Incêndios ambientais duplicaram neste ano em Foz; regiões da tríplice fronteira estão em alerta
As ocorrências de incêndios ambientais duplicaram neste ano em Foz do Iguaçu. Cenário semelhante é observado também em outras regiões da tríplice fronteira, colocando equipes de bombeiros, brigadistas e de proteção florestal em alerta. A baixa umidade do ar e as folhagens secas são alguns dos fatores que favorecem os sinistros, que costumam se intensificar entre julho e dezembro.
Conforme o Sistema de Estatísticas de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná, desde o começo do ano já foram contabilizados 125 casos de fogo em vegetação em Foz. O número é superior em mais de 100% o volume de ocorrências no período de janeiro a agosto de 2023, que contabilizou 62 casos.
Além da destruição, as queimadas ilegais e incêndios acidentais geram muita poluição, que interfere na qualidade do ar e na saúde da população. Junto com as vias aéreas, os olhos também sentem a fumaça constante, que tem deixado o céu com uma coloração cinzenta nas últimas semanas.
“Os prognósticos de clima e tempo indicam que nos próximos dias a gente tem uma intensificação pluviométrica no Paraná. A preocupação com incêndios florestais neste período de uma semana diminui um pouco, mas, nas três semanas seguintes, teremos estiagem, ou seja, é um período sem chuvas. Aí, sim, a nossa preocupação aumenta novamente com os incêndios, que vão voltar a acontecer”, explicou o subcomandante-geral do CBMPR , coronel Antonio Geraldo Hiller Lino.
Em todo o Paraná foram contabilizados mais de 8,6 mil ocorrências de incêndios ambientais neste ano. Além disso, o mês de agosto caminha para ser aquele com mais casos desse tipo. Somente no último final de semana, os bombeiros atenderam a sete ocorrências por hora, totalizando 358 chamados.
Além de acionar as forças de prontidão, a população pode colaborar na prevenção de incêndios. Para isso, basta seguir algumas dicas simples. Uma delas é não jogar lixo em lugar inapropriado. Também é importante não descartar bitucas de cigarros em beiras de estradas e não fazer queimadas para limpeza de terrenos.
Causar incêndios, mesmo que sem querer, é considerado crime e o infrator pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões.
Ao avistar um incêndio de grandes proporções a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho. Realizar este processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A população deve sempre procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193.
Incidentes no Paraguai
Uma série de incêndios foi registrada na tarde de terça-feira (20), em vários pontos do departamento de Alto Paraná, no Paraguai. Os acidentes geraram muita fumaça e exigiram a mobilização dos bombeiros em áreas de Ciudad del Este, Minga Guazú e Hernandárias. Dois dos incidentes afetaram vários hectares de pastagens.
O vento forte, a falta de chuva e a irresponsabilidade de alguns cidadãos contribuíram, segundo as forças de segurança, para a propagação das chamas. Em uma localidade, às margens do Rio Paraná, uma pessoa foi avistada por populares ateando fogo na vegetação ciliar.
Fumaça do Pantanal
Além dos incêndios locais, cidades de todo o Brasil vem sofrendo com as queimadas constantes na região do Pantanal e Amazônia. A densa fumaça já atingiu dez estados, que registraram diminuição na qualidade do ar.
Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, Bolívia e Paraguai.
Na semana passada, o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta sobre os cuidados necessários para a saúde nesses casos.
- Da redação / Fotos: divulgação