Foz do Iguaçu recebe a primeira planta de produção  de petróleo sintético a partir de biogás do Brasil

O Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto H2Brasil, inauguram, no dia 17 de junho, a primeira planta piloto do Brasil para produção de petróleo sintético a partir do biogás, com foco na produção de combustível sustentável de aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF).

Com investimento de 1,8 milhão de euros do governo alemão, especificamente do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), a Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, instalada nas dependências da Itaipu Binacional vai produzir 6kg/dia de bio-syncrude – uma mistura de hidrocarbonetos sintetizada a partir de biogás e hidrogênio verde, que será destinada à produção de SAF.

A planta piloto utiliza até 50 Nm³/dia de biogás produzido na unidade de biodigestão da Itaipu Binacional como principal fonte de carbono para a produção dos hidrocarbonetos. Além disso, é utilizado 53 Nm³/dia de hidrogênio verde produzido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Este projeto é fruto da parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Fundação Araucária, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Itaipu Binacional.

Estes investimentos estão relacionados diretamente aos esforços do Governo Federal do Brasil frente à transição energética. Isso porque, o investimento em novas fontes de energia sustentáveis é fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas que atingem todo o planeta. Nesse contexto, a Itaipu Binacional, como a maior produtora de energia limpa e renovável do mundo, desempenha um papel crucial com seus objetivos estratégicos alinhados ao desenvolvimento energético e tecnológico do Brasil. “A planta de bio-syncrude combina o biogás produzido na unidade de demonstração da Itaipu, que operamos desde 2017, com o hidrogênio verde do PTI, que operamos há dez anos, transformando-o em um novo ativo totalmente renovável, mirando na descarbonização do setor de transporte. Com isso, nós reafirmamos seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação, contribuindo para a transição energética brasileira”, explicou o diretor-geral brasileiro da empresa, Enio Verri.

 

Como funcionará

O bio-syncrude produzido na planta piloto será enviado para o Laboratório de Cinética e Termodinâmica Aplicada (LACTA) da UFPR Curitiba/PR para caracterização e refino visando a obtenção de frações de combustível sustentável para aviação. Além disso, o Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (Labmater) da UFPR em Palotina/PR, conduziu estudos sobre o processo de reforma a seco do biogás e desenvolveu os catalisadores utilizados na planta piloto.

“Trabalhamos juntos para que esta primeira planta de bio-syncrude do país, localizada em Foz do Iguaçu possa viabilizar economicamente uma rota para produção de combustíveis verdes a partir da valorização do biogás, com ênfase no desenvolvimento do mercado de Power-to-X no estado do Paraná”, disse o diretor do projeto H2Brasil, Markus Francke.

No âmbito da parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha e o CIBiogás, também foi criado um mapa dinâmico para identificar áreas com maior potencial de produção de SAF no Paraná. “Esse mapa destaca as regiões mais promissoras para a produção de bioquerosene de aviação por meio do biogás. A análise revela que o estado apresenta um potencial de produção de 15mil metros cúbicos por ano de SAF a partir do biogás gerado pelas plantas de biogás em operação mapeadas em 2022”, explicou o diretor-presidente do CIBiogás, Rafael Hernando de Aguiar Gonzalez.

  • Imprensa de Itaipu  / Foto: CIBiogás

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *