Novo Porto Seco em Foz do Iguaçu promete dobrar volume de cargas

Foz do Iguaçu dará um salto logístico com a construção do maior porto seco da América Latina, um investimento de R$ 500 milhões da empresa Multilog que deve dobrar a capacidade de movimentação de cargas da cidade e atrair novas rotas do comércio exterior para o Brasil. Com capacidade para receber até 2 mil caminhões por dia, a nova unidade deve entrar em operação em dezembro de 2026.

A pedra fundamental da obra foi lançada nesta segunda-feira (4), com apoio do Governo do Paraná e da Receita Federal. A estrutura será instalada às margens da BR-277, na saída de Foz do Iguaçu, em um terreno de 550 mil metros quadrados, o que permitirá aliviar o tráfego pesado do centro urbano, onde funciona o atual porto seco.

Segundo o presidente da Multilog, Djalma Vilela, o novo terminal será quase três vezes maior que o atual. “Este novo terminal é praticamente três vezes maior que o antigo, com capacidade de atender 2 mil caminhões por dia”, afirmou. “Pensamos nessa área como uma nova fronteira para Foz, desafogando o trânsito na atual estrutura. Aqui teremos um tráfego fluído e com maior capacidade de carga, pensando também no fluxo de crescimento nos próximos anos.”

A estimativa é que o terminal duplique a capacidade atual de escoamento de cargas, que em 2024 chegou a 8,6 milhões de toneladas e movimentou US$ 8,6 bilhões, o equivalente a R$ 47,4 bilhões. A empresa terá uma concessão de 35 anos para operar o empreendimento.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que o novo porto seco fortalece a posição do Paraná no cenário do comércio exterior. “Esse empreendimento é um marco para a logística paranaense e brasileira, que vai trazer muito mais tranquilidade e eficiência no escoamento e na entrada de cargas no Paraná, facilitando o comércio exterior e a fiscalização na Tríplice Fronteira”, disse.

A infraestrutura integra um pacote de obras de mobilidade em curso na região, como a duplicação da Rodovia das Cataratas, a construção da Perimetral Leste e da nova Ponte da Integração Brasil–Paraguai. “Foz do Iguaçu passa por uma grande transformação, com um grande pacote de infraestrutura”, afirmou Ratinho Junior. “E agora, com esse investimento gigantesco no Porto Seco, toda a logística da região será beneficiada, ampliando a movimentação nos setores de importação e exportação e comércio exterior com a Argentina e o Paraguai.”

A licença de operação foi emitida em julho pelo Instituto Água e Terra (IAT). O diretor-presidente da autarquia, Everton Souza, ressaltou que o órgão tem atuado com agilidade na liberação de obras estruturantes, sem comprometer a segurança ambiental. “Nosso trabalho tem sido célere, com uma segurança técnica muito grande, para fazer com que desenvolvimento econômico possa acontecer, mas diante do cumprimento das regras ambientais”, afirmou.

O projeto será executado em duas fases. Na primeira etapa, serão investidos R$ 240 milhões na construção do pátio para caminhões, uma área de 197 mil metros quadrados. Também está prevista uma área coberta de 7,2 mil metros quadrados para armazenagem, vistoria e inspeção, além de 600 metros quadrados com três docas refrigeradas, voltadas a produtos que exigem controle de temperatura.

Equipado com balanças rodoviárias, scanners não invasivos e sistemas de vigilância por câmeras, o complexo atenderá aos padrões de segurança alfandegária. Os acessos serão automatizados, com identificação de veículos e estrutura específica para cargas com dimensões excedentes.

Motoristas também terão espaços dedicados para descanso, sanitários e apoio durante a permanência no terminal.

Um dos destaques do projeto é o plano da Multilog para implantar no local um terminal de contêineres, voltado a absorver cargas hoje escoadas por Montevidéu, no Uruguai. A ideia é redirecionar o fluxo do Paraguai para Paranaguá, no litoral paranaense. “A distância entre Assunção e Paranaguá é 400 quilômetros menor do que em relação a Montevidéu. Por isso apostamos na construção de um terminal de contêineres para atender essa demanda”, disse Vilela.

 

  • Da redação com AEN
  • Foto: Ari Dias/AEN

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