Espera para entrar em Puerto Iguazú chegou a 4 horas no feriado de ano novo

Quem escolheu Foz do Iguaçu para passar a última semana de 2022 e os primeiros dias de 2023, e decidiu conhecer ou visitar Puerto Iguazú (Argentina), ou mesmo conhecer as Cataratas do outro lado da fronteira, precisou e ainda precisa de muita paciência. Com a chegada da alta temporada de férias escolares no Brasil, voltaram as longas esperas na fila para cruzar de um lado para o outro na fronteira entre os dois países. Em alguns dias, houve demora de até quatro horas para chegar à aduana e fazer a imigração. Na volta, a espera era um pouco menor.

Para se ter uma ideia, a fila de veículos na manhã da quarta-feira (28 de dezembro), ultrapassou a aduana brasileira da Ponte Internacional Tancredo Neves, chegando próximo à Avenida das Cataratas em Foz do Iguaçu, no trevo de acesso à Argentina. “Pensamos em levar parentes para conhecer um pouco da Argentina, mas a fila acabou frustrando um pouco o passeio. No entanto não desistimos”, contou a iguaçuense Naide de Souza, que costuma fazer o percurso sempre que recebe visitas.

“Minha nossa, até pensamos em ficar um pouco mais em Foz do Iguaçu, mas ficamos mais de três horas para voltar ao Brasil”, contou o assessor parlamentar Gustavo Abboud, que passou uma noite em Puerto Iguazú e retornou ao país no domingo (1º de janeiro). “Como estava de carona, minha cunha ficou muito estressada com a espera. Espero retornar em breve para um passeio mais tranquilo”, concluiu.

A demora para ir até a Argentina, por Foz do Iguaçu, é motivo de constantes reclamações de ambos os lados da fronteira, no entanto, parece que está longe de uma solução por parte do governo federal do país vizinho. Em agosto do ano passado a Câmara de Comércio de Puerto Iguazú divulgou uma pesquisa que constatando que aproximadamente 46% acabam desistindo de fazer o percurso devido a fila.

Na pesquisa, feita no mês de julho, pelo menos 27% dos disseram que demoram mais de duas horas para o trâmite. O levantamento focou moradores da fronteira que responderam a um questionário online e de forma presencial na Ponte Tancredo Neves. Em média, no período, foram recebidas 300 respostas diárias online e aproximadamente 160 por dia na fila. Dos que responderam, 78% são brasileiros de Foz do Iguaçu e outros estados e 22% moradores de Ciudad del Este e municípios próximos à fronteira.

 

Preços baixos

A desvalorização do Peso Argentino é uma das explicações para a longa fila na entrada de Puerto Iguazú. Muitos moradores de Foz do Iguaçu e cidades do Paraguai, ou mesmo turistas, aproveitaram para ir até o país vizinho comprar produtos com até 50% do valores praticados no Brasil, especialmente carnes como picanha e bife ancho.

 

Muitas “carnicerias” (açougues) locais tem relatado aos clientes a falta destes cortes. Além da Ponte Tancredo Neves, muitos paraguaios utilizam o transporte fluvial para ir até Puerto Iguazú, a partir de Presidente Franco (Paraguai) até o antigo Porto Meiro, no lado argentino da fronteira.

Pela variação cambial, levando em conta a moeda brasileira, é possível comprar picanha ou bife de ancho com uma redução próxima de 50%, no comparativo com os preços praticados nos mercados do Brasil e Paraguai. A longa espera nas filas para entrar no país não tem importunado muito os “compradores”, que passam horas dentro dos veículos.

A procura pela picanha repete outro fenômeno recente nas relações comerciais entre os três países. Com a alta dos combustíveis no Brasil e Paraguai, moradores da região lotaram os postos de Puerto Iguazú, que precisou baixar normas e horários específicos para abastecimento de veículos estrangeiros, segurando o produto para os moradores locais.

 

Da Redação / Foto: Ronildo Pimentel

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