Paraguai prepara megaoperação para reforçar o combate ao crime na tríplice fronteira

A segurança e o combate à criminalidade serão reforçados na região da tríplice fronteira entre Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, além de outras divisas, com o emprego de militares do Exército Paraguaio. A medida foi anunciada pelo Ministro da Defesa Nacional do país vizinho, general Oscar González, na última sexta-feira (31).

A autoridade revelou as ações durante uma visita à sede da 3ª Divisão de Infantaria do Exército em CDE (Divisão Carandayty). A unidade está sendo preparada para receber os batalhões extras, que devem chegar em breve. O efetivo e a data de deslocamento das equipes não foram informados por questões de segurança.

Para avaliar as condições das instalações, materiais, armamentos e outros itens necessários para a operação, o ministro González também inspecionou a área Naval Oriental, na zona primária de Ciudad del Este.

Melhorias estão sendo realizadas em banheiros e pavilhões para abriga as tropas nos próximos dias. “Isso requer infraestrutura adequada, pois não podemos enviar militares sem o apoio logístico necessário”, explicou o ministro.

Dentre os objetivos, a operação terá como foco a fiscalização de portos clandestinos no Rio Paraná, Rio Iguaçu e áreas do Lago de Itaipu, que são frequentemente usados por criminosos para o transporte de armas, entorpecentes, cigarros e outros produtos entre o Paraguai, Brasil e Argentina.

Apreensões são realizadas quase que diariamente na fronteira. Na semana passada, mas de uma tonelada de maconha foi recolhida em uma dessas áreas ilegais. Uma caminhonete e outro veículo também foram interceptados pelas forças de segurança.

Além desses crimes “comuns” as áreas de fronteira, os militares também auxiliarão no combate ao crime organizado, que vem atuando de forma cada vez mais recorrente em grandes roubos de bancos, lojas e outros esquemas. Muitas dessas ações são comandadas por facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que atualmente ocupa pelo menos 40% da Penitenciária Regional de Ciudad del Este.

Em dezembro de 2024, após a descoberta de um suposto plano de fuga na unidade, a segurança foi reforçada no local com o emprego de tanques blindados e militares do Exército, que seguem guardando o presídio em tentativa de evitar uma rebelião ou outras ações perigosas.

Colaboração

Também no final de janeiro a Argentina anunciou medidas mais rigorosas para controlar a fronteira com o Brasil e com o Paraguai, intensificando a presença de forças de segurança e fortalecendo o combate a crimes transnacionais.

Entre as iniciativas, está o uso de análise criminal para identificar padrões de atividades ilícitas, além da integração entre forças de segurança nacionais e provinciais. O governo argentino espera que as ações resultem não apenas em maior segurança, mas também em impacto econômico positivo, reduzindo perdas com contrabando e evasão fiscal.

De acordo com o ministro da Defesa do Paraguai, general González, há conversações entre os dois países para a realização de ações conjuntas. Um calendário de operações integradas será definido neste mês de fevereiro. A medida é similar à que já existe com o Brasil, no âmbito das operações Basalto e Ágata.

Do lado de cá

Por Foz do Iguaçu não foram anunciadas, em princípio, operações semelhantes a do Paraguai e Argentina com mobilização do Exército de outras localidades. Entretanto, os militares seguem atuando como de costume, ao lado das demais forças de segurança, no combate à criminalidade.

  • Da redação /Foto: Ministério da Defesa do Paraguai e Abc Color

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *