Aviação reforçada amplia combate ao crime e saúde no Paraná, destaca Ratinho Junior
O tráfico e o contrabando, que poderiam significar grandes problemas de segurança pública para o Paraná pela localização estratégica do Estado, são diariamente combatidos pelas forças policiais estaduais devido, em grande parte, ao aumento das operações aéreas, defendeu o governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta quinta-feira (29). A fala dele ocorreu durante o segundo dia do Encontro Nacional de Aviação de Segurança Pública (Enavseg) 2024, que acontece nesta semana em Foz do Iguaçu.
“O Paraná é atualmente uma referência em aviação pelos investimentos que fizemos na aquisição de novas aeronaves para ações de patrulha, cuidado e resgate, com os helicópteros mais modernos da América do Sul e equipamentos que só eram usados nos Estados Unidos até pouco tempo”, afirmou o governador. “Eventos como este servem para trocarmos experiências com outros estados e empresas do setor e continuarmos a modernizar a nossa estrutura de combate ao crime organizado”.
Outro benefício citado por Ratinho Junior abrange a área da saúde. Com o aumento das aeronaves à disposição para transporte de órgãos, o Estado aumentou consideravelmente os índices de transplantes bem sucedidos. “Com helicópteros estrategicamente espalhados pelo Paraná, temos um transporte mais rápido, o que faz que o Estado seja líder nacional de transplantes”, enfatizou o governador.
O reforço da frota aérea usada pelas forças de segurança pública do Paraná são reflexo do aumento do orçamento geral da pasta, que passou de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em 2019 para quase R$ 8 bilhões no atual exercício fiscal.
Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, o Paraná teve importantes avanços na estrutura de aviação usada pelas forças policiais nos últimos anos. “Iniciamos 2019 com duas aeronaves à disposição da polícia e atualmente temos 11 helicópteros à disposição das polícias e do Corpo de Bombeiros, além de quatro aviões de uso exclusivo da segurança pública”, afirmou.
Teixeira considera que a presença de um suporte aéreo maior garante que as equipes de operações especiais cheguem com mais rapidez onde são necessárias. “É o caso dos cercos policiais, enfrentamento ao tráfico e ao contrabando de cargas, especialmente na região de fronteiras, mas também no transporte aeromédico e combates a incêndios”, completou o secretário da Segurança Pública.
PROJETO FALCÃO – A iniciativa que sintetiza como a aviação de segurança é tratada com prioridade pelo Governo do Estado é o Projeto Falcão, que completou um ano em 16 de agosto. Neste período, apenas as aeronaves Falcão 12 e Falcão 13, as mais modernas da frota paranaense, atuaram em 950 missões de prevenção e combate ao crime organizado, como a interceptação de veículos envolvidos com o tráfico de drogas e contrabando, com especial foco nas áreas de fronteira, na região Oeste do Estado.
“O Projeto Falcão facilita a atuação dos policiais militares com um trabalho integrado às demais unidades principalmente nas fronteiras que o Paraná tem com outros estados brasileiros e países vizinhos”, declarou o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná (PMPR), coronel Jefferson Silva.
A tecnologia dos helicópteros inclui câmeras termais, farol de busca de alta performance, alto-falantes externos e sistemas de comunicação de última geração, capazes de localizar suspeitos e coordenar operações com precisão. Os helicópteros são operados por profissionais do BPMOA em apoio a outras unidades da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal.
Um exemplo recente aconteceu em Loanda, onde a Falcão 12 atuou em conjunto com a Polícia Federal e, graças ao uso da câmera termal, localizou e acompanhou um helicóptero carregado com drogas, resultando na apreensão de 243 kg de pasta base de cocaína. Outra operação importante foi a busca e localização de uma pessoa desaparecida em Guaíra, com a rápida identificação em uma área rural e posterior resgate pela equipe do Corpo de Bombeiros.
ENCONTRO NACIONAL – Organizada pelo Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas do Paraná (BPMOA), e edição do Enavseg deste ano tem entre os tópicos de discussão técnicas operacionais, segurança dos voos e as mais recentes inovações do setor. O evento conta com a participação de centenas de profissionais de segurança pública de todos os estados brasileiros e de outros países, que entre os dias 28 e 30 de agosto participam de palestras e mesas de discussão sobre o tema.
Os policiais e bombeiros estaduais presentes também participam de uma série de competições técnicas que testam as habilidades profissionais específicas ligadas às operações aéreas. Entre elas, estão provas de resgate aquático, salvamento em altura, tiro policial e competições de mecânicos de aeronaves.
O comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), Manoel Vasco, participou do Enavseg junto com demais representantes da corporação e também ressaltou a importância dos helicópteros nas rotinas do dia a dia dos bombeiros, especialmente no combate a incêndios, resgate de pessoas em áreas de montanha e de afogamentos.
“Temos visto muitas mudanças climáticas extremas, como as enchentes no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, os incêndios florestais de grande proporção em várias partes do Brasil, o que torna o suporte aéreo cada vez mais necessário”, comentou, citando como exemplo a atuação do CBMPR, com o auxílio do BPMOA, em incêndios em Umuarama e Cianorte.
“Além dos helicópteros, estamos avaliando a viabilidade de começar a alocar aviões especiais de combate a incêndio no Paraná, o que nos deixa cada vez mais preparados para esses eventos que se tornam mais intensos a cada dia”, complementou Vasco.
PRESENÇAS – Também participaram do evento em Foz do Iguaçu o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o chefe da Casa Militar do Paraná, coronel Marcos Tordoro; o comandante do BPMOA, Juliano Zanuncini; o comandante de Missões Especiais da PMPR, Anderson Puglia; e o comandante de Aviação da Polícia Militar de São Paulo, coronel Ronaldo Barreto.
- AEN