Unila quer volta do diálogo e investimentos para decidir futuro do Campus Niemeyer

A Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila) quer a volta do diálogo e investimentos do governo federal para decidir sobre o futuro do campus projetado por Oscar Niemeyer, obra iniciada em 2011 e após a primeira etapa concluída, acabou paralisada em 2014 após a empresa contratada pedir reajuste nos valores do contrato, sem ter cumprido os compromissos firmados no andamento dos trabalhos. A instituição informou que nos últimos nove anos vem buscando entendimento com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) para a retomada da obra, cujo investimento nesta fase já superou os R$ 126,6 milhões.

Mesmo antes da paralisação, as obras da sede da Unila já haviam passadas por uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 2013, 14 e 15, novas auditorias foram realizadas pelos técnicos da Controladoria Geral da União (CGU) e novamente do TCU. A instituição informa em carta aberta que todas “foram unânimes em apoiar a Unila em seu entendimento de que o consórcio contratado não cumpriu com os compromissos firmados. Elas também corroboram o posicionamento da Universidade em negar o aditivo contratual requerido pela empreiteira. Hoje, a Universidade questiona na Justiça o abandono, bem como requer pagamento de multa pelas empresas consorciadas”.

 

“A Unila está aguardando para se reunir com o novo Governo Federal com o objetivo de discutir o que fazer com a obra do Campus Niemeyer, no sentido de avaliar a continuidade daquele projeto”, informou a instituição, em nota ao GDia. “Apesar das tentativas da Universidade, com a falta de diálogo do governo anterior e os constantes cortes de orçamento, não foi possível encontrar uma saída até o momento com relação ao andamento daquela obra”, ressaltou.

A Unila informa ainda que, na reunião dos reitores que compõem a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com o presidente Lula (PT), na semana passada, o reitor Gleisson Brito conversou com ministro da Educação e entregou a ele um relatório que mostra as conquistas que a UNILA alcançou em seus 13 anos e os desafios futuros, incluindo os referentes à infraestrutura.

 

Busca de alternativas

Sobre as obras na educação superior e técnica em todo o país, o ministro destacou aos reitores que existem hoje 256 paralisadas em universidades e 76 em institutos federais e a expectativa de que haja retomada pelo Governo Federal. “Em relação ao campus Niemeyer, a Unila vem buscando alternativas desde 2014, por meio da interlocução com o Ministério da Educação, Governo Federal e outros agentes públicos”.

“Todo o histórico destas negociações pode ser encontrado na recente “Nota Oficial da Reitoria da UNILA – Carta Aberta à Sociedade”, onde são detalhados os principais acontecimentos ao longo destes anos”. Para ler o documento, o endereço na internet é https://portal.unila.edu.br/noticias/nota-oficial-da-reitoria-da-unila-carta-aberta-a-sociedade-2.

“Cabe destacar que apesar das dificuldades enfrentadas com o campus universitário projeto por Niemeyer, a Unila vem avançando firmemente na estruturação de seu Campus Integração, onde se localizam as estruturas do Alojamento Estudantil, do recém-inaugurado Bloco de Aulas 01 e se iniciou a construção do Bloco de Aulas 02, com previsão de finalização em fevereiro de 2024”, conclui a instituição na nota a reportagem.

 

Ficha técnica

– Campus Oscar Niemeyer foi projetado pelo arquiteto em 2008

–  Em 2008, a Itaipu Binacional doou ao MEC projetos de engenharia e arquitetura, bem como o terreno para a edificação.

– Lei de criação do campus foi publicada em janeiro de 2010

– Recursos do MEC permitiram executar a primeira etapa da obra, iniciada em 2011

– Em 2020, o Ofício Nº 433/2020/CGPO/DIFES/SESU/SESU-MEC do MEC, reafirma a impossibilidade de continuação do projeto original.

– A Unila oferece hoje mais de 1,5 mil vagas em 29 cursos de graduação, 12 programas de pós-graduação, de 7 cursos de especialização e 1 Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família.

– Dos 25 cursos de graduação já avaliados pelo MEC, 24 obtiveram, em uma escala de 1 a 5, notas 4 e 5 (muito bons ou excelentes).

 

Da Redação / Foto arquivo: Valtemir Souza -Billy/Itaipu

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