidade de carbono estocado — dad

 

  • Da redação com Itaipu
  • Fotos: Sara Cheida/Itaipu Binacional

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