Celebrações de final de ano elevam o risco de acidentes com fogos de artifício

Belos e perigosos. Os fogos de artifício são tradicionais nas celebrações de final de ano e encantam crianças e adultos com o colorido que pinta o céu. Mas para que a diversão não se transforme em tragédia, é preciso estar estritamente atento às normas de segurança para a utilização desses materiais, já que manuseio incorreto pode causar acidentes graves e até fatais.

A pólvora é o principal ingrediente dos fogos, que também levam na composição o Nitrato de Potássio, Perclorato de Potássio ou Clorato de Potássio. O combinado de materiais é altamente explosivo e pode causar queimaduras graves, mutilações, incêndios e, em casos ainda mais graves, mortes.

Antes mesmo de explicar sobre o manuseio do produto, o Corpo de Bombeiros recomenda que a compra dos fogos seja feita apenas em locais credenciados. O uso e comercialização desses produtos pirotécnicos são permitidos no Brasil, mas as regras são definidas pelos próprios estados e municípios. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, os artefatos com estampido, aqueles que fazem muito barulho, tem o uso proibido por lei.

A normativa, proposta pelo vereador Marcio Rosa, foi aprovada em segunda sessão em outubro de 2020 e sancionada pelo prefeito Chico Brasileiro, estando em vigor desde o ano passado. A multa para quem for pego com artefatos de alto impacto ou com efeitos de som de tiro pode chegar a R$ 10 mil.

Se enquadram na proibição fogos de estampido, morteiros, foguetes e baterias. Os fogos chamados de vista, que não produzem poluição sonora e geram efeitos sem estampidos não se enquadram nas vedações da lei.

A regra vale para locais públicos e privados, tanto em ambientes abertos, quanto nos fechados. A lei visa à proteção de animais, idosos, crianças e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que possuem maior sensibilidade ao barulho e podem sofrer ataques de pânico e crises severas com o incômodo provocado pelas queimas de fogos.

Para denunciar o descumprimento da lei, é preciso acionar o 156 por telefone ou aplicativo de celular.

 

Orientações

Na hora de estourar os fogos de artifícios é importante estar longe de outras pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica. O fato de serem “silenciosos”, não significa que os artefatos deixaram de ser perigosos, já que a pólvora e o fogo ainda estão presentes.

Crianças jamais devem segurar fogos ou outros produtos com pólvora e elementos químicos. Além disso, caso tenha ingerido alguma bebida alcoólica, não é recomendado brincar com estes equipamentos.

Mesmo com tantos cuidados, acidentes podem acontecer. Por isso, em caso de queimaduras, a vítima deve solicitar atendimento do Samu ou do Corpo de Bombeiros o mais rápido possível. Até a chegada do socorro, é possível aliviar a dor mergulhando a parte queimada em água corrente. Não utilize produtos como creme dental, manteiga e outros.

 

Mais rigor

Outro projeto, mais rigoroso, que tramita na Câmara de Vereadores, é a proibição, além da soltura destes artefatos, o manuseio dos fogos com estampido o que pode afetar o comércio destes produtos.

“Na lei anterior, a pessoa poderia soltar e ai ter uma punição, a nova lei pretende proibir o manuseio. Então automaticamente, não se pode vender este artefato”, explicou a vereadora Carol Dedonatti (PP), autora do projeto.

A proposta prevê ainda campanhas educativas e que os valores das multas sejam revertidos à causa animal e de pessoas com problemas de saúde. Para o Conselho Municipal de Defesa e Proteção Animal a elaboração de um novo projeto precisava de mais participação da comunidade.

  • Da redação / Foto: PMFI

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