População carcerária de Foz quase dobra em três anos e sistema prisional volta a registra superlotação
A população carcerária de Foz do Iguaçu quase dobrou nos últimos três anos e o sistema prisional local voltou a registrar superlotação. Dados do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) mostram que em dezembro de 2021 a cidade possuía um total de 2.299 detentos. Neste ano, o município abriga 4.222 pessoas privadas de liberdade.
Atualmente a fronteira dispõe de cinco unidades prisionais, são elas: a Cadeia Pública Laudemir Neves, destinada a presos homens que aguardam julgamento; a Penitenciária Feminina- Unidade de Progressão, voltada a presas condenadas; e as Penitenciárias Estaduais I, II e IV, que abrigam homens condenados.
A PEF IV é o presídio mais novo, tendo sido inaugurado em dezembro de 2022, juntamente com a construção da muralha da PEF I e da ampliação da área administrativa da Penitenciária Feminina.
Com os investimentos, que partiram dos governos estadual e federal e da Itaipu Binacional, houve uma ampliação de vagas no sistema. Em 2021, por exemplo, Foz dispunha de espaço para 2.687 detentos. Este número saltou para 3.572 em 2023, e atuais 3.790 lugares. Apesar da expansão, o volume de presos cresceu mais de 80% no intervalo e em 2025 a fronteira contabiliza um excedente de 432 encarcerados até o presente.
Do total de 4,2 mil presos, 92,5% são homens (3.906), que respondem por crimes diversos, com destaque para roubos, homicídios e estupro de vulnerável. Apenas 7,5% são mulheres (316), sendo que a maioria responde por crimes ligados ao tráfico de drogas.
A maioria dos detentos, cerca de 63,8%, já está em reclusão a mais de três anos e tem idades entre 25 e 34 anos. Mais de 96% são brasileiros natos ou naturalizados e apenas 3,2% corresponde a estrangeiros condenados no país.
A distribuição dos presos nas unidades prisionais em números e detalhes sobre os crimes pelos quais eles respondem não foram divulgados por questões de segurança, uma vez que poderiam favorecer ações externas.
Mapa no Estado
No Paraná a população carcerária atual é de 41.455, distribuídos em nove regionais. No comparativo com 2021, assim como Foz, também houve um crescimento expressivo. Na época o Estado abrigava pouco mais de 27 mil presos.
Dentre os crimes que mais levam à prisão no Paraná, o tráfico de drogas se destaca, sendo responsável pelo aprisionamento de mais de 7 mil pessoas. Na sequência aparecem os crimes de roubo simples, com mais de 4 mil detidos; o furto simples, com cerca de 3 mil; o roubo qualificado, com 2,8 mil; e o furto qualificado, com entorno de 2,3 mil presos.
Um levantamento do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) aponta que o Paraná foi o segundo estado que mais cumpriu mandados de prisão em 2024, totalizando mais de 31 mil presos que possuíam mandados em aberto.
Déficit no Brasil
O Brasil tem déficit de 174,4 mil vagas no sistema carcerário. Os números são do Relatório de Informações Penais (Relipen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), segundo o qual a população carcerária no país é de mais de 660 mil presos, enquanto a capacidade das celas físicas é de menor que 500 mil vagas.
O relatório mostra ainda que em 2024, 105.104 presos eram monitorados com tornozeleira eletrônica e que a população em prisão domiciliar, que não usa equipamento de tornozeleira eletrônica, havia aumentado em 14,40%, saindo de 100.433 em dezembro de 2023, para 115.117 no ano passado.
- Da redação
- Foto: divulgação